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O reconhecido músico cubano Eudaldo “Antúnez” Antúnez, uma figura respeitada dentro e fora da Ilha, está passando por um dos momentos mais difíceis de sua vida.
Aos 73 anos, e após décadas dedicadas inteiramente à música, hoje depende da solidariedade de amigos e colegas para poder continuar sua recuperação após ter sofrido um AVC severo que o deixou com graves sequelas físicas e sem renda.
Según reportou o jornal digital independente Cordópolis, da cidade de Córdoba, na Espanha, o instrumentista, residente lá desde 1996, perdeu a mobilidade da mão direita e grande parte da fala, o que lhe impede de tocar o teclado e o baixo, suas principais ferramentas de trabalho.
A doença cortou abruptamente sua única fonte de sustento e o colocou em uma situação de extrema vulnerabilidade.
Antúnez nasceu em Havana em 1952 e construiu uma carreira sólida em Cuba, onde acompanhou grandes figuras da música nacional como Omara Portuondo e Beatriz Márquez, além de trabalhar na mesma empresa artística que Silvio Rodríguez e Pablo Milanés.
Como muitos artistas cubanos, acabou emigrando diante da falta de liberdades e oportunidades, encontrando em Córdoba uma segunda pátria e uma cena musical onde nunca deixou de tocar.
Cordópolis detalha que, após o AVC, uma incidência burocrática relacionada com a renovação do seu NIE (Número de Identidade de Estrangeiro) atrasou o acesso à reabilitação completa dentro do sistema de saúde pública, um fator crítico em este tipo de doenças.
Embora a atenção de emergência tenha sido imediata, a recuperação posterior depende de terapias constantes que hoje só podem ser mantidas graças ao apoio financeiro de amigos e músicos próximos.
O saxofonista cubano Cristóbal Agramonte, companheiro de gerações e exílio, explicou ao meio espanhol que Antúnez “era um músico muito conhecido em Cuba” e que sua carreira ficou abruptamente paralisada. “Há mais de seis meses ele não tem nenhum rendimento”, ressaltou, sublinhando a urgência do caso.
Ante a falta de respostas ágeis das autoridades, o entorno do músico organizou um combo solidário para arrecadar fundos e evitar que ele fique desamparado. “Ele não está na rua porque os amigos se uniram para sustentá-lo”, denunciou uma das pessoas que o acompanha, citada por Cordópolis.
A história de Antúnez traz novamente um rosto humano a uma realidade que muitos cubanos conhecem bem, a de artistas que dedicaram suas vidas à arte, que emigraram em busca de dignidade e que, na velhice ou na doença, ficam presos entre a burocracia, a precariedade e o desamparo.
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