Liberam a Katia Beirut, paciente oncológica condenada por protestos do 11J em Cuba

Katia Beirut, paciente oncológica, foi libertada condicionalmente com várias restrições. Seu pai, de 66 anos e doente, continua preso.

Katia Beirut com seu paiFoto © Facebook / Naturaleza Secreta

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O regime cubano liberou nesta quarta-feira Katia Beirut, paciente oncológica condenada por participar nas manifestações de 11 de julho no bairro da Güinera, em Havana.

Katia, de 39 anos, foi liberada condicionalmente com várias restrições, conforme informou em Facebook Salomé García Bacallao.

"Seu pai, Fredy Beirut, de 66 anos e com várias doenças crônicas, continua até agora na prisão, onde lhe estão negando acesso aos seus medicamentos, após terem lhe avisado no ano passado sobre sua iminente libertação", precisou.

Captura de Facebook / Salomé García Bacallao

Ambos foram julgados pelo crime de sedição e condicionados inicialmente a 20 anos de prisão. Após apresentar um recurso de apelação, a pena foi reduzida para 10 anos no caso dela e para nove no do pai.

Katia, mãe de dois filhos, foi uma das primeiras presos políticos do 11J a ser libertada esta quarta-feira, após as negociações do regime com os Estados Unidos e com a mediação do Vaticano. Mas do seu pai, de 67 anos, uma das pessoas mais velhas encarceradas devido às manifestações, não se sabe nada.

Em setembro de 2022, a mãe de Katia pediu ajuda para sua filha depois que seu genro a visitou na prisão e a encontrou "doente, com muita febre" e com hematomas por todo o corpo, como sintoma de que ela estava perdendo plaquetas há dias, após meses enfrentando problemas de saúde.

Os prisioneiros políticos Fredi Beirut e sua filha foram testemunhas do assassinato de Diubis Laurencio, a única morte reconhecida oficialmente pelas autoridades cubanas como resultado da repressão dos protestos de julho. Ele foi baleado nas costas pela Polícia.

"O maior delito é que foram testemunhas de como a Polícia matou Laurencio. Homem negro, de uma comunidade marginalizada, que estava desarmado e a quem dispararam. A Procuradoria Militar diz que foi em legítima defesa. Os vídeos de sua morte mostram que o único objeto que ele tinha na mão era um celular. Fredi e Katia foram testemunhas diretas e estão pagando por isso", denunciou a jornalista independente Claudia Padrón Cueto, a partir de uma publicação anterior de um familiar.

Perguntas frequentes sobre a libertação de Katia Beirut e a repressão em Cuba

Por que Katia Beirut foi liberada?

Katia Beirut foi liberada sob liberdade condicional como resultado de negociações entre o regime cubano, os Estados Unidos e com a mediação do Vaticano. Sua liberação faz parte de um conjunto de solturas que ocorreram em uma tentativa do regime cubano de melhorar sua imagem internacional.

Qual é a situação atual dos presos políticos do 11J em Cuba?

Atualmente, mais de 550 manifestantes do 11J continuam presos em Cuba. O regime cubano mantém uma política de repressão sistemática e negou benefícios penitenciários a muitos deles, incluindo liberdade condicional e licenças extrapenais. A libertação de alguns presos, como Katia Beirut, é um fato isolado em um contexto de repressão contínua.

Quais dificuldades Fredy Beirut, o pai de Katia, enfrenta na prisão?

Fredy Beirut, de 66 anos e com problemas de saúde crônicos, continua encarcerado e enfrenta negação de acesso a seus medicamentos. Apesar de ter sido prometida uma liberação iminente, ele permanece na prisão, o que reflete o tratamento desumano e a falta de atenção médica adequada para os prisioneiros políticos em Cuba.

Que ações a comunidade internacional tomou em relação aos prisioneiros do 11J?

Organizações como a Amnistia Internacional e a Justice 11J denunciaram as condições dos presos políticos e exigiram sua liberação imediata. A comunidade internacional pressionou o regime cubano para que respeite os direitos humanos e libere os manifestantes injustamente encarcerados, embora as ações concretas tenham sido limitadas.

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