A cubana identificada no TikTok como @walkiryaperez se tornou viral após publicar um vídeo em que responde aos ataques que recebeu por opinar sobre a situação atual da Espanha, depois de apoiar a opinião de uma compatriota que havia feito uma reflexão crítica sobre os problemas do país.
Em sua mensagem, a criadora afirma: “Já me disseram de tudo, que eu vá para o meu país, que eu vá arrumar Cuba. Primeiro, vim porque quis; segundo, vim porque meu avô veio de aqui, da Espanha, para lá, para Cuba, para ‘tocar os cojones’. Então eu venho aqui para tocá-los também.”
Walkyria esclarece que nem ela nem a criadora que defendeu estão “criticando a Espanha”, mas sim falando sobre os problemas que percebem. “Estamos apenas dizendo as coisas que estão acontecendo na Espanha neste momento”, ressalta no vídeo.
Entre os temas que menciona, cita o aumento dos preços e as dificuldades sociais: “Não nos preocupamos com a alta do gás, da luz, dos ovos, do peixe, da comida; porque na sua casa entram e você não consegue tirar; porque você rouba uma caixa de leite e acaba preso. Coisas que não consigo entender... Queremos que se abram os olhos e que se pare de comer tanta porcaria. Que se a guerra em Gaza, que se a guerra na Ucrânia... e a guerra que está acontecendo aqui?”
Também menciona a precariedade que muitas famílias espanholas enfrentam: “As milhares de crianças que não têm o que comer, que precisam ficar nos refeitórios escolares porque em suas casas não há comida. As mães não conseguem chegar ao final do mês. Que deixem de pagar o aluguel e se tornem inquilinatos, isso também não te incomoda. Não te incomoda que aumentem os impostos para os autônomos?”
O vídeo termina com um aviso: “Vamos nos mobilizar e lutar pelo que é nosso, para que isso não se torne como em Cuba ou na Venezuela. Sim, eu sou cubana, mas também sou espanhola, e mesmo que doa a quem doer, eu tenho DNI.”
A publicação gerou centenas de comentários e reações. Muitos usuários a apoiaram com mensagens como "A Espanha está indo pelo mesmo caminho" ou "Obrigado por dizer as coisas claras", enquanto outros a criticaram por comparar a situação espanhola com a de Cuba ou Venezuela. Também houve quem a recriminou: "Arrume Cuba primeiro" ou "Não fale mal do país que te acolheu".
O vídeo responde a um post anterior de Walkyria, no qual defendia a criadora @lesyanisportilla, autora de uma reflexão sobre a situação no país europeu que gerou debate nas redes.
Nesse primeiro vídeo, Walkyria dizia: “Olha, eu estive assistindo ao vídeo de uma garota que se chama Historias de una cubana. Essa garota fala sobre como está a Espanha e os problemas que existem na Espanha. Se vocês, espanhóis, quiserem que Cuba chegue a esse ponto, continuem criticando, continuem dizendo que ela deve subir em um avião e ir para onde ela sabe. Não, desculpe, espanholito e espanholita... Bravo para vocês, queridos, porque somos cubanos, sim, mas também somos espanhóis, porque o nosso sangue corre desde muito antes de estarmos nos ventres dos nossos pais.”
Na mesma intervenção, acrescentou: “A toda essa gente que te está criticando, meu amor, vão vocês para Cuba, que nós, cubanos espanhóis, tentaremos consertar a Espanha. Não é o fato de ir para Cuba, é o fato de não deixar que a Espanha se torne Cuba. Aqui estou, pensem um pouquinho.”
A discussão começou com o vídeo original de @lesyanisportilla, que se tornou viral por sua crítica aos altos impostos, à burocracia e à desigualdade social na Espanha. Em sua reflexão, a jovem disse: “Bem-vindos à Espanha, país onde um autônomo paga mesmo sem faturar, mas os políticos recebem mesmo sem trabalhar.”
Suas palavras provocaram milhares de comentários, alguns a favor e outros em desacordo. Enquanto vários usuários defenderam seu direito de opinar, outros a acusaram de “falar mal do país que a acolhe”. A troca entre ambas as criadoras reflete uma tendência crescente entre os imigrantes cubanos e latino-americanos na Espanha, que, a partir das redes sociais, expressam opiniões críticas sobre a situação econômica e social do país, comparando-a com a experiência vivida em suas nações de origem.
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