Cuba importa mais de 16 milhões de ovos por mês da República Dominicana

A República Dominicana exporta para Cuba uma média de 16,5 milhões de ovos a cada mês, conforme informaram as autoridades daquele país.

O governo dominicano aumentou de maneira notável as vendas de ovos e outros produtos agropecuários para várias ilhas do Caribe e outros países, e em janeiro exportou 37 milhões de unidades de ovos para Cuba, Porto Rico e Guiana, afirmou o ministro da Agricultura, Limber Cruz, em uma conferência com a imprensa local.

O alto funcionário dominicano afirmou que as exportações correspondem aos excessos da produção, após satisfazer a demanda nacional.

Entre junho de 2023 e agosto de 2024, Cuba importou ovos da República Dominicana por um valor de 6.726.483 dólares.

Cuba também importa ovos de países como Colômbia e Estados Unidos. Além disso, estes últimos são comercializados nas lojas em divisas de propriedade do estado e pelas micro, pequenas e médias empresas (mipymes).

Também as lojas online vendem na ilha ovos provenientes dos EUA, embora o regime sustente que o embargo norte-americano o impede de comprar produtos alimentares básicos.

O governo cubano tem sido incapaz, nos últimos anos, de produzir a quantidade de ovos necessária para o abastecimento da população, em meio a uma profunda crise econômica, na qual o país tem enfrentado uma queda significativa na produção de proteína em geral.

As autoridades do regime atribuem a debacle do setor agropecuário à falta de insumos, à escassez de combustível e às condições climáticas. No entanto, essas últimas não parecem afetar a vizinha República Dominicana, apesar da proximidade geográfica com Cuba.

Segundo o governo cubano, a produção de ovos desabou devido à falta de rações e de financiamento para adquirir a matéria-prima. No mês de outubro passado, o ministro da Agricultura, Ydael Pérez Brito, revelou que, de produzir entre quatro e cinco milhões de ovos por dia, apenas se chega a 1.200.000, quando conseguem alimentar o rebanho.

Pérez Brito informou que, no programa de avicultura, há quatro anos eram registradas 8.000.000 de galinhas, entre as poedeiras, os reprodutores e os substitutos; no entanto, no ano passado, contavam-se apenas 3.000.000. “Nós diminuímos em 5.000.000 de galinhas em quatro anos”, admitiu então.

Devido à falta de um alimento historicamente essencial na dieta dos cubanos, o cartão de ovos chegou a alcançar preços astronômicos no mercado informal, que ultrapassam em muito o salário ou a aposentadoria mínimos.

Em 2024, cubanos denunciavam o custo exorbitante de uma “file” de posturas de galinha: 5.000 pesos no mercado negro, um preço que um trabalhador com um salário baixo ou um aposentado, com sua ínfima pensão, não conseguem pagar.

Em meio à crise alimentar, em meados do ano passado, revelou-se que a Empresa Avícola de Holguín (Avihol) teria sacrificado pelo menos 54.000 galinhas poedeiras devido à falta de ração para alimentá-las.

Meses depois, causou indignação entre cubanos a queima de um contêiner cheio de ovos em um armazém em Consolação do Sul, Pinar del Río. Aparentemente, a mercadoria estava estragada devido a más condições de conservação ou outro motivo; no entanto, não houve pronunciamento oficial sobre o alarmante ocorrido.

Perguntas frequentes sobre a importação de ovos em Cuba da República Dominicana