Hallam corpo de mãe cubana assassinada pelo ex-parceiro em Havana

O assassinato de Bárbara Elena Tejería Magdaleno, mãe de três filhos em Havana, ressalta novamente a onda de feminicídios em Cuba e a falta de proteção para as mulheres, conforme denunciam organizações independentes.

Bárbara Elena Tejería Magdaleno, mãe cubana de 56 anos assassinada pelo seu ex-parceiro em Havana.Foto © Facebook/Elena Tejeria

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Três filhos ficaram órfãos após o brutal assassinato de Bárbara Elena Tejería Magdaleno, uma mãe de 56 anos cujo corpo foi encontrado em um terreno baldio da localidade de Las Cañas, em Calabazar, uma localidade pertencente ao município de Boyeros, em Havana.

A mulher foi supostamente atacada a golpes de facão por seu ex-parceiro, um homem com mais de 60 anos identificado como Radamé, de acordo com informações do meio independente 14ymedio.

Captura do Facebook/14ymedio

Nos últimos meses, Bárbara Elena havia manifestado a seus familiares que desejava terminar o relacionamento e que se sentia assediada. Mesmo assim, decidiu ir sozinha à casa de seu parceiro para pegar algumas de suas coisas. Desde então, não se soube mais dela.

A família denunciou seu desaparecimento, mas as autoridades se negaram a agir antes de transcorrerem as 72 horas estabelecidas por regulamento. Durante esses dias de incerteza, seus filhos, duas garotas de 25 e 19 anos, e um adolescente de 15, aguardaram notícias que nunca chegaram.

El 11 de agosto, um vizinho alertou sobre a aparição de um corpo em um terreno baldio próximo. O cadáver estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. Horas depois, o suposto agressor foi encontrado morto em uma área de arbustos, onde tudo indica que ele se enforcou.

Uma tragédia que se repete

O caso de Bárbara Elena se soma à longa lista de feminicídios que afligem a Ilha. Apenas alguns dias antes, outra jovem foi assassinada em Centro Habana após receber uma facada supostamente às mãos de seu parceiro, que depois se entregou à Polícia.

De maneira paralela, um tribunal de Havana condenou um homem a 25 anos de prisão por agredir violentamente sua ex-parceira em uma tentativa de feminicídio. No entanto, a justiça cubana não reconheceu o crime como tal, tipificando-o sob outras acusações como “roubo com violência, lesões e ameaças”.

Plataformas independentes como YoSíTeCreo en Cuba (YSTCC) e o Observatório de Gênero de Alas Tensas (OGAT) contabilizam pelo menos 24 feminicídios no que vai de 2025, em um contexto onde o regime não publica estatísticas oficiais nem reconhece o termo “feminicídio” em seu Código Penal.

O crime de Bárbara Elena, que deixa uma família destroçada, traz de volta à tona a ausência de mecanismos efetivos de proteção e a urgência de enfrentar uma violência que continua deixando vítimas e marcando de dor comunidades inteiras.

Perguntas frequentes sobre feminicídios em Cuba

O que aconteceu com Bárbara Elena Tejería Magdaleno?

Bárbara Elena Tejería Magdaleno foi brutalmente assassinada por seu ex-parceiro em Havana. Seu corpo foi encontrado em um terreno baldio e apresentava sinais de violência. Este caso se junta à preocupante lista de feminicídios em Cuba.

Como o governo cubano responde aos feminicídios?

O governo cubano não reconhece oficialmente o termo "feminicídio" e não publica estatísticas detalhadas sobre esses crimes. Existem críticas em relação à falta de ações efetivas e transparentes para enfrentar a violência de gênero, o que deixa muitas mulheres em situação de vulnerabilidade.

Quantos feminicídios foram confirmados em Cuba em 2025?

Até agosto de 2025, foram confirmados 24 feminicídios em Cuba segundo plataformas independentes como YoSíTeCreo em Cuba e o Observatório de Gênero de Alas Tensas. A realidade pode ser ainda mais alarmante devido à falta de registro oficial.

Quais organizações estão visibilizando os feminicídios em Cuba?

Plataformas como YoSíTeCreo em Cuba (YSTCC) e o Observatório de Gênero de Alas Tensas (OGAT) estão documentando e denunciando os feminicídios na ilha. Essas organizações lutam para dar visibilidade a um problema que não é oficialmente reconhecido.

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