Tamara Carreras Martínez, de 57 anos e residente na cidade de Santiago de Cuba, foi assassinada nesta quinta-feira pelo seu parceiro em plena rua, segundo informou o jornalista Yosmany Mayeta.
A vítima era trabalhadora da área de Informática na Universidade de Oriente. A entidade educacional publicou uma breve nota de condolências, na qual não precisaram a causa da morte.
“A comunidade universitária lamenta o falecimento infeliz da compañera Tamara Carrera Martínez, aos 57 anos, funcionária da Direção de Informatização da nossa Universidade”, escreveu a alta casa de estudos em seu perfil no Facebook.
“Notícias como esta nos entristecem e enchem de pesar. A seus familiares e amigos, enviamos nossas sinceras condolências”, acrescentaram.
Segundo Mayeta Labrada, o agressor foi agredido por vizinhos do bairro que foram testemunhas da agressão.
Imagens divulgadas mostraram o momento em que o agressor -cuja identidade não foi revelada- era levado para um hospital. Não há informações sobre seu estado de saúde.
Tamara Carrera Martínez teria completado 58 anos no próximo mês de novembro e morava na rua San Antonio, entre Barnada e San Agustín.
Um vizinho que pediu anonimato à fonte citada indicou que a mulher sofria maus tratos.
"O marido é bem tóxico e a tinha sufocada", destacou.
A vítima tinha um filho, Ariel Despaigne Carreras, que, segundo apontou o mesmo vizinho, estava "fora do país", “cruzando”, há alguns dias, supõe-se que fazendo a travessia migratória pela América Central.
O jovem reconheceu em várias respostas no post de Mayeta ter ficado sabendo da terrível notícia longe do país.
"Enterar-se assim de longe dói", escreveu, além de agradecer um por um os mensagens que centenas de usuários lhe enviaram publicamente lamentando a notícia.
"Muito obrigado aos meus vizinhos e familiares pelo seu apoio total", resumiu em outra dessas mensagens.
Tamara Carreras seria o segundo feminicídio em Santiago de Cuba do qual se tem notícia neste mês.
Há apenas alguns dias foi confirmado o feminicídio de Yucleidis “Cuca” Morales na mesma província, nesse caso em Baltony, no conselho popular Los Reynaldo, no município Songo-La Maya.
Até o fechamento desta nota, plataformas feministas não relataram em suas redes o mais recente feminicídio ocorrido em Santiago de Cuba.
De confirmarse como tal, se elevaria a 43 a cifra de crimes por violência machista verificados por plataformas independentes no que vai de 2024.
Em agosto, o regime revelou que em 2023 foram julgados em tribunais 60 casos de assassinatos de mulheres de 15 anos ou mais por razões de gênero, dos quais 50 (83,3%) foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros, e o restante por outros agressores, de acordo com dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.
Também foram julgados 378 casos de violência sexual e um número não especificado de mulheres ficou com lesões após ataques de seus ex-parceiros.
No Código Penal cubano, o feminicídio não está tipificado como crime e também não são utilizados os termos “feminicídio” ou “crime machista”.
A oficialista Federação de Mulheres Cubanas (FMC) admitiu que mais de 16.000 mulheres e meninas, de 9.579 famílias, vivem em situação de violência no país.
O governo criou em julho um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no âmbito familiar.
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