Plataformas feministas confirmaram nesta segunda-feira o feminicídio de Tamara Carreras Martínez, de 57 anos, que foi atacada por seu parceiro no dia 24 de outubro, em plena via pública no centro da cidade de Santiago de Cuba.
"Ao contrário do que transeuntes a defenderam, Tamara não sobreviveu ao ataque. Seu agressor foi preso", acrescentaram em uma publicação conjunta o Observatório de Gênero Alas Tensas (OGAT) e o YoSíTeCreo em Cuba (YSTCC).
"Nossas condolências vão para seu único filho, que é maior de idade, e demais familiares e pessoas próximas, assim como para seu grupo de trabalho na Universidade de Oriente", acrescentaram ambas as plataformas, que atualizaram o número de crimes machistas até o momento no ano.
Até 28 de outubro, o subregisto feito pelos mencionados observatórios é de 43 feminicídios, cinco tentativas de feminicídio, seis casos que necessitam de acesso à investigação policial e dois assassinatos de homens por motivos de gênero.
Além disso, estão sendo investigados supostos feminicídios em Las Tunas, em Matanzas, em Camagüey e em Guantánamo.
Tamara Carreras Martínez, a mais recente vítima da violência machista em Cuba, era funcionária da área de Informatização na Universidade de Oriente, instituição educacional que até publicou uma nota de condolências em suas redes sociais, embora não tenha especificado a causa da morte.
Conforme informou anteriormente o jornalista Yosmany Mayeta Labrada, o agressor foi agredido por moradores do bairro que testemunharam o feminicídio.
Tamara Carrera Martínez completaria 58 anos no próximo mês de novembro e morava na rua San Antonio, entre Barnada e San Agustín.
Um vizinho que pediu anonimato à fonte mencionada indicou que a mulher sofria maus-tratos.
"O marido é muito tóxico e a estava sufocando", apontou.
A vítima tinha um filho, Ariel Despaigne Carreras, que foi surpreendido por essa tragédia enquanto fazia a travessia migratória pela América Central.
Há apenas alguns dias foi confirmado o feminicídio de Yucleidis "Cuca" Morales na mesma província, nesse caso em Baltony, no conselho popular Los Reynaldo, no município Songo-La Maya.
Em agosto, o regime revelou que em 2023 foram julgados em tribunais 60 casos de assassinatos de mulheres de 15 anos ou mais por razões de gênero, dos quais 50 (83,3%) foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros, e o restante por outros agressores, segundo dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.
Também foram julgados 378 casos de violência sexual e um número indeterminado de mulheres sofreu lesões após ataques de seus ex-parceiros.
No Código Penal cubano, o feminicídio não está tipificado como crime e também não são utilizados os termos “feminicídio” ou “crime machista”.
A oficialista Federação de Mulheres Cubanas (FMC) admitiu que mais de 16.000 mulheres e meninas, de 9.579 famílias, vivem em situação de violência no país.
O governo criou em julho um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no âmbito familiar.
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