Uma vez, horas seguidas com corrente em Campechuela: “Parece que estava vivendo em um conto de fadas.”

"Não se preocupe, agora são mais de 20 horas sem ela", respondeu um usuário ao encantado campechuelero.

Campechuela, Granma (imagem de referência)Foto © Facebook / Lucy Esther Ramon

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La Unión Eléctrica (UNE) publicou neste domingo seu informe oficial sobre a situação do Sistema Elétrico Nacional (SEN), no qual reconheceu afetções durante as 24 horas do sábado e um déficit que, embora “ligeiramente inferior” ao da jornada anterior, deixou milhões de cubanos sem eletricidade nos horários de maior demanda.

Segundo a empresa estatal, na madrugada deste 24 de agosto, permaneciam desligados 1.288 MW devido a um déficit de geração, com uma previsão de 1.525 MW no horário de pico noturno.

Captura de tela Facebook / UNE

Embora nas últimas horas tenham entrado unidades de Cienfuegos e Santa Cruz, e os parques solares fotovoltaicos tenham contribuído com 488 MW em seu pico, a disponibilidade total (1.950 MW) ficou muito aquém da demanda nacional, estimada em 3.185 MW.

“Para o horário de pico, estima-se a entrada de 100 MW em motores de geração distribuída que estão fora devido ao combustível, a unidade 3 da CTE Cienfuegos com 158 MW e a entrada da unidade 1 de Santa Cruz com 50 MW”, indicou a UNE em seu relatório deste domingo.

E acrescentou: “Com esta previsão, no horário de pico estima-se uma disponibilidade de 2.245 MW e uma demanda máxima de 3.700 MW, resultando em um déficit de 1.455 MW, portanto, se as condições previstas se mantiverem prevê-se uma afetação de 1.525 MW neste horário”.

Apesar da aparente "melhoria" nos números, os cubanos receberam o informe oficial com ironia, ceticismo e raiva. Um residente da província oriental de Granma ilustrou isso de forma magistral.

“Uma hora seguida com eletricidade em Campechuela. Pareceu-me estar vivendo em um conto de fadas”, escreveu este domingo o usuário no Facebook da UNE.

Outros lhe responderam alertando que em breve enfrentaria mais de 20 horas sem eletricidade, enquanto o debate se desviava para os temas recorrentes: a responsabilidade do governo e o contraste entre a penúria do povo e o desperdício da elite.

Os comentários refletiram o desgaste generalizado que os usuários (toda Cuba) da empresa estatal enfrentam.

“Continuamos enfrentando mais apagões, sem água, sem medicamentos, sem alimentos. Isso é abusivo”, denunciou uma cubana de Matanzas. Outra residente de Jagüey Grande questionou a falta de programação: “A situação se torna mais difícil porque não sabemos quando nem por quanto tempo vão cortar a energia”.

A suposta aposta do regime nos parques solares também não convence. “Cada vez há mais parques fotovoltaicos e cada vez produzem menos. Será que não limpam os painéis ou já estão danificados?”, questionou um leitor, gerando dezenas de reações de zombaria e desconfiança.

Longe de oferecer alívio, a informação diária da UNE tornou-se um lembrete da incapacidade do governo de Miguel Díaz-Canel para remediar a crise estrutural.

Como resumiu um comentarista: “Isto não é um problema técnico. É o fracasso de um modelo que só sabe gerar mais apagões, mais miséria e mais desesperança”.

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