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Ariel Figueredo López compareceu voluntariamente à delegacia de polícia de Osceola, Arkansas, para resolver uma multa de trânsito em que seu nome estava incorreto. Em vez de uma solução, recebeu uma prisão.
“Disseram que não constava no sistema, que o nome estava errado. Foi aí que o prenderam e disseram que o iriam deportar para Cuba”, contou sua parceira, Eliani Rusindo, ao diário El País, que revelou o caso na terça-feira passada.
Desde então, já se passaram cinco meses, Ariel permanece detido em um centro de detenção do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) na Louisiana, sem acusações criminais em vigor e sem possibilidade de fiança.
Chegou legalmente aos Estados Unidos em abril de 2023 através do programa CBP One, com permissão temporária para viver e trabalhar. Em pouco mais de um ano, conseguiu emprego, formou um casal, mudou-se entre estados e construiu uma nova vida ao lado de outros migrantes cubanos.
Como muitos cubanos que chegam sem nada, Figueredo apostou tudo no trabalho. Primeiro em painéis solares na Geórgia, depois em entregas com o Doordash e um novo contrato no Arkansas.
Junto com sua namorada, fez um pagamento inicial por um carro KIA Sedona 2018, alugaram uma casa compartilhada e até fizeram cartões de crédito. Ele queria voltar para Nebraska, onde havia chegado inicialmente. Lá vive seu irmão.
Segundo El País, seu caso está inserido na ofensiva migratória da administração de Donald Trump, que intensificou as deportações expresso mesmo por infrações menores.
O endurecimento das políticas migratórias gerou milhares de prisões sem condenações penais nem antecedentes, com efeitos colaterais devastadores para as famílias, como perda de renda, dívidas, apreensões e risco de deportação para países onde enfrentam represálias.
Seu irmão e sua cunhada pagaram mais de 2.500 dólares a um advogado de imigração e continuam fazendo pagamentos mensais de 500 dólares para evitar que ele seja deportado.
Sua namorada, enquanto isso, teve que voltar para a Flórida. Durante dois meses conseguiu manter o pagamento do carro, mas esta semana um guincho da concessionária o levou. “Queríamos comprar uma casa, formar uma família, muitas coisas. Mas, no fim, perdemos tudo. As coisas que tínhamos, que fomos comprando aos poucos. Até as roupas”, lamentou Rusindo.
Figueredo deixou o PIN de sua conta no Doordash para retirar o dinheiro e conseguiu acessar parte do fundo no Chase, mas os cartões de crédito ficaram arruinados. “Ele tinha um bom crédito”, lembra sua parceira. Hoje, resta apenas incerteza.
A família teme que, se Ariel for enviado de volta a Cuba, termine na prisão. Ele já havia expressado sua oposição ao regime e, como muitos cubanos no exílio, sabe que um retorno forçado pode custar sua liberdade.
Perguntas frequentes sobre a detenção de Ariel Figueredo López e a política migratória do ICE
Por que Ariel Figueredo López foi preso nos EUA?
Ariel Figueredo López foi preso pelo ICE após tentar corrigir uma multa de trânsito com seu nome incorreto. Apesar de não ter acusações criminais, ele foi detido e enfrenta um processo de deportação para Cuba, onde teme represalias devido à sua oposição ao regime cubano.
Como a política migratória atual afeta os cubanos nos EUA?
A política migratória atual, intensificada sob a administração de Trump, levou a um aumento nas detenções e deportações expressas de cubanos. Embora muitos não tenham antecedentes criminais, as prisões costumam ocorrer após consultas migratórias de rotina, gerando medo e incerteza entre a comunidade cubana nos EUA.
Quais são as consequências econômicas dessas detenções para as famílias de imigrantes?
As detenções de imigrantes como Ariel Figueredo López geram perdas econômicas significativas para suas famílias. Isso inclui a perda da principal fonte de sustento, dívidas crescentes, apreensões de bens e a possível deportação, o que afeta profundamente a estabilidade financeira e emocional dos lares.
Quais opções legais têm os imigrantes detidos pelo ICE?
Imigrantes detidos podem buscar assistência legal para tentar impedir sua deportação e apresentar seu caso a um juiz de imigração. No entanto, o processo é caro e complexo; muitos devem demonstrar um "medo credível" de perseguição em seu país de origem para ter uma chance de conseguir asilo político nos EUA.
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