Após o regime anunciar a implementação de limites de preços em seis produtos básicos de alta demanda, o governo de Cienfuegos detectou que alguns vendedores mostraram descontentamento com a medida ao ocultarem as mercadorias.
Um relatório do jornal oficialista 5 de Septiembre informou que frango em pedaços e óleo são os produtos mais frequentemente ocultados.
Esta situação resultou em "uma dúzia de vendas forçadas desses produtos pelos proprietários das mercadorias", disse o portal de notícias.
O mesmo aconteceu com outras vendas forçadas de produtos agrícolas em alguns municípios da província, mas principalmente na área central.
O site alinhado com o oficialismo atacou as formas de gestão não estatais (FGNE) ao afirmar que justificam os preços a partir de "cadeias de ilegalidades e comparações manipuladas".
Na rede de lojas que recolhem moeda estrangeira, o litro de óleo é vendido a 3,15 MLC, o que, de acordo com a taxa de câmbio oficial de 1 X 120 pesos, equivaleria a 378,00 CUP," afirmou o relatório.
Enfatizou que as micro, pequenas e médias empresas e outros novos atores econômicos pretendem vender o mesmo produto a um preço maior, "sob o argumento de terem que se reabastecer no mercado informal", apontou o jornal em sua versão digital, desconhecendo totalmente que esses comerciantes são obrigados pelo regime a comprar divisas "na rua", devido à ausência de um mercado formal de câmbio.
Ele destacou que as FGNE devem vender o óleo ao preço aprovado de 950.00 CUP por litro, o que, segundo o jornal, se traduziria em 2.76 MLC em média, caso contrário estariam "tentando oficializar os tipos de câmbio elaborados por algoritmos duvidosos e apoiando a ilegalidade".
O relatório também destacou que, em menor medida, tem sido evidenciado que "a tendência de aumentar os preços de outros produtos que o mesmo vendedor oferece está se proliferando, tentando garantir, com sua comercialização, o volume de lucros antes alcançado com os produtos que foram limitados".
Daí que o portal de notícias, porta-voz do regime, ameaçou: "isso pode levar a novos preços abusivos e exige que todos enfrentem a rastreabilidade e legalidade dos custos do comerciante".
No entanto, nesta quarta-feira, Manuel Marrero Cruz, primeiro-ministro de Cuba, negou que haja uma cruzada contra os negócios privados, embora tenha pedido aos atores não estatais que pensem menos em seus lucros e contribuam para a sociedade.
Frente aos membros da Assembleia Nacional, Marrero Cruz deixou claro que o regime não planeja eliminar os negócios privados: "Não estamos aqui para fechá-los", disse, de acordo com um trecho transmitido no estatal Canal Caribe.
No entanto, Marrero defendeu os altos preços das lojas em Moeda Livremente Conversível em oposição ao limite estabelecido para as FNEG, alegando que o governo compra em mercados caros e com menos benefícios.
O funcionário reconheceu que os preços das lojas estatais em MLC são mais caros do que alguns produtos encontrados; mas defendeu que "é injusto fazer essa análise" comparativa.
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