Em meio a uma cruzada contra as redes sociais, o mandatário da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou o TikTok, propriedade do empresário chinês Zhang Yiming, de estar promovendo uma guerra civil na Venezuela.
As acusações contra os proprietários da plataforma de microvídeos surgem quando a comunidade internacional questiona se Maduro ganhou nas eleições de 28 de julho, e o povo venezuelano saiu às ruas para rejeitar a contagem oficial.
Maduro também ordenou bloquear outras redes como X na semana passada, e antes pediu aos venezuelanos que eliminassem o Whatsapp, plataformas pelas quais a população se mantém informada em meio à censura generalizada na Venezuela.
“Miren lo inmoral que es o TikTok, acuso os diretores e proprietários do TikTok em nível mundial de querer a guerra civil na Venezuela, de apoiar o fascismo na América Latina e no mundo.”, disse em uma reunião com altos funcionários do Estado.
Além disso, o ditador chavista criticou que a plataforma tenha suspenso sua capacidade de realizar transmissões ao vivo após uma transmissão que mostrava uma exposição do procurador-geral Tarek William Saab sobre a violência relacionada com os protestos eleitorais, que deixaram 25 mortos e mais de 2.400 detidos, segundo fontes estatais.
Em resposta, Maduro ordenou a suspensão do TikTok na Venezuela por um período de 10 dias.
"Os fatos de violência vêm de vocês, todos esses vídeos são do TikTok", disse, argumentando sua decisão.
Acusou a rede social de transmitir ao vivo atos de violência durante os dias de maior protesto contra sua vitória eleitoral, incluindo ataques a instalações públicas, os quais o ditador atribuiu à principal coalizão de oposição.
Na semana passada, Maduro ordenou bloquear a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, por um período de dez dias na Venezuela; e acusou seu proprietário, Elon Musk, de fazer parte de um "golpe de Estado cibernético" contra ele.
Como fez agora com o TikTok, justificou a censura desta plataforma argumentando que é utilizada para semear violência e ódio do exterior.
A decisão, anunciada nesta quinta-feira, busca que a empresa, propriedade de Elon Musk, apresente "recaudos" diante das autoridades venezuelanas. Assim o expressou Maduro durante um ato político no qual voltou a atacar o magnata de origem sul-africana.
As denúncias de fraude eleitoral orquestrado pelo chavismo se agravam com a demora do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em publicar os resultados oficiais, o que tem provocado críticas internacionais.
A Plataforma Unitaria Democrática (PUD), principal aliança oposicionista, publicou 83,5% das atas eleitorais que confirmariam que o candidato opositor, Edmundo González Urrutia, seria o legítimo vencedor das eleições com mais de 30 pontos de vantagem.
O que você acha?
COMENTARArquivado em: