Maduro rejeita asilo, salvoconductos e qualquer negociação com María Corina Machado.

A duas semanas das eleições, Nicolás Maduro não cede e mantém-se firme ao afirmar que ele é o presidente eleito.


Nicolás Maduro aproveitou sua recente visita ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para reafirmar sua intenção de permanecer no poder, deixando claro que não tem planos de abandonar o Palácio de Miraflores.

Durante seu discurso, o governante venezuelano desconsiderou qualquer possibilidade de negociação com a líder oposicionista María Corina Machado, afirmando que o único que deve negociar com Machado é o procurador-geral do país.

Essa declaração foi acompanhada de uma série de insultos e ameaças à oposição.

Maduro qualificou Machado de "terrorista foragida da justiça", apesar de não haver nenhuma ordem de prisão contra ela.

A negativa do mandatário foi uma resposta à proposta de Machado de negociar uma transição democrática, na qual Maduro receberia "garantias, salvoconduz e incentivos" para deixar o poder.

Essa oferta surgiu depois que se soube, segundo The Economist, que Washington ofereceu a Maduro "o que quiser" em troca de reconhecer sua derrota eleitoral.

Neste contexto, o novo presidente do Panamá, Raúl Mulino, revelou sua disposição para que seu país fosse sede de uma transição que permitisse a saída de Maduro para um terceiro país de forma pacífica.

Mulino, junto a outros líderes latino-americanos que se opõem ao regime venezuelano, tem estado organizando uma cúpula para abordar a crise na Venezuela.

Embora o Panamá tenha se oferecido como sede inicial, parece mais provável que a reunião aconteça em Santo Domingo, coincidentemente com a posse do presidente dominicano Luis Abinader.

Paralelamente, permanece em espera uma minicúpula entre os presidentes de esquerda do Brasil, México e Colômbia, que lideram a mediação internacional na crise venezuelana.

Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro insistiram que seja o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) quem publique os resultados completos das recentes eleições.

Apesar de terem se passado duas semanas desde as eleições de 28 de julho, a única informação pública sobre os resultados vem da oposição democrática, que publicou 83% das atas oficiais online.

Enquanto isso, o chavismo se recusa a tornar públicas as atas, alegando um suposto hackeamento vindo da Macedônia do Norte.

A crise foi transferida para o TSJ, que atua como a principal ferramenta de repressão do regime contra a oposição.

O Centro Carter, o único organismo independente que supervisionou as eleições, confirmou a vitória do candidato opositor Edmundo González Urrutia, que obteve 67% dos votos, superando Maduro, que teria alcançado apenas 30%.

Apesar das ameaças contra sua vida, María Corina Machado reiterou sua determinação de continuar a luta nas ruas até que "a verdade se imponha e a soberania popular seja respeitada".

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