A Rússia ativa um novo registro migratório que ameaça com mais deportações

A entrada em vigor desta medida está em consonância com a assinatura de uma lei pelo presidente russo, Vladimir Putin, no passado mês de agosto de 2024.

Ilustração com pessoas migrantes na Rússia (Imagem de Referência)Foto © X/ Grok

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A partir de 5 de fevereiro, o Ministério do Interior russo implementará um novo registro de pessoas controladas, que incluirá todos os estrangeiros que se encontrem ilegalmente na Rússia, informaram fontes oficiais.

Este registro será utilizado para verificar os estrangeiros antes de seu emprego, inscrição de filhos em instituições educacionais, registro de propriedades ou trâmites matrimoniais, explicou Vladimir Shkunov, administrador do grupo de Facebook “Rússia para Cubanos”.

Captura de Facebook/Vladimir Shkunov

O registro estará disponível para empregadores, instituições educacionais e outras entidades, permitindo-lhes verificar o status legal dos migrantes antes de oferecer serviços ou emprego.

Este regime legal se aplica a estrangeiros e apátridas que se encontram ilegalmente na Rússia (por exemplo, aqueles cujo visto de residência temporária expirou ou cujo visto foi cancelado). Aplica-se desde o momento em que o migrante se inscreve no registro de pessoas controladas. O regime de expulsão prevê a imposição de proibições.

Os migrantes inscritos no podem abrir um negócio, comprar bens imóveis e transporte, contrair matrimoniar, mudar de residência sem a autorização da autoridade de migração. Os funcionários supervisionarão o cumprimento dessas proibições.

Também será implementado o controle estatal no campo da migração. Por exemplo, a verificação de documentos e o registro obrigatório das impressões digitais do migrante serão possíveis. Uma pessoa pode ser internada em uma instituição especial por 48 horas e, por ordem judicial, por um período mais longo.

Será excluído do registro de pessoas controladas nos seguintes casos: saída da Rússia; aquisição de motivos legais para permanecer no país; cancelamento ou reconhecimento de uma decisão ilegal que serviu como motivo para sua inclusão no registro; morte.

O Governo da Federação Russa determinará o procedimento para a inserção de informações no registro e as regras para fornecer informações sobre a inclusão ou exclusão dessas informações.

Segundo Alexander Gorovoy, primeiro vice-ministro do Interior da Federação Russa, atualmente há 670.000 migrantes estrangeiros em situação irregular na Rússia. Mais da metade dessas pessoas são mulheres e menores de idade.

Gorovoy indicou a meios russos que têm até 30 de abril de 2025 para regularizar seu status legal. A partir de 1º de maio, aqueles que não tiverem cumprido com esse processo deverão abandonar o país.

“Após verificar através de nossos registros especiais e confirmar que não ocorreu nenhuma infração que afete a ordem pública, regularemos o status legal desses cidadãos estrangeiros. Caso contrário, será exigido que deixem o país”, disse Gorovoy em entrevista à emissora de rádio Komsomolskaya Pravda.

O funcionário também mencionou que no ano passado, 9,5 milhões de estrangeiros visitaram a Rússia, um aumento de 4,5% em relação a 2023. Desses, 9,3 milhões de pessoas deixaram o país. Hoje em dia, na Rússia vivem 6,3 milhões de imigrantes, 80% dos quais são originários dos países da Comunidade de Estados Independentes (CEI).

A implementação dessa medida vai ao encontro da assinatura de uma lei no mês de agosto de 2024, pelo presidente russo Vladimir Putin, que estabelece obrigações específicas para os estrangeiros que desejam residir na Rússia.

Esta legislação, publicada no portal de informação legal do Estado, também detalha os mecanismos para a expulsão de estrangeiros em casos de violações à legislação local.

Estas disposições buscam incrementar o controle sobre a permanência de estrangeiros no território russo e obrigá-los a legalizar seu status migratório.

No entanto, também gerou preocupações sobre possíveis limitações nos direitos dos migrantes e um aumento nas deportações.

No caso de os cubanos, apesar de que podem entrar na Rússia sem necessidade de visto por um período de até 90 dias, muitos enfrentaram desafios legais e administrativos que resultaram em detenções e deportações.

Por exemplo, em maio de 2024, dez cubanos foram detidos e deportados após uma operação na feira de Rodina, em Kazan, sob acusações de violar as normas de permanência e realizar atividades laborais sem as autorizações adequadas.

Além disso, em abril de 2024, foi relatado um aumento nas expulsões de migrantes cubanos após um ataque terrorista perto de Moscou.

Perguntas frequentes sobre o novo registro de pessoas controladas na Rússia

O que é o registro de pessoas controladas na Rússia?

O registro de pessoas controladas na Rússia é um sistema implementado pelo Ministério do Interior russo para identificar e gerenciar os estrangeiros que se encontram ilegalmente no país. Este registro é utilizado para verificar o status legal dos migrantes antes que lhes sejam oferecidos serviços ou emprego.

Como isso afeta os migrantes ilegais na Rússia?

Os migrantes ilegais incluídos no registro não podem realizar atividades como abrir um negócio, comprar propriedades, contrair matrimônio ou mudar de residência sem permissão. Além disso, podem estar sujeitos a deportação se não regularizarem seu status legal antes de 30 de abril de 2025.

Que medidas de controle adicional são implementadas com esse registro?

O registro permite a verificação de documentos e o registro obrigatório de impressões digitais. As autoridades podem deter uma pessoa em uma instituição especial por 48 horas e, por ordem judicial, por um período mais longo.

Quais mudanças recentes na legislação russa afetam os estrangeiros?

El 11 de agosto de 2024, o presidente Putin assinou uma lei que impõe maiores controles sobre os estrangeiros na Rússia. Esta legislação estabelece obrigações específicas e mecanismos de deportação para aqueles que violarem a legislação local. Também foi reduzido o tempo de estadia para cidadãos de países com isenção de visto, como Cuba, para 90 dias anuais.

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