Matanzas não celebrará o carnaval por falta de recursos

"Quando houver condições que possibilitem a realização de tais festas, será informado, de forma oficial e oportuna", disse a governadora da província.

Carnavais em Matanzas (Imagem de referência)Foto © matanceros.gob.cu

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O Governo Provincial do Poder Popular em Matanzas confirmou nesta quinta-feira que não haverá carnavais na cidade, desmentindo assim os rumores que circularam nos últimos dias tanto nas ruas quanto nas redes sociais.

A governadora da província, Marieta de la Caridad Poey Zamora, esclareceu que atualmente não existem os recursos materiais nem logísticos para organizar um evento dessa magnitude com a qualidade que a população merece.

"Quando existirem as condições que possibilitem a realização de tais festividades, será informado, oficial e oportunamente nas páginas do Governo Provincial do Poder Popular de Matanzas", sublinhou Poey Zamora em um comunicado divulgado pelo Grupo de Comunicação Social.

Captura do Facebook / Governo Provincial do Poder Popular em Matanzas

Desmentido os rumores

Os comentários sobre a possível celebração dos carnavais ganharam força nas últimas semanas, gerando expectativas em uma população que vive sob apagões constantes, escassez de alimentos e crise de transporte.

O desmentido oficial deixou claro que, ao contrário de outros territórios, Matanzas não terá festas populares neste verão.

A notícia se insere em um contexto nacional em que as festividades tradicionais têm sido condicionadas ou marcadas por medidas restritivas e cortes devido à severa crise econômica e energética que Cuba enfrenta.

Carnavais em meio à crise

A decisão em Matanzas contrasta com o que ocorreu em outras províncias.

Em Santiago de Cuba, o regime decidiu manter o tradicional Rumbón Mayor em julho, embora limitado a um horário rigoroso até as 22:00 devido ao déficit elétrico.

As autoridades locais defenderam a medida como uma forma de equilibrar a "alegria popular" com as necessidades do sistema energético.

Em Camagüey, a festa foi celebrada em junho com um programa reduzido e centrado em espaços abertos.

No entanto, a população questionou a pertinência de organizar carnavais em meio a apagões de mais de 15 horas diárias e uma aguda escassez de alimentos.

O caso mais polêmico ocorreu em Bayamo, onde um oficial da Polícia anunciou na televisão que se proibia a venda de produtos como maçãs, óculos e roupas industriais durante as festas previstas de 7 a 10 de agosto.

A medida insólita, rapidamente eliminada dos meios oficiais, provocou críticas e zombarias nas redes sociais por seu caráter absurdo e arbitrário.

Entre a ilusão da festa e a realidade do colapso

O contraste entre as províncias reflete a estratégia do governo cubano: em alguns territórios, são feitos "esforços" para manter as celebrações, enquanto em outros opta-se por cancelá-las devido à falta de recursos.

Em ambos os casos, o que se impõe é a evidência de um país onde a "normalidade festiva" colide com o colapso econômico e social.

Em Matanzas, o cancelamento dos carnavais se torna mais um lembrete de que, além dos desfiles e das comparsas, a crise atual impõe suas próprias regras, deixando os cidadãos sem festas, sem recursos e com cada vez menos motivos para celebrar.

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