Vários cubanos entre os 12 acusados de tráfico de imigrantes e fraude de asilo nos EUA.

Durante quatro anos, a rede entrou ilegalmente com milhares de pessoas nos EUA. Cobram entre $1.500 e $40.000 e alugaram aviões privados para transferi-las.

Homem detido (Imagem de referência)Foto © CiberCuba / Sora

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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que vários cidadãos cubanos estão entre os 12 acusados de integrar uma rede criminal internacional dedicada ao tráfico de imigrantes, fraude de asilo e lavagem de dinheiro.

A organização, que operou por mais de quatro anos, teria introduzido ilegalmente milhares de pessoas no país, explorando as vulnerabilidades do sistema migratório.

"Essa organização criminosa operava como uma fachada para solicitações de asilo falsas, gerando pedidos frívolos em todo o país", revelou Joseph Edlow, diretor do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS). em um comunicado.

Uma conspiração internacional

Segundo os documentos judiciais, os acusados gerenciavam uma prolífica operação de tráfico de estrangeiros que oferecia a cidadãos cubanos a possibilidade de entrar nos Estados Unidos por meio de solicitações fraudulentas de visto e programas de asilo inventados.

Para isso, criaram uma fachada empresarial sob o nome de Asesoría y Servicios Migratorios LLC, com a qual ofereciam permissões de trabalho e residência em troca de grandes quantias de dinheiro.

O que começou como um esquema limitado se transformou em uma empresa comercial que chegou a faturar mais de 18 milhões de dólares.

Os acusados cobravam entre 1.500 e 40.000 dólares por pessoa, chegando até a alugar aviões particulares para transportar grupos inteiros de estrangeiros.

Sozinhos em voos, gastaram mais de 2,5 milhões de dólares e canalizaram pelo menos 7 milhões através de aplicativos de pagamento como Zelle.

Publicidade enganosa e exploração nas redes sociais

Para captar clientes, os envolvidos promoviam seus serviços nas redes sociais e até em grupos de WhatsApp, como um intitulado "TRÂMITE DE ESTA E VISTO DE TURISMO PARA OS EUA PARA CIDADÃOS ESPANHÓIS".

Nos anúncios, eram exibidos passaportes, vistos aprovados e montanhas de dinheiro, criando uma falsa imagem de legitimidade.

Em paralelo, publicavam vídeos de estrangeiros sendo introduzidos ilegalmente no país.

Além disso, elaboravam solicitações de asilo pré-fabricadas que apresentavam sem o conhecimento dos clientes, que até mesmo eram bloqueados de acessar suas contas online do USCIS.

Casos de menores e manipulação migratória

O Departamento de Justiça denunciou que a rede também traficava com menores não acompanhados.

Em um caso específico, uma adolescente foi orientada a se passar por amiga de toda a vida de um adulto sem parentesco, a fim de cruzar a fronteira.

As autoridades ressaltaram que essas práticas não apenas violavam a lei, mas também colocavam em grave risco as vítimas, muitas das quais se encontravam em situações de vulnerabilidade extrema.

"Fazendo-se passar por um serviço de imigração legítimo, os acusados usaram promoções nas redes sociais e documentos legais falsificados para atrair novos clientes e perpetuar seu fraude", disse Matthew R. Galeotti, promotor adjunto interino.

Os acusados

Entre os acusados estão residentes da Flórida, Tennessee e Texas, além de cidadãos que ainda viviam em Cuba.

Eles são:

Lázaro Alain Cabrera-Rodríguez, 27, Hialeah, FL (residente ilegal);

Yuniel Lima-Santos, 30, Tampa, FL;

Liannys Yaiselys Vega-Pérez, 26 anos, Lebanon, TN (residente ilegal);

Marianny Lucia Lopez-Torres, 25 anos, residente em Cuba, anteriormente em Hialeah, FL;

Frandy Aragon-Diaz, 33 anos, Cuba, anteriormente em Tampa, FL (residente ilegal);

Erik Ventura-Castro, 23 anos, Hialeah, FL;

Miguel Alejandro Martínez Vasconcelos, 30, Tampa, FL;

Walbis Pozo-Dutel, 30, Katy, TX;

Emanuel Martínez González, 28 anos, Hialeah, FL (residente ilegal);

Luis Emmanuel Escalona-Marrero, 31, Tampa, FL;

Layra Libertad Treto Santos, 31, Tampa, FL;

Gisleivy Peralta Consuegra, 40, Tampa, FL.

Segundo o diretor interino do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE), Todd M. Lyons, durante vários anos o grupo "se aproveitou de pessoas vulneráveis e minou a confiança pública no sistema de imigração".

A acusação formal sustenta que os crimes incluem conspiração para tráfico de imigrantes, fraude de asilo e lavagem de dinheiro.

Alguns dos acusados enfrentam mais de uma acusação, dependendo de sua participação.

Reações das autoridades

As autoridades federais máximas sublinharam a magnitude da operação policial.

Pamela Bondi, procuradora-geral, assegurou que o Departamento de Justiça "processa o tráfico de pessoas com mais agressividade do que nunca".

O caso faz parte da Operação "Recuperemos América", que mobiliza todos os recursos do organismo para enfrentar a imigração ilegal e alcançar a eliminação total de cartéis e organizações criminosas transnacionais.

O chefe Jeffrey J. Dinise, da Patrulha Fronteiriça, foi categórico. "A mensagem é clara: os Estados Unidos estão fechados para a imigração ilegal e aqueles que tentarem enfrentarão consequências severas", afirmou.

O processo, que se estende de janeiro de 2021 até junho de 2025, marca um dos maiores golpes recentes contra o tráfico de imigrantes com conexões em Cuba e na Flórida.

Perguntas frequentes sobre a rede de tráfico de imigrantes e fraude de asilo nos EUA.

Quem são os principais envolvidos na rede de tráfico de imigrantes e fraude de asilo nos EUA?

Entre os implicados estão vários cidadãos cubanos, como Lázaro Alain Cabrera-Rodríguez, Yuniel Lima-Santos e Liannys Yaiselys Vega-Pérez, entre outros. Esses indivíduos operavam de diferentes estados dos EUA e também contavam com colaboradores em Cuba.

Quais eram as atividades ilegais da organização criminosa?

A organização se dedicava a traficar imigrantes, cometer fraude de asilo e lavar dinheiro. Utilizavam uma empresa fachada chamada Asesoría y Servicios Migratorios LLC para oferecer permissões de trabalho e residência em troca de grandes quantias de dinheiro. Além disso, criavam solicitações de asilo falsas e exploravam pessoas vulneráveis.

Como os membros da rede criminal captavam clientes?

A rede utilizava publicidade enganosa em redes sociais e grupos de WhatsApp para atrair clientes. Promoviam seus serviços exibindo passaportes e vistos aprovados, dando uma falsa aparência de legitimidade. Também criavam vídeos mostrando a entrada ilegal de estrangeiros nos Estados Unidos.

Quais riscos corriam as vítimas dessa rede de tráfico de imigrantes?

As vítimas corriam sérios riscos, pois eram exploradas e manipuladas. Além disso, muitas se encontravam em situações de vulnerabilidade extrema, o que as tornava mais suscetíveis a cair nas mãos dessas organizações criminosas. O tráfico de menores também foi parte das atividades delituosas denunciadas pelas autoridades.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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