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Uma mulher foi brutalmente assassinada na madrugada desta quinta-feira em Holguín por seu ex-parceiro, apesar de tê-lo denunciado em várias ocasiões.
Segundo informou o portal de notícias La Tijera e outras fontes nas redes sociais, Milagros Batista Estévez, de 56 anos, foi esfaqueada em sua casa no bairro Alex Urquiola por José Matos, um homem com antecedentes por violência, roubos e extorsão que não havia sido detido, apesar de ter pelo menos três denúncias contra ele.
O filho da vítima, Óscar Bermúdez Batista, afirmou que o crime poderia ter sido evitado:
“Minha mãe denunciou seu agressor três vezes. Ele roubava o dinheiro dela, a extorquia e a ameaçava dizendo que não devolveria suas economias se ela não retirasse as denúncias. Mesmo assim, nunca o prenderam.”
No dia do feminicídio, a filha de Milagros chamou a Polícia Nacional Revolucionária (PNR) quando Matos tentou roubar em sua casa. A resposta que recebeu foi indignante:
“Não há patrulhas disponíveis, se voltar tentaremos enviar alguma.”
Minutos depois, o agressor voltou, tentou novamente forçar a entrada e foi detido por uma vizinha. Em seguida, desceu até a casa de Milagros e a atacou com uma arma branca, desferindo 14 facadas.
Segundo revelaram várias fontes, dentro da casa, no momento do crime, estavam, além da vítima, uma menina de seis anos e um bebê de apenas nove meses.
De acordo com Martí Notícias, na chamada de emergência anterior ao assassinato, as autoridades instaram a família a “trancar-se e esperar para ver se voltava” a patrulha designada para outra operação.
“Este crime poderia ter sido evitado. O Estado cubano, sua polícia e seu aparelho judiciário falharam. A comunidade está consternada, mas também indignada”, enfatizou La Tijera.
O caso provocou profunda indignação nas redes sociais, onde centenas de cubanos exigem medidas muito severas contra os feminicidas.
Até o fechamento desta matéria, plataformas feministas independentes não se pronunciaram sobre o crime.
Até 30 de julho passado, o subregistro realizado pelos observatórios Observario de Género Alas Tensas (OGAT) e YoSíTeCreo em Cuba (YSTCC) de 22 feminicídios, um assassinato de homem por motivos de gênero e duas tentativas de feminicídio.
Feminicídios em Cuba
Em 2024, 76 mulheres foram vítimas de feminicídio em Cuba, pelas mãos de seus parceiros, ex-parceiros ou outras pessoas, conforme divulgado pelo regime da ilha em um recente relatório oficial sobre a violência de gênero extrema contra o sexo feminino.
O Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero (OCIG), entidade vinculada ao governo cubano, divulgou a cifra referindo-a como a quantidade de mulheres com 15 anos ou mais que foram “vítimas de homicídio intencional (assassinato)” por razões de gênero, sem mencionar em nenhum momento o termo feminicídio.
A cifra é muito superior ao sub-registro que no ano passado as plataformas feministas independentes Observatório de Gênero de Alas Tensas e YoSíTeCreo em Cuba fizeram, que documentaram 56 feminicídios em 2024, segundo o relatório anual publicado pela OGAT.
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