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O Governo Provincial do Poder Popular em Matanzas anunciou com entusiasmo a confecção das novas livretas de abastecimento para a cesta básica do próximo ano, uma mensagem que provocou uma onda de críticas e ironias entre os cidadãos.
Segundo a publicação realizada no Facebook, já estão prontas 280 mil cadernetas elaboradas pela Unidade Poligráfica do território, e cerca de 252 mil serão distribuídas em breve para as Oficodas dos municípios.
A entrega, prevista para o dia 20 de dezembro, será gratuita, informou Micherka Rodríguez, diretora do Departamento de Registro do Consumidor na província.
As libretas de abastecimento já estão confeccionadas para a comercialização dos produtos da cesta básica regulada”, indicou o texto oficial.
Mas enquanto as autoridades celebravam a “organização do sistema de consumo”, a população reagiu com indignação e humor diante do que muitos consideram uma zombaria em meio à escassez de alimentos básicos.
“Já chegaram vazias?”, perguntou Elfantasma Delaopera, enquanto Belkis Serpa resumiu o sentimento geral com um seco: “Realmente não têm vergonha”.
Otras respostas ironizaram sobre a inutilidade do documento: “Sério??? Com a capa e uma folhinha é suficiente”, comentou Maray Rivera.
“Podem deixar uma para três ou quatro anos, é suficiente”, acrescentou Abby Sales.
A usuária Bárbara Mayling Corrales levou a crítica a um nível mais sério: “Qual aposentado, assistido ou vulnerável consegue se abastecer com esses produtos tão limitados? Melhor revisem por que retiraram as dietas médicas de doentes de câncer, diabetes e HIV.”
Maidalys García Montesino questionou o gasto de recursos em um país que não consegue recolher o lixo com regularidade: “Para quê tanto papel e tinta? Esse documento está em desuso. Melhor usar esse orçamento para limpar os bairros.”
Otros comentários resumiram o descontentamento generalizado: “No fim das contas, se não vem nada. Tudo está nas Mipymes, se você tem dinheiro come, se não, é passar fome”, escreveu Cary Santana.
“Para quê, se não oferecem nada, pelo contrário, nos devem”, disse Yoemi Noda.
“Que a guardem como lembrança”, ironizou Dalioslayda Calderón.
Incluso houve quem sugerisse fundir a livreta com outros documentos burocráticos, em tom de brincadeira: “Que a incluam com o cartão da farmácia, que é válido até o ano de 2050”, brincou Odalis Gordillo.
O anúncio, que pretendia mostrar "eficiência organizacional", acabou se tornando um retrato do desencanto popular diante da realidade econômica cubana: cadernetas novas, prateleiras vazias e um povo que sobrevive mais com humor do que com esperança.
Perguntas frequentes sobre a livreta de abastecimento em Cuba e a situação alimentar
O que é a chapa de abastecimento em Cuba?
A livreta de abastecimento é um documento utilizado em Cuba para a distribuição de produtos básicos racionados. Foi implementada em 1962 e permite às famílias cubanas acessar uma quantidade limitada de alimentos e outros produtos essenciais a preços subsidiados. No entanto, a eficácia e a cobertura deste sistema têm sido questionadas devido à escassez crônica de produtos.
Por que há críticas à produção de novas cadernetas de abastecimento em Matanzas?
A produção de novos boletins de abastecimento em Matanzas gerou críticas porque, em meio à escassez de alimentos básicos, muitos cidadãos consideram que o esforço e os recursos dedicados a esses boletins são ineficazes e uma zombaria às suas necessidades reais. A reação popular reflete o desencanto e a frustração com um sistema que não consegue satisfazer as demandas básicas da população.
Como a crise alimentar atual está afetando a distribuição de produtos em Cuba?
A crise alimentar em Cuba levou a uma redução drástica na oferta de produtos normatizados através da caderneta de abastecimento, afetando milhares de famílias. As autoridades têm recorrido a doações internacionais para suprir algumas necessidades, mas a escassez persiste, afetando produtos essenciais como o arroz, o açúcar e o pão.
Que alternativas estão sendo oferecidas em Cuba diante da escassez de alimentos básicos?
Diante da escassez de alimentos básicos, o governo cubano propôs alternativas como a venda de bolachas e outros produtos substitutos a preços elevados, o que tem sido criticado pela população devido à sua inacessibilidade para muitos cidadãos. Além disso, foram implementadas medidas temporárias de racionamento mais rígidas, como no caso do pão em algumas províncias.
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