O mercado informal de divisas em Cuba amanhece neste 20 de dezembro com uma novidade: diminui o preço da Moeda Livremente Conversível (MLC).
A primeira hora deste sábado, a moeda digital com que opera o regime cubano caiu de 315 para 310 CUP, o que representa uma diminuição de cinco unidades em relação ao seu valor do dia anterior.
Tal desplome t ocorre após um aumento que foi registrado na véspera da MLC, impulsionado pelas expectativas geradas após a entrada em vigor da taxa oficial "flutuante", que prometeu estabilidade para a Moneda Livremente Conversível e tentou apagar a previsão de sua potencial desaparição.
No caso do dólar e do euro, não há mudanças hoje: a moeda americana permanece cotada a 440 CUP e a europeia a 480 CUP, conforme revela o boletim diário do meio independente elTOQUE, que documenta as oscilações de preço das divisas em Cuba.
Evolução da taxa de câmbio
Por terceiro dia consecutivo, o dólar e o euro permanecem estáveis no mercado informal cubano.
De momento, a chamada "taxa flutuante" do governo cubano não conseguiu influenciar o mercado paralelo das duas moedas mais importantes que operam na ilha.
Segundo o meio independente elTOQUE, o dólar e o euro mantêm valores similares há dias, o que reflete estabilidade apesar do anúncio governamental.
Taxa de câmbio hoje 20/12/2025 - 7:08 a.m. em Cuba:
Tasa de câmbio do dólar USD para CUP segundo elTOQUE: 440 CUP.
Tasa de câmbio do euro EUR para CUP de acordo com elTOQUE: 480 CUP.
Tasa de câmbio do MLC para CUP segundo elTOQUE: 310 CUP.
Equivalência de notas de Dólar Americano (USD) a Peso Cubano (CUP), de acordo com as taxas de câmbio deste 20 de dezembro:
1 USD = 440 CUP.
5 USD = 2.200 CUP.
10 USD = 4.400 CUP.
20 USD = 8.800 CUP.
50 USD = 22.000 CUP.
100 USD = 44.000 CUP.
Equivalência de bilhetes de Euros (EUR) a Peso Cubano (CUP):
1 EUR = 480 CUP.
5 EUR = 2.400 CUP.
10 EUR = 4.800 CUP.
20 EUR = 9.600 CUP.
50 EUR = 24.000 CUP.
100 EUR = 48.000 CUP.
200 EUR = 96.000 CUP.
500 EUR = 240.000 CUP.
Taxa flutuante em vigor
Desde a última quinta-feira, Cuba lançou um novo esquema de câmbio. O Banco Central ativou uma taxa flutuante para cidadãos e privados, como parte de uma reforma gradual que busca reduzir a informalidade e reorganizar o fluxo de divisas.
O novo sistema está estruturado em três segmentos:
Segmento I (1x24 CUP): operações estatais essenciais.
Segmento II (1x120 CUP): empresas com receitas externas.
Segmento III (taxa flutuante): para pessoas físicas e mipymes, publicada diariamente pelo BCC.
A meta declarada: avançar rumo a uma futura unificação sem provocar um colapso monetário.
Até o fechamento desta nota, não foi divulgado o valor das divisas da taxa flutuante oficial para este sábado.
Até ontem, mantinham-se com pouca variação: O dólar oficial estava em 410 CUP: o euro em 480,77 CUP e a MLC girava em torno de 300 CUP.
O que muda para os cidadãos e para os negócios?
As pessoas poderão vender divisas à nova taxa oficial e comprar até 100 USD por meio de turnos digitais. A oferta continua limitada: será vendido apenas o que for captado por vias legais (remessas, exportações, etc.).
Os trabalhadores autônomos e as mipymes poderão adquirir divisas a partir de contas fiscais, até 50% de seus rendimentos brutos trimestrais, sem a necessidade de recorrer ao mercado informal.
Reforma ou resignação?
A introdução da taxa flutuante representa, na prática, uma validação do mercado informal, que durante anos marcou o verdadeiro valor do peso cubano.
O redesenho pode organizar certos fluxos, mas não substitui a falta de confiança no sistema financeiro estatal. Sem transparência, liquidez e reformas estruturais, esta medida corre o risco de ser um remendo a mais em um modelo que perdeu credibilidade.
Em plataformas oficiais como Cubadebate, centenas de internautas reagiram com ironia às novas tarifas, qualificando-as de uma “reeditação estatal” do mercado negro.
“Tanto criticar o elTOQUE para terminar igual”, escreveu um comentarista.
O Programa de Estabilização Macroeconômica do regime busca avançar em direção a uma eventual unificação cambial, mas enfrenta ceticismo devido à falta de transparência e à escassez de dinheiro em espécie.
Com um salário médio equivalente a 16 dólares mensais na taxa oficial, os cubanos continuam dependendo do mercado informal para acessar divisas e produtos básicos.
A entrada em vigor da taxa flutuante, mais do que uma tentativa de controle, parece uma validação implícita do mercado informal, que durante anos tem refletido o valor real do peso cubano.
Sem reformas estruturais e sem garantias de liquidez, a medida poderia se tornar mais um remendo dentro de um modelo econômico esgotado e desconectado da realidade cotidiana do país.
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