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Um canal da televisão estatal cubana quebrou nesta quarta-feira o silêncio institucional sobre o desaparecimento de Doraiky Águila Vázquez, uma mulher habanera de 48 anos cujas circunstâncias são desconhecidas desde o dia 15 de março.
O Canal Educativo, com alcance nacional tanto na sinalização digital terrestre quanto na analógica, publicou uma mensagem em sua página oficial do Facebook a pedido da mãe da desaparecida.
O aviso lembra que Doraiky mede 1,68 metros, pesa 65 quilos e está ausente de sua casa na rua Pocito 939, entre 18 e 19, no bairro Lawton, município 10 de Outubro, há mais de quatro meses.
A publicação, apresentada como um gesto de serviço social, pede colaboração da cidadania e oferece vários contatos telefônicos de familiares para aqueles que possam fornecer informações sobre seu paradeiro: Maura (50255751), Gustavo (54236523) e Juan Ramón (54011152).
A menção do caso por parte da imprensa oficial ocorre após uma intensa campanha sustentada nas redes sociais e em meios independentes, onde foi documentado o desespero da família pela falta de respostas.
Desde abril, a mãe de Doraiky fez múltiplos apelos públicos, implorou de joelhos por ajuda, responsabilizou diretamente o governo pela inação das autoridades e denunciou a angústia de viver mais de 130 dias sem saber se sua filha está viva ou morta.
Doraiky Águila foi vista pela última vez saindo de sua casa e, desde então, apesar das denúncias, não houve nenhum avanço concreto na investigação oficial.
A família tem mantido a busca por conta própria, enquanto clama por uma resposta efetiva das instituições.
A divulgação tardia do Canal Educativo é uma reação à crescente pressão cidadã e, além disso, não é suficiente compartilhar uma publicação; é urgente uma ação diligente da polícia e do Ministério Público que permita esclarecer o que ocorreu.
Na seção de comentários da publicação, a jornalista Marta María Ramírez ressaltou a urgência de que os meios de comunicação se envolvam de forma ativa na divulgação de alertas precoces sobre desaparecimentos, dada sua importância vital.
Ramírez lembrou que, até onde se sabe, pelo menos duas meninas cubanas continuam desaparecidas —uma há três anos, quando tinha 16, e outra de apenas três anos— além de várias mulheres adultas.
"É necessário falar sobre as desaparecimentos e exigir que o Estado cumpra com seu dever", afirmou.
A jornalista também questionou se a nota divulgada faz parte da programação televisiva do canal ou se foi compartilhada apenas nas redes sociais.
Perguntas frequentes sobre o desaparecimento de Doraiky Águila em Cuba
Quando e onde foi vista pela última vez Doraiky Águila?
Doraiky Águila foi vista pela última vez saindo de sua casa em Lawton, município Diez de Octubre, Havana, no dia 15 de março de 2025. Seu paradeiro é desconhecido desde aquela noite, que coincidiu com uma falta de energia geral em Cuba. Sua família relatou que ela sofre de perda temporária de memória, o que pode ter contribuído para sua desaparecimento.
Quais ações a família de Doraiky tomou para encontrá-la?
A família de Doraiky tem mantido uma busca incansável por conta própria, utilizando redes sociais para divulgar seu desaparecimento e oferecendo uma recompensa de 350.000 CUP por informações precisas sobre seu paradeiro. Denunciaram repetidamente a inação das autoridades cubanas e pediram ajuda a organizações independentes e à população.
Qual tem sido a resposta das autoridades e dos meios de comunicação oficiais em Cuba sobre o caso de Doraiky Águila?
A resposta oficial tem sido mínima e tardia. Não foi relatado nenhum avanço concreto na investigação oficial. Recentemente, o Canal Educativo estatal publicou uma mensagem no Facebook a pedido da mãe de Doraiky, mas isso ocorreu após uma intensa campanha nas redes sociais e em meios independentes. A falta de ação por parte do governo tem sido criticada tanto por familiares quanto por jornalistas e cidadãos.
Quais medidas de segurança existem em Cuba para lidar com as desaparições?
Em Cuba, os mecanismos oficiais para abordar desaparecimentos são ineficazes, o que gerou preocupação e críticas entre a população. Organizações feministas como Yo Sí Te Creo em Cuba e o Observatório de Gênero de Alas Tensas ativaram o Alerta Yeniset para o caso de Doraiky, um mecanismo de resposta a desaparecimentos de mulheres. No entanto, a falta de protocolos efetivos e a escassez de recursos oficiais são evidentes.
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