María Corina Machado não consegue chegar a Oslo para receber o Prêmio Nobel da Paz



María Corina Machado enfrenta obstáculos para chegar a Oslo. Sua viagem da Venezuela, dificultada por ameaças do regime de Maduro, gera incerteza a nível internacional.

Maria Corina MachadoFoto © Wikimedia Commons

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A opositora venezuelana María Corina Machado não conseguiu chegar a Oslo na véspera da cerimônia do Prêmio Nobel da Paz 2025, um movimento que mantém em suspense sua família, a diáspora venezuelana e a comunidade internacional.

O Instituto Nobel da Noruega confirmou nesta terça-feira que a coletiva de imprensa prevista com a dirigente foi cancelada devido à impossibilidade de prever como e quando ela poderá chegar à capital norueguesa, segundo informações da agência EFE.

“A conferência de imprensa não ocorrerá hoje”, declarou Erik Aasheim, porta-voz do Instituto Nobel, citado pela EFE. A atividade havia sido inicialmente reagendada, mas foi finalmente suspensa devido às dificuldades da líder opositora em concretizar sua viagem da Venezuela, onde permanece na clandestinidade por causa da perseguição do regime de Nicolás Maduro.

O Instituto Nobel recordou que a própria Machado descreveu em entrevistas o “complicado que será a viagem a Oslo”, uma travessia marcada por ameaças abertas do chavismo e pelo delicado operativo de segurança em torno de sua saída.

O Comitê já havia reconhecido em novembro que o traslado implicava riscos reais, embora naquela ocasião a dirigente reafirmasse sua intenção de estar presente na cerimônia.

Nesta terça-feira, sua irmã, Clara Machado Parisca, que já está em Oslo com sua mãe, Corina Parisca, e a filha da dirigente, Ana Corina Sosa, insistiu que o desejo da Nobel é chegar a tempo.

“Sua intenção é estar aqui conosco”, disse à Blu Radio. “Estamos aguardando com fé que ela chegue muito em breve.” Mesmo assim, ela admitiu não ter informações sobre se a dirigente já saiu da Venezuela.

Enquanto a figura central do prêmio permanece em paradeiro desconhecido, a capital norueguesa começou a receber uma série de líderes e pessoas próximas que acompanharão a cerimônia de quarta-feira.

Entre eles está Edmundo González Urrutia, presidente eleito da Venezuela e candidato opositor em 2024, que chegou nesta terça-feira a Oslo em o que muitos consideram um gesto histórico de apoio à luta democrática.

Também se encontra na capital norueguesa o presidente panamenho José Raúl Mulino, e espera-se a presença do argentino Javier Milei, assim como a do ecuadoriano Daniel Noboa e a do mandatário paraguaio Santiago Peña.

O prêmio, concedido no dia 9 de outubro, reconhece a “incansável atuação” de Machado na defesa dos direitos democráticos na Venezuela. A dirigente dedicou o prêmio ao povo cubano, venezuelano e nicaraguense, ressaltando que a luta pela liberdade na região é compartilhada.

Hoje, no entanto, a incerteza pesa mais do que a celebração. Se Machado conseguirá cruzar as fronteiras para receber pessoalmente o Nobel da Paz continua sendo uma incógnita a poucas horas da cerimônia. Sua família insiste que ela chegará. O mundo a espera. E sua ausência, temporária ou definitiva, marcará o tom político de um prêmio que já é um símbolo continental.

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