O governo cubano negou o envio de pessoal de informática para a Venezuela para apoiar a eleição presidencial naquele país, considerada uma fraude do governante Nicolás Maduro.
"É absolutamente falso que desde Cuba teriam viajado para a Venezuela especialistas em ciências da computação ou de outra área, com o propósito de modificar os resultados das eleições presidenciais naquele país", afirma um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba (MINREX).
A Chancelaria cubana qualifica de uma “acusação infundada e fabricada” pelo vice-presidente colombiano (2002-2010) Francisco Santos e que “não vem acompanhada de evidências, porque estas não existem”.
Sobre Santos, o MINREX afirma que é um funcionário “conhecido por sua participação ativa em campanhas de tergiversações e por seu envolvimento em diversos escândalos políticos”.
Assim, citam que “em dezembro de 2021, inventou que o comandante de um grupo armado guerrilheiro colombiano Iván Márquez estaria em Cuba, o que foi categoricamente desmentido pela realidade”.
O Ministério cubano conclui que "a construção politicamente motivada de uma matriz de mentiras que atribui a Cuba responsabilidades pelos resultados alcançados pelos contendores nas eleições na Venezuela é assumida como uma verdade por aqueles que tradicionalmente participam nas campanhas de deturpações" sobre o país.
Santos, que foi vice-presidente nos dois mandatos presidenciais de Álvaro Uribe Vélez e Embaixador da Colômbia nos Estados Unidos entre 2018 e 2021, no governo de Iván Duque, conversou esta semana com a revista Semana, onde afirmou que “a democracia na América Latina está em perigo”.
“Porque a Venezuela, com Maduro, é Cuba em esteroides. Cuba patrocinou grupos guerrilheiros, financiou grupos guerrilheiros, financiou o narcotráfico e viveu do narcotráfico. A Venezuela é Cuba elevado à N. Isso quer dizer que a democracia na América Latina está em um tremendo perigo”, manifestou.
Com relação às acusações de intervencionismo do governo cubano nas eleições que proclamaram vencedor Nicolás Maduro na Venezuela e nas posteriores manifestações de descontentamento do povo venezuelano que se traduziram em protestos, o MINREX saiu na semana passada para negar que tenha havido movimento de pessoas e de documentação em direção a Caracas.
“A Declaração do Ministério das Relações Exteriores de 31 de julho de 2024, denunciou que o povo venezuelano enfrenta a manipulação midiática e política juntamente com o assédio imperialista, a intromissão externa e a investida oportunista das oligarquias e seus representantes”, afirma o MINREX em um comunicado; e alude a uma nota emitida anteriormente onde reafirmam seu alinhamento e reconhecem a proclamiação de Maduro para um terceiro período presidencial (2025-2031).
O governo cubano é um dos poucos que reconhece os resultados eleitorais na Venezuela, e que até mesmo parabenizou Maduro por sua questionada proclamação como vencedor.
Ele o fez junto a países aliados do regime venezuelano, entre os quais estão Rússia, China, Irã, Nicarágua, entre outros. Políticos, organizações não governamentais e observadores eleitorais denunciaram múltiplas irregularidades nas eleições.
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