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A crise energética em Cuba continua gerando "soluções engenhosas", que na verdade reforçam o controle estatal sobre a vida cotidiana, e tudo isso em meio a um agravamento dos apagões. Desta vez, o foco está nas usinas elétricas privadas.
Desde esta quarta-feira, começou no município de Puerto Padre, Las Tunas, um censo obrigatório de geradores de combustão interna que produzem eletricidade.
O registro é feito no Escritório de Auditoria local, situado na rua Lenin, número 60, no horário das 8:00 às 12:00, conforme informou o oficialista Periódico 26.
A licenciada Liliana Betancourt Ballaga, diretora da Unidade Aseguradora do Governo municipal, precisou à Radio Libertad que os proprietários deverão apresentar seu cartão de identidade, os documentos legais do equipamento e a caderneta de abastecimento para serem incluídos no censo, e com sorte, não exigem levar também a planta.
O objetivo declarado do processo é definir quem poderá acessar a distribuição de combustível por meio da plataforma digital Ticket, que será a via para abastecer os geradores em meio à escassez.
Um processo semelhante já está em andamento na cidade de Las Tunas, capital provincial, e uma vez concluídos ambos, seriam pelo menos três os municípios onde se permitiria a venda de gasolina para alimentar geradores privados, considerados por muitos um salva-vidas diante dos apagões cada vez mais frequentes.
Este novo controle sobre o uso de geradores elétricos se soma a outras medidas burocráticas que limitam o acesso a recursos essenciais, em um país onde a geração de eletricidade estatal é cada vez mais insuficiente.
O controle estatal sobre o uso de geradores elétricos em Cuba não é novo, mas ganhou força nos últimos tempos. Em Havana, o governo já havia iniciado um censo similar, com o objetivo de regular quem poderia ter acesso ao combustível, em meio a uma crescente escassez que afeta lares e negócios.
Em 2022, a corporação CIMEX impôs limites rigorosos à venda de combustíveis para os proprietários desses equipamentos, o que obrigou muitos cubanos a enfrentar longas filas em postos de gasolina, como ocorreu em Holguín, onde habitantes levavam suas plantas até as estações de serviço para tentar conseguir um pouco de gasolina.
Enquanto esses controles são aplicados, Cuba se afunda em apagões cada vez mais prolongados que devastam a ilha e forçam as famílias a depender de geradores privados.
Perguntas Frequentes sobre o Censo de Plantas Elétricas em Cuba
Por que é realizado um censo de plantas elétricas em Cuba?
O censo de usinas elétricas em Cuba é realizado para definir quem poderá acessar a distribuição de combustível por meio da plataforma digital Ticket, que será utilizada para abastecer os geradores em meio à escassez de recursos. Este controle está inserido na crise energética que afeta o país, onde a geração de eletricidade estatal é insuficiente.
Quais documentos os cubanos precisam para registrar suas plantas elétricas?
Para censar as plantas elétricas, os cubanos devem apresentar seu carnê de identidade, os documentos legais do equipamento e o livro de abastecimento. Esses requisitos reforçam o controle estatal sobre o acesso a recursos energéticos em um contexto de crise.
Como a crise energética atual afeta o dia a dia em Cuba?
A crise energética em Cuba afeta gravemente a vida cotidiana com apagões prolongados, falta de eletricidade em hospitais e serviços básicos, e a necessidade de utilizar geradores elétricos privados como solução temporária. A situação gera desespero e mal-estar social entre a população.
Quais são os riscos do uso de geradores portáteis em Cuba?
O uso de geradores portáteis em Cuba envolve riscos significativos, como intoxicação por monóxido de carbono, especialmente se utilizados em espaços fechados ou perto de residências. A falta de avisos adequados e o medo de roubos aumentam o perigo, tornando esses dispositivos uma solução arriscada durante os apagões.
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