Assassinato de uma mulher em Santiago de Cuba eleva para 40 os feminicídios no país em 2024.

Dagnis Alida Hernández Milanés, de 39 anos e mãe de dois filhos, perdeu a vida no dia 13 de outubro devido aos ferimentos causados naquele dia por seu ex-parceiro, que a atacou em sua casa no bairro de San Pedrito, na cidade de Santiago de Cuba.

La violencia machista ha cobrado la vida de al menos 40 cubanas en lo que va de año © Wikimedia Commons
A violência machista cobrou a vida de pelo menos 40 cubanas até agora este ano.Foto © Wikimedia Commons

Plataformas independentes dedicadas ao registro de casos de violência machista em Cuba confirmaram o assassinato de uma mulher em Santiago de Cuba pelas mãos de seu ex-parceiro no último domingo, crime que eleva a 40 o número de feminicídios no país durante 2024.

Dagnis Alida Hernández Milanés, de 39 anos e mãe de dois filhos, perdeu a vida no dia 13 de outubro "a causa dos ferimentos provocados nesse mesmo dia por seu ex-parceiro, quando a atacou em sua casa no bairro de San Pedrito, na cidade de Santiago de Cuba", informaram nesta quarta-feira os observatórios de gênero da revista Alas Tensas (OGAT) e YoSíTeCreo em Cuba (YSTCC).

O assassinato de Hernández foi presenciado por seu filho de 11 anos, que estava em casa quando o ex-marido da vítima irrompeu e a agrediu com uma arma branca, de acordo com as informações que surgiram no mesmo domingo.

A mulher foi levada de urgência ao Hospital Provincial Saturnino Lora e submetida a uma intervenção cirúrgica, mas não sobreviveu aos ferimentos causados por seu agressor.

Captura do Facebook/YoSíTeCreo em Cuba

OGAT e YSTCC confirmaram, além disso, que Hernández “tinha feito denúncias anteriores na polícia contra seu agressor”, como revelaram à imprensa e a ativistas pessoas próximas ao seu círculo.

As plataformas enviaram condolências ao filho menor de idade de Hernández e à sua filha maior de idade, assim como a outros familiares e pessoas próximas.

Até a data, as plataformas também verificaram cinco tentativas de feminicídio, seis casos que precisam de acesso à investigação policial e dois assassinatos de homens por motivos de gênero.

Além disso, estão investigando outros seis possíveis feminicídios, em Matanzas (2), Las Tunas (1), Camagüey (1), Guantánamo (1) e Santiago de Cuba (1).

Na semana anterior, soube-se que a jovem Liz Yohana Jiménez Morales, de 18 anos, foi assassinada por seu namorado adolescente em sua própria casa, em Mayajigua, município de Yaguajay, Sancti Spíritus.

A oficialista Federação de Mulheres Cubanas (FMC) admitiu que mais de 16.000 mulheres e meninas, de 9.579 famílias, vivem em situação de violência no país.

A organização também reconheceu que, a partir da pandemia de COVID-19, houve um aumento dos feminicídios em Cuba, embora se recuse a usar esse termo e empregue o de femicídio.

Em agosto passado, o regime revelou que em 2023 foram julgados em tribunais 60 casos de assassinatos de mulheres de 15 anos ou mais por razões de gênero, dos quais 50 (83,3%) foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros, e o restante por outros agressores, segundo dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.

Também foram julgados 378 casos de violência sexual e um número não especificado de mulheres ficou com ferimentos após ataques de seus ex-parceiros.

O governo cubano criou em julho um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no contexto familiar, conforme anunciado em uma reunião do Conselho de Ministros.

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