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O vice-presidente dos Estados Unidos James David Vance defendeu hoje que a melhor função das forças armadas seja matar membros dos cartéis de droga, em declarações que reacendem a retórica bélica em torno do narcotráfico e mostram uma virada preocupante em direção à militarização da segurança.
O vice-presidente escreveu em sua conta de X que “matar membros de cartéis que envenenam nossos cidadãos é o uso mais alto e melhor de nosso exército”, deixando clara sua postura de empregar recursos militares diretamente contra essas organizações criminosas.
Em outro tweet, Vance contrastou a posição republicana com a dos democratas, ao afirmar que enquanto estes últimos “querem enviar seus filhos para morrer na Rússia”, os republicanos, por sua vez, se concentram em “proteger nosso povo da escória da terra”.
As palavras do vice-presidente colocam no centro do debate a possibilidade de ampliar o papel das forças armadas dentro e fora das fronteiras americanas, com um enfoque de confrontação direta e letal contra os cartéis.
A mensagem, carregada de um tom agressivo e de forte contraste político, reflete como a luta contra o narcotráfico se transforma em um campo de batalha eleitoral e discursivo, onde as vítimas da violência e do tráfico de drogas ficam relegadas em prol do interesse em exibir uma postura dura.
As declarações de Van ocorrem após o presidente Donald Trump autorizou nesta sexta-feira as forças militares a derrubar aviões venezuelanos caso representem uma ameaça para os navios americanos posicionados no Caribe.
A advertência, feita durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, ocorreu após incidentes de assédio aéreo atribuídos a aeronaves com a bandeira venezuelana.
"General, se voltarem a fazer isso, você tem liberdade para tomar a medida que considerar pertinente. Se colocarem em risco nossas unidades, vocês, os capitães, poderão tomar a decisão sobre o que fazer", disse Trump ao secretário de Defesa Pete Hegseth.
O Pentágono denunciou que dois caças F-16 da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) sobrevoaram a baixa altitude o destróier USS Jason Dunham, uma manobra que foi qualificada como “altamente provocadora” e destinada a interferir nas operações antinarcóticos e antiterroristas.
As forças militares dos Estados Unidos atacaram no início de setembro um barco carregado de drogas proveniente da Venezuela, resultando na morte de 11 integrantes do grupo Tren de Aragua.
Este grupo, designado por Washington como organização terrorista, é descrito pelos Estados Unidos como uma entidade que opera sob o controle do regime de Nicolás Maduro. Nesse sentido, a nação sul-americana é acusada de ser um ator chave no tráfico de entorpecentes e de enviar criminosos para o país norte-americano.
Segundo Trump, a divulgação das imagens da operação servirá como deterrência para outros grupos criminosos que se dedicam a essa atividade.
A esse respeito, o mandatário americano apontou diretamente para o governo venezuelano, ao qual acusou de "ter esvaziado suas prisões" e de enviar presos, narcotraficantes e membros de gangues como o Tren de Aragua para os Estados Unidos.
“Venezuela tem sido muito ruim nisso. Enviou milhões de pessoas para o nosso país, entre elas alguns dos piores criminosos do mundo”, afirmou Trump.
Asimismo, responsabilizou o ex-presidente Joe Biden (2021-2025) e sua política de fronteiras abertas por facilitar a entrada desses grupos.
“Estamos pagando um preço muito alto devido à incompetência do governo Biden”, afirmou, ao mesmo tempo em que elogiou sua equipe por “trabalhar arduamente para corrigir a estupidez do governo atual”, disse.
Tais declarações são emitidas em meio a crescentes tensões no Caribe, onde os Estados Unidos estão realizando operações militares para reforçar o controle marítimo e combater o tráfico de drogas, enquanto Caracas denunciou repetidamente essas incursões como atos de aberta provocação.
Al respecto, Maduro reiterou nesta sexta-feira que seu país está preparado para entrar em uma fase de “luta armada planejada” em caso de uma agressão militar dos Estados Unidos.
Perguntas frequentes sobre a militarização da luta contra o narcotráfico nos EUA.
Por que o vice-presidente dos EUA defende o uso do exército contra os cartéis de drogas?
O vice-presidente dos Estados Unidos, James David Vance, afirma que matar membros de cartéis que envenenam os cidadãos é o uso mais elevado e melhor do exército americano. Esta postura reflete uma abordagem de militarização na luta contra o narcotráfico, propondo um papel mais agressivo e direto das forças armadas nessa tarefa.
Como o governo dos EUA reagiu à ameaça de aviões venezuelanos?
O presidente Donald Trump autorizou as forças militares a derrubar aviões venezuelanos que representem uma ameaça para navios americanos no Caribe. Essa medida foi tomada após incidentes de hostilidade aérea e faz parte de uma estratégia mais ampla para controlar o tráfico de drogas e responder a provocações do regime de Nicolás Maduro.
Que ações os EUA tomaram contra o Tren de Aragua?
As forças militares americanas atacaram um barco carregado de drogas vindo da Venezuela, vinculado ao Tren de Aragua, resultando na morte de 11 integrantes deste grupo. O Tren de Aragua é considerado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista operando sob o controle do regime de Nicolás Maduro.
Qual é a posição de Marco Rubio sobre os cartéis de drogas?
Marco Rubio, o secretário de Estado dos EUA, enfatizou que os cartéis de drogas não continuarão a agir com impunidade. Durante sua visita ao México, Rubio ressaltou o uso da força por parte dos Estados Unidos para proteger seu povo, destacando a determinação de Washington em combater as organizações criminosas que operam em águas internacionais.
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