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O governante cubano, Miguel Díaz-Canel, expressou nesta terça-feira suas condolências ao povo e ao Governo da China pelas vítimas de um terremoto no Tibete, antes de se referir ao incêndio ocorrido em um armazém do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (MINFAR) em Holguín, que deixou 13 pessoas desaparecidas, entre elas jovens que supostamente estavam cumprindo o Serviço Militar.
“Expressamos nossa solidariedade ao povo, ao Partido e ao Governo da China pela lamentável perda de vidas humanas e pelos danos causados pelo forte terremoto na região autônoma do Tibete. Nossas condolências aos familiares e amigos das vítimas”, tuitou de madrugada o também primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC).
Posteriormente, por volta do meio-dia (mais de seis horas após as primeiras informações sobre as explosões no arsenal das FAR), Díaz-Canel fez sua primeira referência pública ao ocorrido e lamentou o trágico acontecimento em Holguín, manifestando sua solidariedade com "as famílias das 13 pessoas desaparecidas".
"Lamentamos profundamente o incêndio ocorrido em um armazém do MINFAR, em Melones, município holguinense de Rafael Freyre. Nos solidarizamos e apoiamos as famílias das 13 pessoas desaparecidas. Está sendo dada total atenção ao que aconteceu lá e as causas estão sendo investigadas", expressou o governante.
Indignação nas redes sociais
O ordem e a forma como o mandatário abordou ambos os eventos geraram uma onda de críticas nas redes sociais. Um post da ativista cubana Miryorly García refletiu o sentimento de muitos cubanos:
“Que indignação! Não consigo suportar em silêncio a falta de vergonha e de humanidade deste governo e da imprensa cubana. […] É algo psicopático, tão frio, tão indolente, que assusta. Ninguém está a salvo, pobres mães que foram ‘informadas’, quanta dor saber mais uma vez que nossas vidas e as de nossos filhos não lhes importam.”
A usuária também denunciou o tratamento da imprensa oficial, que limitou a informação sobre o incidente em Holguín, mencionando apenas nomes e cifras ambíguas de desaparecidos, enquanto dedicava extensos reportagens à recente excursão de Díaz-Canel à Sierra Maestra, onde foi filmado em atividades comemorativas.
Precisamente, este fato tem sido um dos mais questionados diante da situação de emergência e tragédia que se vive em Holguín, onde uma dúzia de famílias vive com angústia a notícia do desaparecimento e possível falecimento de seus entes queridos.
Nesta segunda-feira, Díaz-Canel participou de um absurdo evento propagandístico e subiu ao Comando Geral de La Plata como parte da rota ‘Com Fidel nas alturas’. Menos de 24 horas depois, na madrugada de terça-feira, foram registradas explosões em Melones, localizado a apenas 200 quilômetros de onde se encontrava na véspera o líder da chamada “continuidade”.
O incêndio no armazém de Melones deixou 13 pessoas desaparecidas, entre elas supostamente soldados novatos em cumprimento do Serviço Militar, conforme comentam familiares e vizinhos nas redes sociais.
No entanto, as autoridades não especificaram as idades nem as circunstâncias do sinistro, o que tem alimentado a desconfiança e a dor das famílias afetadas.
Embora inicialmente os meios de comunicação oficiais tenham indicado que "na unidade militar próxima a Gibara estavam sendo classificados munições envelhecidas", essa informação foi posteriormente removida do portal Cubadebate, mas foi reproduzida em outros meios oficiais como Tribuna de La Habana.
Este evento se soma a outros acidentes recentes que revelaram falhas na segurança e o secretismo governamental na gestão de emergências, intensificando a percepção de abandono e insensibilidade por parte do regime em relação à população cubana, como o incêndio da Base de Supertanqueros de Matanzas ou a mortal explosão do hotel Saratoga em Havana.
Perguntas frequentes sobre a explosão no armazém militar de Holguín e a resposta do governo cubano
O que aconteceu no depósito militar de Holguín?
No dia 7 de janeiro de 2025, ocorreram explosões em um depósito de material de guerra em Melones, no município Rafael Freyre, Holguín, devido a um incêndio enquanto se classificavam munições envelhecidas. O incidente deixou 13 pessoas desaparecidas, incluindo soldados que estavam cumprindo o Serviço Militar.
Por que Díaz-Canel foi criticado após a explosão em Holguín?
Miguel Díaz-Canel foi criticado porque expressou primeiro suas condolências por um terremoto na China antes de se referir à explosão em Holguín, onde 13 pessoas desapareceram. Essa ordem em suas declarações gerou indignação, já que muitos perceberam uma falta de sensibilidade em relação ao povo cubano afetado pela tragédia.
Qual tem sido a resposta oficial do MINFAR em relação às explosões?
O Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (MINFAR) informou que as investigações continuam para determinar o estado do pessoal afetado e os danos ao patrimônio. No entanto, até o momento não foram oferecidas conclusões claras sobre as causas nem o impacto total do ocorrido.
Quais medidas foram tomadas após o incidente em Holguín?
Após as explosões, 1.245 pessoas das comunidades próximas ao local do incidente foram evacuadas como medida preventiva. As autoridades estabeleceram uma comissão para investigar as causas do incêndio e avaliar os riscos associados.
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