Canadá anuncia corte drástico na imigração para frear o crescimento populacional.

No passado, milhares de cubanos se beneficiaram de diversos programas implementados pelo Canadá para enfrentar a grave escassez de trabalhadores em certas regiões do país. Tanto operários quanto profissionais qualificados encontraram no país do norte um dos destinos mais atraentes para emigrar durante muitos anos.

Embajada de Canadá en La Habana © CiberCuba
Embaixada do Canadá em HavanaFoto © CiberCuba

O governo do Canadá, sob a direção do primeiro-ministro Justin Trudeau, anunciou uma mudança significativa em sua política de imigração, com a redução da admissão de novos residentes permanentes. Em 2025, o país planeja receber 395.000 imigrantes, uma diminuição de 21% em comparação com os cerca de 500.000 que haviam sido autorizados até o momento. Essa decisão tem como objetivo "frear o crescimento populacional", permitindo que as províncias aprimorem seus serviços de saúde e programas de habitação, conforme declarou Trudeau.

Desde a pandemia, o Canadá aumentou os objetivos de imigração para compensar a escassez de mão de obra, mas, segundo Trudeau, "não se alcançou o equilíbrio adequado". Além disso, o apoio à política migratória aberta diminuiu, com pesquisas refletindo uma crescente preocupação entre os canadenses sobre o impacto da imigração na habitação e nos serviços sociais.

Como parte do plano, o ministro da Imigração, Marc Miller, confirmou uma meta de 365.000 novos residentes permanentes até 2027. Esta medida se soma às restrições previamente anunciadas para a admissão de trabalhadores temporários e estudantes internacionais, que agora estão sujeitos a limites mais rigorosos. O objetivo é garantir que os empregos disponíveis sejam ocupados primeiro por cidadãos canadenses ou residentes permanentes, priorizando setores como a construção e a saúde, que ainda enfrentam escassez de pessoal.

Embora a imigração tenha sido fundamental para o crescimento do Canadá, tornando-o um dos países mais multiculturais do mundo, essa decisão marca uma mudança em relação a décadas de políticas de imigração abertas. Os preços das habitações, que giram em torno de 700.000 dólares canadenses, e o aumento dos aluguéis em 22% em dois anos, levaram muitos canadenses a questionar a sustentabilidade de altos níveis de imigração.

A redução também gerou críticas de grupos de direitos dos imigrantes, que argumentam que a crise habitacional e de emprego se deve mais a problemas estruturais e décadas de subfinanciamento de serviços públicos do que à presença de estrangeiros. Esses grupos afirmam que os imigrantes não são responsáveis pela falta de acesso a serviços como saúde e educação, e pedem a Trudeau que reconsidere a abordagem restritiva.

A mudança nas políticas migratórias também afeta as instituições de ensino superior, que temem uma redução na receita devido à limitação do número de estudantes estrangeiros, um grupo que alcançou 800.000 em 2022. A decisão pode levar muitos estudantes internacionais a optarem por outros destinos educacionais se o Canadá não flexibilizar sua postura.

Esse ajuste reflete o esforço do governo canadense para responder às crescentes preocupações dos seus cidadãos e buscar um equilíbrio em seu sistema de imigração, um pilar que, segundo Trudeau, tem sido “flexível e responsável”, mas que agora está passando por uma revisão profunda para se adaptar aos tempos atuais.

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