Nova Iorque presta homenagem a Celia Cruz em seu centenário, enquanto em Cuba guardam silêncio

Centenas de pessoas dançaram e cantaram no Central Park durante um grande tributo ao centenário de Celia Cruz, figura que as autoridades da ilha não reconhecem oficialmente por razões políticas. O homenagem reuniu músicos cubanos e também homenageou Eddie Palmieri. A “Rainha da salsa” continua a inspirar novas gerações fora de seu país natal.

Centenário de Celia Cruz: a Rainha da salsa vive em Nova YorkFoto © Facebook/Celia Cruz

Centas de pessoas se reuniram neste sábado no Summer Stage do Parque Central de Nova Iorque para celebrar o centenário de Celia Cruz (1925-2003) com um concerto que deixou claro que a voz e a figura da “rainha da salsa” permanecem vivas, embora seu legado seja oficialmente ignorado em Cuba.

O espetáculo “Celia vive”, dirigido pelo tresista Nelson González, reuniu artistas cubanos como Isaac Delgado, Brenda Navarrete, Alain Pérez, Aymée Nuviola e Lena Burke, que interpretaram alguns de seus sucessos mais emblemáticos.

Captura de Facebook/Aymée Nuviola

O evento também homenageou o pianista e compositor Eddie Palmieri (1936-2025), falecido em 6 de agosto, destacou uma reportagem da agência EFE.

Brenda Navarrete abriu a noite com temas de santeria, relembrando os inícios afrocubanos de Celia.

Alain Pérez, que trabalhou ao lado da artista como maestro de orquestra e compositor, cumprimentou o público com um “Boa noite, minha negra santa” antes de entoar “Quimbara”, enquanto bandeiras cubanas tremulavam.

Lena Burke interpretou “Toro Mata” e “Tu voz”, e Nuviola fez o público cantar com “Yerbero moderno”, “Cúcala” e “Bemba colorá”.

Isaac Delgado incluiu uma homenagem a Palmieri durante “La sandunguita” e o encerramento contou com todos os artistas no palco cantando “La vida es un carnaval”.

Em entrevistas, Delgado e Pérez destacaram a humildade e o profissionalismo de Celia, além da sua capacidade de romper barreiras em um gênero dominado por homens.

A cantora, que faleceu em 16 de julho de 2003 e está sepultada no Bronx ao lado de seu esposo Pedro Knight, continua sendo lembrada como um símbolo de talento, resistência e alegria, especialmente fora de uma Cuba onde seu nome permanece marginalizado das homenagens oficiais.

O próximo tributo será em Madrid no dia 24 de agosto.

Úrsula Hilaria Celia de la Caridad de la Santísima Trinidad Cruz Alfonso, mundialmente conhecida como Celia Cruz, foi uma famosa e reconhecida cantora cubana, nascida na comunidade habanera de Santos Suárez, em 21 de outubro de 1925.

Lançou mais de 70 álbuns, ganhou três Latin Grammy consecutivos em seus últimos anos e se consolidou como a figura mais icônica da música cubana, famosa por sua energia contagiante, seus figurinos coloridos e seu célebre grito de "¡Azúcar!".

Em 2024, suas canções registraram 64 milhões de streams oficiais sob demanda nos Estados Unidos, reafirmando a relevância de sua arte e sua influência intergeracional.

Seu legado brilhou durante a terceira edição de Billboard Mulheres Latinas na Música, onde a inesquecível "Rainha da Salsa" recebeu postumamente o Prêmio Lenda, em uma emocionante homenagem à sua extraordinária carreira e seu centenário de nascimento.

A gala do Billboard ocorreu na noite de quinta-feira, 24 de abril de 2025. Incluiu uma vibrante apresentação musical com Ivy Queen, La India e Olga Tañón, que interpretaram alguns dos sucessos mais emblemáticos de Cruz, prestando homenagem à sua voz única, seu carisma inigualável e sua eterna influência na música latina.

Em janeiro, o Museu de Arte e Design (MOAD) do Miami Dade College (MDC) abriu a exposição ‘Celia Cruz: Work’, para comemorar o centenário da lendária cantora cubana.

A fins de abril faleceu Ruth Sánchez Laviera, reconhecida cabeleireira e estilista porto-riquenha, famosa por ser a mão mestre por trás dos icônicos looks de Celia Cruz, a quem acompanhou também como confidente e amiga durante mais de 40 anos.

Desde o dia 5 de agosto de 2024, uma moeda com a imagem de Celia Cruz começou a circular oficialmente nos Estados Unidos. A edição especial faz parte do programa American Women Quarters 2024 com o qual o governo daquele país reconhece cinco ilustres personalidades femininas da nação.

Perguntas frequentes sobre a homenagem a Celia Cruz em seu centenário

Como foi celebrado o centenário de Celia Cruz em Nova Iorque?

O centenário de Celia Cruz foi celebrado em Nova Iorque com um concerto no Central Park que reuniu centenas de pessoas e artistas cubanos de destaque como Isaac Delgado, Brenda Navarrete, Alain Pérez, Aymée Nuviola e Lena Burke. O evento, intitulado “Celia vive”, foi uma homenagem ao seu legado musical e à sua influência na salsa. Apesar de sua importância cultural, em Cuba não foram realizados homenagens oficiais em sua honra.

Por que o legado de Celia Cruz é ignorado em Cuba?

O legado de Celia Cruz é oficialmente ignorado em Cuba devido à sua postura crítica em relação ao regime socialista cubano, especialmente após seu exílio. Apesar de seu sucesso internacional e sua influência na música latina, o governo cubano manteve sua figura à margem das homenagens oficiais, uma atitude que contrasta com o reconhecimento que recebe em outros países.

Que outros eventos foram realizados em homenagem a Celia Cruz?

Além do concerto em Nova York, realizaram-se outros eventos como a exposição 'Celia Cruz: Work' no Museu de Arte e Design do Miami Dade College e seu reconhecimento com o Prêmio Lenda na gala da Billboard Mulheres Latinas na Música 2025. Esses eventos destacam seu legado e seu impacto na música latina, reafirmando sua importância como ícone cultural.

Qual é a importância de Celia Cruz na música latina?

Celia Cruz é considerada um ícone da música cubana e da salsa em nível mundial. Com mais de 70 álbuns gravados e múltiplos prêmios, incluindo três Latin Grammy consecutivos, sua energia, carisma e seu famoso grito de "¡Azúcar!" a consolidaram como uma figura fundamental na música latina. Seu legado continua influenciando novas gerações e sua música segue ressoando com força.

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