Celebram o aniversário de Fidel Castro em Guantánamo com refeitórios que alimentam dez pessoas

O homenagem ao 99º aniversário do ex-ditador se traduz em refeitórios comunitários com capacidade para apenas dez pessoas, um reflexo da precariedade social e de recursos na ilha.

Hogar de Alimentação Comunitária em GuantánamoFoto © Periódico Granma

A ridicularidade e insensatez do regime não têm fim: agora, em um novo capítulo de louvores a Fidel Castro, o governo inaugurou em Guantánamo refeitórios comunitários com capacidade para alimentar apenas dez pessoas por cada instalação.

O diário oficial Granma informou que o primeiro Lar de Alimentação Comunitária do país foi inaugurado na comunidade de Cayamo, Caimanera, como parte das atividades em homenagem ao 99º aniversário de Castro.

Esses espaços, segundo a versão oficial, buscam complementar o Sistema de Atendimento às Famílias, programa que tem enfrentado limitações por falta de recursos, capacidade e infraestrutura em áreas remotas.

Cada centro está concebido para atender apenas 10 adultos maiores em situação de vulnerabilidade, um número insuficiente diante do crescente número de pessoas que enfrentam precariedade alimentar no país.

Junto ao de Cayamo, foram abertos 13 refeitórios similares no município de El Salvador, um em San Antonio del Sur e cinco em Niceto Pérez, totalizando 20.

As autoridades locais e nacionais apresentaram o projeto como um “passo significativo” no fortalecimento da assistência social em comunidades vulneráveis de Guantánamo, quando na realidade não é mais do que um reconhecimento oficial do colapso que impera na sociedade.

As inaugurações contaram com a presença de Yoel Pérez García, primeiro secretário do Partido em Guantánamo, e Betsy Díaz Velázquez, ministra do Comércio Interior, junto a dirigentes de organizações políticas e de massas.

O ato também foi acompanhado pela reabertura do ponto de coleta La Cidra, em El Salvador, vinculado ao programa de soberania alimentar, que pretende beneficiar 258 produtores da região.

Embora o governo insista em apresentar a iniciativa como uma conquista, o simbolismo de refeitórios com capacidade para apenas uma dezena de pessoas em um país com milhões de necessitados destaca a contradição entre o discurso de justiça social e a magnitude da crise alimentar que aflige Cuba.

Enquanto o governo promove inaugurações simbólicas como as cantinas de Guantánamo, a realidade do país reflete uma profunda crise alimentar. Recentemente, um vídeo mostrou uma aposentada que mal sobrevive com sua pensão e está morrendo de fome, um testemunho que retrata o deterioramento da segurança social na ilha.

Dias atrás, um idoso expôs publicamente que vive no abandono e com fome, evidenciando a desproteção que milhares de pessoas idosas enfrentam, apesar do discurso oficial de proteção social.

Incluso têm sido os próprios cidadãos que, a partir da solidariedade, têm tentado aliviar a crise. A ajuda comunitária de vizinhos e ativistas evidenciou a precariedade da vida diária, mostrando como a falta de recursos estatais obriga a população a depender de gestos comunitários para sobreviver.

Na mesma linha oficialista, o chanceler cubano Bruno Rodríguez teve a grande falta de consideração nesta segunda-feira ao afirmar que o aumento das pensões aprovado pelo governo é uma demonstração da política da Revolução de “não deixar ninguém para trás” e de “proteger e respeitar os idosos”.

Perguntas frequentes sobre a celebração do aniversário de Fidel Castro em Guantánamo

O que foi inaugurado em Guantânamo em homenagem a Fidel Castro?

Foram inauguradas cantinas comunitárias em Guantánamo com capacidade para alimentar apenas dez pessoas por instalação. Estas foram apresentadas como um avanço no sistema de atendimento social, embora a capacidade seja insuficiente diante da necessidade atual.

Qual é o propósito dos novos restaurantes comunitários em Cuba?

Segundo o governo, estes refeitórios buscam complementar o Sistema de Atendimento às Famílias em áreas vulneráveis. No entanto, sua capacidade para apenas dez pessoas ressalta a contradição entre o discurso oficial e a realidade da crise alimentar em Cuba.

Como é percebida a celebração do aniversário de Fidel Castro?

A celebração, que incluiu atos e a abertura de refeitórios, é vista como uma estratégia de propaganda do governo para manter viva a figura de Fidel Castro, enquanto ignora as necessidades urgentes da população cubana.

Que críticas o governo cubano enfrenta por suas políticas atuais?

O governo cubano enfrenta críticas por priorizar a propaganda e o culto à figura de Fidel Castro em detrimento de soluções reais para a crise econômica e alimentar que afeta gravemente a população, que sofre com apagões, escassez de alimentos e pobreza crescente.

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