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Hamás comunicou a mediadores que aceita entregar suas armas a um comitê egípcio-palestino, mas rejeita que a gestão da Faixa de Gaza passe a um comitê internacional de transição, como propõe o plano de paz do presidente Donald Trump.
Segundo informaram à EFE, fontes conhecedoras das negociações, o movimento islamista admite a entrada em Gaza de forças de segurança palestinas treinadas no Egito e na Jordânia.
A seu turno, propõe que a administração civil da Faixa seja transferida para um comitê administrativo afiliado ao governo palestino (ANP), para negociar em paralelo: uma equipe com Israel (via mediadores) e outra com a Autoridade Palestina.
Hamás também rejeita a presença do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair como “governador de Gaza” —aceitaria apenas uma supervisão remota— e pede “esclarecer” os mecanismos para implementar o plano de Trump, assim como garantias de que Israel não retomarão sua ofensiva uma vez acordado o acordo.
Entre as condições centrais, o grupo exige um “cessar-fogo permanente”, a “retirada completa” do Exército israelense da Faixa, a entrada sem restrições de ajuda humanitária, o retorno dos deslocados às suas áreas de residência e o início imediato de uma reconstrução integral sob a supervisão de um organismo nacional palestino de tecnocratas.
Além disso, propõe um "acordo justo de troca de prisioneiros". Quanto aos reféns, as fontes citadas pela EFE afirmam que Hamás está disposto a entregar “todos os reféns e cativos, vivos e mortos” se um acordo for alcançado.
Também solicita que se permita a saída de Gaza a líderes do movimento com garantias dos Estados Unidos de que não serão perseguidos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar —país mediador— afirmou que, se concretizado um pacto, a entrega dos reféns seria a primeira fase e significaria o “fim da guerra”; falou de 48 reféns (vivos e falecidos) em uma troca por prisioneiros palestinos e ressaltou que os resultados devem ser “definitivos, não temporários”, aplicados de forma gradual para impedir uma reanudação da beligerância.
As conversações indiretas entre Israel e Hamás continuavam nesta terça-feira em Sharm el Sheij, após uma primeira sessão realizada “em um clima positivo”, focada em identificar os gargalos. Hamás enviou seu chefe negociador, Jalil al Haya, à frente da delegação.
O acordo de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia apresentado semanas atrás um plano abrangente para pôr fim à guerra entre Israel e Hamás na Faixa de Gaza, que contempla um cessar-fogo imediato, a criação de um governo de transição sem a presença do grupo islamista e a libertação de todos os reféns em um prazo máximo de 72 horas após a aceitação do acordo.
Donald Trump lançou um ultimato ao grupo terrorista caso não aceite as condições: “Um inferno será desencadeado como nunca se viu antes”.
O mandatário também pediu aos civis palestinos que se deslocassem para áreas mais seguras dentro de Gaza. “A todos os palestinos inocentes: movam-se para lugares seguros. Vocês serão bem atendidos por aqueles que estão prontos para ajudar”, escreveu.
Este acordo pôr fim a quase dois anos de guerra em Gaza, que deixou mais de 66.000 mortos palestinos —entre eles 17.000 menores—, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Perguntas Frequentes sobre o Acordo entre Hamás e o Plano de Paz de Trump
Qual é a posição do Hamás sobre o desarmamento e a entrega de reféns?
Hamás aceitou entregar suas armas a um comitê egípcio-palestino, mas impõe condições como um cessar-fogo permanente e garantias de que Israel não retomará sua ofensiva. Além disso, estão dispostos a liberar todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, dentro de um acordo justo de troca de prisioneiros.
Quais condições o Hamás impôs para a implementação do plano de paz de Trump?
Hamás exige um cessar-fogo permanente, a retirada completa do Exército israelense da Faixa de Gaza, a entrada sem restrições de ajuda humanitária e o retorno dos deslocados às suas áreas de residência. Além disso, busca que a administração civil de Gaza passe a um comitê administrativo afiliado ao governo palestino e não aceita a presença de um comitê internacional de transição.
O que inclui o plano de paz de Donald Trump para Gaza?
O plano de paz de Trump propõe um cessar-fogo imediato, a liberação de todos os reféns em um prazo de 72 horas e a criação de um governo de transição em Gaza sem a participação do Hamás. Também contempla um ambicioso plano de reconstrução do enclave sob supervisão internacional e um acordo de troca de prisioneiros.
Como a comunidade internacional reagiu ao plano de Trump para Gaza?
O plano recebeu apoio de alguns aliados internacionais como Israel e vários países árabes, mas também enfrentou oposição dentro de Israel e rejeição do Hamás. A comunidade internacional está dividida, com alguns países preocupados com o impacto humanitário e político do plano, especialmente no que diz respeito à desmilitarização de Gaza e ao deslocamento de sua população.
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