Economista expõe ao regime: "Cada vez que em Cuba se ampliam as vendas em dólares, as distorções se reforçam."

O economista Pedro Monreal critica a política de vendas em dólares em Cuba, apontando que reforça distorções econômicas e exclui aqueles que recebem rendimentos em pesos. A dolarização parcial aumenta a desigualdade.

Mercado Infanta e Santa MartaFoto © Facebook/Divisão Habana Oeste

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O economista cubano Pedro Monreal criticou as políticas econômicas do regime de Miguel Díaz-Canel, afirmando que a expansão do comércio em divisas aprofunda as "distorções econômicas" no país.

"Cada vez que em Cuba se ampliam as vendas em dólares reforçam-se as ‘distorções’ econômicas que o governo diz querer corrigir. Vender mais a cada dia em uma moeda na qual não se pagam salários e pensões é um erro de política econômica", disse Monreal em sua conta do X (antes Twitter).

As declarações do economista chegam em um contexto onde o governo cubano ampliou o acesso a bens básicos e de consumo através de lojas que somente aceitam dólares, e acabaram de anunciar novas medidas econômicas para corrigir distorções.

Monreal tem sido um crítico constante desse tipo de políticas que fomentam a fragmentação do mercado interno e criam um círculo vicioso onde a população sem acesso a divisas se vê cada vez mais limitada para adquirir bens essenciais.

A polêmica sobre a dolarização da economia em Cuba continua crescendo, enquanto a maioria dos cubanos segue enfrentando dificuldades para acessar produtos básicos em meio à inflação e à escassez.

A crise econômica em Cuba se aprofundou em 2024 e 2025 devido à dolarização parcial promovida pelo governo cubano. Esse processo gerou uma crescente desigualdade social e exclusão econômica para aqueles que têm apenas receitas em pesos cubanos.

Recentemente, o economista Miguel Alejandro Figueras também criticou a dolarização em Cuba e apontou que o regime não aplica medidas corretivas efetivas.

A abertura de lojas exclusivas em dólares, como as anunciadas pelo Ministério do Comércio Interno (Mincin), reforça a segmentação do mercado e dificulta o acesso a bens básicos para a maioria dos cubanos.

A restrição na venda de gasolina especial, agora acessível apenas mediante pagamento em dólares, é mais um exemplo das políticas econômicas restritivas aplicadas este ano.

Também é importante lembrar que o governo cubano anunciou o aumento dos preços da internet para captar mais divisas, o que agrava a crise.

A dolarização não é apenas uma medida econômica, mas também um mecanismo de controle político, que está gerando descontentamento e um aumento na precariedade econômica para a maioria dos cubanos.

Perguntas frequentes sobre a dolarização e a economia em Cuba

Por que a dolarização parcial em Cuba é criticada por economistas?

A dolarização parcial em Cuba é criticada porque aprofunda as distorções econômicas e aumenta a desigualdade social. Economistas como Pedro Monreal argumentam que essa medida exclui aqueles que não recebem rendimentos em divisas, dificultando seu acesso a bens essenciais e exacerbando a segmentação do mercado. Além disso, considera-se um mecanismo de controle político mais do que uma necessidade econômica, reforçando o poder do Estado sobre as divisas e evitando a criação de um mercado cambial funcional.

Qual é o impacto das lojas que operam em dólares na economia cubana?

As lojas que operam em dólares em Cuba reforçam a segmentação do mercado e dificultam o acesso a bens básicos para a maioria dos cubanos que recebem seus rendimentos em pesos. Essas lojas aumentam a demanda por dólares no mercado informal e contribuem para a crise econômica ao limitar a capacidade de compra da população, gerando um ambiente de exclusão econômica e social.

Quais são as consequências da falta de um mercado cambial equilibrado em Cuba?

A falta de um mercado cambial equilibrado em Cuba perpetua a informalidade e gera incerteza econômica. Sem um sistema de câmbio legal e acessível, o setor privado e a população dependem do mercado informal para obter moedas estrangeiras, o que aumenta as desigualdades econômicas e dificulta a estabilidade econômica. Isso afeta a competitividade do setor privado e limita as oportunidades de investimento estrangeiro.

Como a política econômica do regime cubano afeta o bem-estar da população?

A política econômica do regime cubano piorou o bem-estar da população ao implementar medidas restritivas e priorizar o controle estatal sobre o desenvolvimento econômico. A combinação de austeridade fiscal, investimento desproporcional no turismo e a dolarização parcial resultou em um deterioração dos serviços públicos, perda do poder de compra dos trabalhadores e aumento das desigualdades sociais. Isso mantém a população em uma situação de crescente precariedade.

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