María Corina Machado aos cubanos: "A luta pela liberdade da Venezuela é a luta pela liberdade de Cuba."



"Todos os cubanos dentro e fora de Cuba têm que saber que, uma vez que a Venezuela seja libertada, nós vamos lutar pela sua liberdade também."

María Corina MachadoFoto © Facebook / María Corina Machado

A oposicionista venezuelana María Corina Machado enviou uma mensagem aos cubanos e nicaraguenses na qual se comprometeu a assumir a causa da libertação desses povos assim que a Venezuela for livre.

As declarações foram feitas em Oslo, durante uma conversa com jornalistas.

Nesse contexto, Machado foi enfática ao vincular os destinos políticos dos três países sob regimes autoritários na região.

"Vou dizer algo sobre Cuba. A luta pela liberdade da Venezuela é a luta pela liberdade de Cuba e a luta pela liberdade da Nicarágua. E todos os cubanos dentro e fora de Cuba precisam saber que, uma vez que a Venezuela seja libertada, nós lutaremos pela sua liberdade também," afirmou a dirigente.

"E vai chegar. A Venezuela será livre, Cuba será livre e Nicarágua será livre", acrescentou.

A mensagem, direcionada explicitamente aos cubanos tanto dentro quanto fora da Ilha, foi tornada pública em um momento de alta visibilidade internacional para Machado, que viajou à capital norueguesa para receber o Prêmio Nobel da Paz.

A oposicionista transformou seu discurso em um chamado regional contra sistemas repressivos interconectados e insiste que os processos políticos da Venezuela, Cuba e Nicarágua não podem ser analisados de forma isolada, mas como parte de uma mesma dinâmica de poder na América Latina.

Suas palavras ganham mais peso pelo contexto em que foram pronunciadas.

A dirigente venezuelana conseguiu recentemente sair de seu país após permanecer 16 meses na clandestinidade, evadindo uma ordem de prisão do regime de Nicolás Maduro.

Segundo revelaram fontes diplomáticas ao jornal The Wall Street Journal, sua saída ocorreu através de uma operação secreta apoiada pelos Estados Unidos.

De acordo com esse relatório, Machado teria deixado a Venezuela de lancha pela costa ocidental em direção a Curaçao, de onde foi transferida em um avião privado com destino a Oslo, fazendo uma escala técnica em Bangor, Maine.

Apesar do sucesso da operação, não conseguiu chegar a tempo para a cerimônia oficial do Prêmio Nobel da Paz, que acabou sendo recebido por sua filha, Ana Corina Sosa Machado, em seu nome.

O próprio Comitê Nobel reconheceu que sua transferência para a Noruega foi "mais complicada do que o previsto" devido às ameaças contra sua vida.

Em Oslo, Machado foi recebida entre aplausos, abraços e gritos de apoio por parte de simpatizantes que entoavam "¡Liberdade para a Venezuela!".

A líder oposicionista tem utilizado esse cenário internacional não apenas para denunciar a repressão e a crise humanitária na Venezuela, mas também para estender sua mensagem a outros países da região.

Em suas intervenções, ele reiterou que a luta venezuelana não se limita a uma mudança interna, mas que tem implicações mais amplas para povos que, como o cubano e o nicaraguense, vivem sob governos autoritários.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu à presença de Machado em Oslo e alertou que não gostaria que o regime de Maduro tentasse prendê-la em seu retorno. Trump qualificou seu reconhecimento com o Nobel da Paz como um ato de justiça em relação àqueles que defendem a liberdade.

Machado, por sua vez, reafirmou sua intenção de retornar à Venezuela e continuar sua luta política. "Minha luta não termina aqui. Voltarei em breve, porque a Venezuela merece liberdade e justiça", declarou.

Nesse contexto, sua mensagem aos cubanos ressoou como uma promessa e uma declaração política de alcance regional: que a eventual liberação da Venezuela não será um fato isolado, mas o início de uma batalha compartilhada por liberdade em países que, segundo ela, compartilham a mesma realidade de repressão e falta de direitos.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.