Plataformas independentes dedicadas ao registro de casos de violência machista em Cuba confirmaram o assassinato de uma mulher em Santiago de Cuba pelas mãos de seu ex-parceiro no último domingo, crime que eleva a 40 o número de feminicídios no país durante 2024.
Dagnis Alida Hernández Milanés, de 39 anos e mãe de dois filhos, perdeu a vida no dia 13 de outubro "a causa dos ferimentos provocados nesse mesmo dia por seu ex-parceiro, quando a atacou em sua casa no bairro de San Pedrito, na cidade de Santiago de Cuba", informaram nesta quarta-feira os observatórios de gênero da revista Alas Tensas (OGAT) e YoSíTeCreo em Cuba (YSTCC).
O assassinato de Hernández foi presenciado por seu filho de 11 anos, que estava em casa quando o ex-marido da vítima irrompeu e a agrediu com uma arma branca, de acordo com as informações que surgiram no mesmo domingo.
A mulher foi levada de urgência ao Hospital Provincial Saturnino Lora e submetida a uma intervenção cirúrgica, mas não sobreviveu aos ferimentos causados por seu agressor.
OGAT e YSTCC confirmaram, além disso, que Hernández “tinha feito denúncias anteriores na polícia contra seu agressor”, como revelaram à imprensa e a ativistas pessoas próximas ao seu círculo.
As plataformas enviaram condolências ao filho menor de idade de Hernández e à sua filha maior de idade, assim como a outros familiares e pessoas próximas.
Até a data, as plataformas também verificaram cinco tentativas de feminicídio, seis casos que precisam de acesso à investigação policial e dois assassinatos de homens por motivos de gênero.
Além disso, estão investigando outros seis possíveis feminicídios, em Matanzas (2), Las Tunas (1), Camagüey (1), Guantánamo (1) e Santiago de Cuba (1).
Na semana anterior, soube-se que a jovem Liz Yohana Jiménez Morales, de 18 anos, foi assassinada por seu namorado adolescente em sua própria casa, em Mayajigua, município de Yaguajay, Sancti Spíritus.
A oficialista Federação de Mulheres Cubanas (FMC) admitiu que mais de 16.000 mulheres e meninas, de 9.579 famílias, vivem em situação de violência no país.
A organização também reconheceu que, a partir da pandemia de COVID-19, houve um aumento dos feminicídios em Cuba, embora se recuse a usar esse termo e empregue o de femicídio.
Em agosto passado, o regime revelou que em 2023 foram julgados em tribunais 60 casos de assassinatos de mulheres de 15 anos ou mais por razões de gênero, dos quais 50 (83,3%) foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros, e o restante por outros agressores, segundo dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.
Também foram julgados 378 casos de violência sexual e um número não especificado de mulheres ficou com ferimentos após ataques de seus ex-parceiros.
O governo cubano criou em julho um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no contexto familiar, conforme anunciado em uma reunião do Conselho de Ministros.
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