Miguel Díaz-Canel chegou na manhã desta sexta-feira a Caracas para participar do novo assalto ao poder de Nicolás Maduro, na cerimônia de posse prevista para este 10 de janeiro.
"Já estamos em #Venezuela, Pátria do bravo povo de Simón Bolívar, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Viemos para acompanhar, na hora do seu juramento, o legítimo Presidente deste país que é berço do independentismo em Nossa América. Aqui está #Cuba, irmão Nicolás", pode-se ler na conta em X do governante.
Díaz-Canel, que curiosamente chegou a Caracas sem Lis Cuesta, foi recebido no Aeroporto Internacional “Simón Bolívar” de Maiquetía, pouco depois das oito da manhã (horário local).
Ao pé da escada da aeronave, foi recebido por Gabriela Jiménez, Vice-Presidente Setorial para Ciência, Tecnologia, Educação e Saúde da Venezuela; juntamente com Dagoberto Rodríguez, embaixador de Cuba na nação sul-americana.
Díaz-Canel viajou acompanhado do chanceler cubano, Bruno Rodríguez, e outros altos funcionários. Na terminal aérea, uma guarda recebeu o governante com honras militares.
É a sétima vez que Díaz-Canel visita a Venezuela desde que assumiu a presidência.
A Presidência de Cuba não perdeu a oportunidade de insistir que o governante cubano veio para assistir à cerimônia de posse do "presidente legitimamente reeleito pelo povo venezuelano no dia 28 de julho”, ponto de vista com o qual não concordam milhões de venezuelanos e boa parte da comunidade internacional.
Apesar de a imprensa oficialista da Venezuela ter ressaltado que "mais de 2.000 representantes de governos, movimentos sociais de mais de cem países de todos os continentes e organizações internacionais viajaram a esta capital para assistir à posse de Maduro nesta sexta-feira, no Palácio Federal Legislativo", a realidade é que a representação de presidentes será quase nula.
Miguel Díaz-Canel é um dos poucos presidentes que está previsto para comparecer ao polêmico ato, que representa o terceiro mandato consecutivo de Maduro, e que supostamente o manteria no poder até 2031, apesar de que as eleições foram ganhas pelo opositor Edmundo González.
Sobre a juramentação de hoje paira uma grande incerteza, após os protestos iniciados nesta quinta-feira em boa parte do país.
Por outro lado, Edmundo González avisou que pretende chegar nesta sexta-feira à Venezuela para assumir como presidente eleito.
Nesta quinta-feira, a líder da oposição venezuelana María Corina Machado saiu da clandestinidade para participar de uma mobilização em Caracas.
No entanto, quando já estava saindo do evento, Machado foi sequestrada por forças ligadas ao regime chavista de Nicolás Maduro e liberada pouco depois.
Perguntas frequentes sobre a visita de Díaz-Canel à Venezuela e a situação política em ambos os países
Por que Miguel Díaz-Canel visitou a Venezuela em janeiro de 2025?
Miguel Díaz-Canel visitou a Venezuela para participar da cerimônia de posse de Nicolás Maduro, em um contexto de crescente instabilidade política no país sul-americano. Esta visita reafirmou o apoio do regime cubano ao governo de Maduro, apesar das acusações de fraude eleitoral e das manifestações da oposição.
Como tem sido a relação entre Cuba e Venezuela nos últimos anos?
A relação entre Cuba e Venezuela tem sido historicamente próxima, baseada em um apoio mútuo ideológico e político. Cuba tem sido um dos principais aliados da Venezuela, apoiando o governo de Maduro apesar das críticas internacionais e das acusações de fraude eleitoral. Esta aliança tem sido fundamental para a sobrevivência econômica do regime cubano.
O que implica o terceiro mandato de Nicolás Maduro para a Venezuela?
O terceiro mandato de Nicolás Maduro, implica uma continuidade no poder até 2031, apesar das eleições controversas e das acusações de fraude por parte da oposição e da comunidade internacional. Essa situação gerou protestos e uma grande incerteza política no país.
Que reações o apoio de Cuba a Maduro gerou?
O apoio de Cuba a Maduro gerou críticas tanto internas quanto internacionais. O regime cubano é um dos poucos que reconhece a vitória de Maduro, o que tem sido questionado pela comunidade internacional e por milhões de venezuelanos que não consideram legítimas as eleições. Essa postura tem alimentado as tensões políticas na região.
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