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Seis anos depois do tornado que afetou Havana em 27 de janeiro de 2019, moradores da cidadeela na Calzada de Luyanó No.167, no município de Dez de Outubro, continuam vivendo entre a decepção e a indignação pela falta de solução para suas moradias, apesar de múltiplas gestões junto às autoridades de Habitação e ao Governo.
Orlando Cámbara Hernández, um dos afetados, lembra que após o desastre foram aos pontos estabelecidos para os desabrigados com a esperança de reparar suas casas.
Uma brigada da cooperativa não agropecuária Santa Fe começou os trabalhos em 2019, levantando parcialmente dois apartamentos antes de se retirar. Desde então, as obras têm sido interrompidas em várias ocasiões, com avanços mínimos e materiais que chegam e desaparecem sem controle, revelou a seção Acuse de Recibo do jornal Juventud Rebelde.
Em alguns casos, como o do próprio Cámbara, os apartamentos permanecem cheios de materiais não utilizados, enquanto banheiros e cozinhas ficaram destruídos e sem terminar.
Sua família, composta por três pessoas, incluindo uma filha grávida e um menino de cinco anos, é obrigada a viver na casa de parentes.
As queixas apresentadas em instâncias municipais e provinciais não conseguiram que as obras fossem retomadas de forma definitiva. Em janeiro de 2025, Cámbara denunciou que até blocos e cimento haviam sido retirados da obra, restando apenas areia, brita, tubulações, portas e janelas.
Hoje a situação continua a mesma. Os vizinhos afirmam compreender as dificuldades econômicas do país, mas consideram inumano que, depois de tantos anos, famílias inteiras ainda vivam sem um teto próprio, em moradias parcialmente inabitáveis, e sem que as autoridades ofereçam uma resposta real.
"As famílias da cidadela nos sentimos decepcionadas. Já se passaram anos com o mesmo problema sem que ninguém nos dê uma explicação, e mais do que isso, uma solução", destacou.
O tornado de categoria EF4 que atingiu a capital cubana em 2019 foi o mais forte desde 1940, segundo afirmou o Dr. cubano José Rubiera à Prensa Latina, e atingiu as localidades de Santos Suárez, Luyanó, Regla, entre outras.
Tras de si deixou não só quatro mortos e 195 feridos, mas também danos materiais consideráveis, principalmente em residências, iluminação pública e vias.
Em outubro de 2022, vizinhos de um edifício em Diez de Octubre também reclamaram de inúmeros trâmites burocráticos e falta de resposta institucional que impediam a instalação dos tanques de água danificados pelo fenômeno meteorológico.
Dois anos e meio depois do ocorrido, o cubano Carlos Luis Pozo Vaillant, denunciou que não tinha onde viver e que dependia da caridade de vizinhos, familiares e amigos, após perder sua casa devido ao tornado.
Miles de pessoas em Cuba esperam anos por uma solução habitacional após o desabamento de suas casas, um claro exemplo das promessas não cumpridas do sistema.
As autoridades, que teoricamente devem garantir o direito a uma habitação digna, deixam muitas pessoas à mercê, demonstrando a ineficiência e a burocracia que caracterizam o governo cubano.
Enquanto o governo investe cifras multimilionárias na construção de hotéis de luxo, os cidadãos comuns sofrem as consequências de uma gestão falha e a falta de transparência na alocação de recursos.
No final de março passado, o governante cubano, Miguel Díaz-Canel, visitou uma comunidade de casas de madeira construída em Guantánamo para os desafetados do furacão Oscar, que atingiu a região oriental da ilha em outubro de 2024 e deixou um rastro de destruição na província.
Mais de 1.000 habitações sofreram danos significativos devido aos fortes ventos e às inundações provocadas pelo fenômeno meteorológico.
Apesar da construção de novas habitações, a crise habitacional continua a afetar numerosos desabrigados. Segundo relatórios, muitas famílias de Imías continuam vivendo em casas de campanha após perderem tudo por causa do furacão.
Imagens mostraram acampamentos improvisados onde residem essas pessoas em condições precárias, sem acesso estável a água potável nem serviços básicos.
Os afetados expressaram sua preocupação com a falta de soluções a longo prazo e a incerteza sobre quando poderão acessar moradias mais seguras.
Perguntas frequentes sobre a crise habitacional em Cuba
Por que as famílias de Luyanó continuam sem casa seis anos após o tornado?
As famílias afetadas pelo tornado de 2019 em Luyanó ainda estão sem casa devido à ineficiência e burocracia do governo cubano. Apesar das gestões realizadas, as obras foram interrompidas e os materiais desaparecem sem controle, deixando muitas famílias vivendo em condições desumanas.
O que fez o governo cubano para resolver a crise habitacional?
A pesar das promessas, o governo cubano demonstrou uma gestão falha ao priorizar a construção de hotéis de luxo em detrimento das necessidades habitacionais de seus cidadãos. O déficit de materiais como cimento e a falta de transparência agravam a situação.
Quais são as consequências da falta de resposta do governo diante de desastres naturais em Cuba?
A falta de uma resposta efetiva do governo diante de desastres naturais deixa milhares de cubanos em condições precárias e sem acesso a habitações seguras. Isso se traduz em famílias vivendo em acampamentos improvisados, barracas e em condições insalubres, sem soluções a longo prazo.
Como a burocracia afeta os serviços básicos em Cuba?
A burocracia e a ineficiência do governo cubano afetam gravemente a prestação de serviços básicos no país. Exemplos incluem a falta de resposta a problemas de infraestrutura, como a reparação de moradias e a instalação de serviços telefônicos prometidos, deixando os cidadãos em situações complicadas.
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