Desesperada mensagem de mãe de cubana desaparecida em Havana: “Muita angústia”

Maura Vázquez, mãe de Doraiky Águila, desaparecida em Havana, critica o governo por inação. Oferecem recompensa de 350.000 CUP. O caso reflete a falta de resposta diante de desaparecimentos em Cuba.

Maura Vázquez, a mãe de Doraiky Águila VázquezFoto © Facebook / Maura Vázquez

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Maura Vázquez, a mãe de Doraiky Águila Vázquez, desaparecida desde o dia 15 de março em Havana, publicou uma mensagem desesperada que expressa sua angústia e dor.

“Compartilhar, olhar o telefone, já faz parte da minha vida, acompanhada de uma dor e muita angústia, buscando ajuda para que todos procurem minha querida Doraiky Águila, e esperando notícias de onde podem vê-la. Ter que ver minha grande filha apenas em fotos faz as lágrimas não pararem, mas peço a Deus, ao universo que todos compartilhem, publiquem, que olhem em todos os lugares, nos chamem, a detenham”, começa dizendo esta mãe angustiada.

Maura agradeceu as manifestações de apoio e os bons desejos de um povo que “já exige maior ação para conseguir encontrar a Doraiky”

“Entre as manifestações de apoio de pessoas, uma jovem de fala serena, muito precisa, dolorida e em grande pranto, me disse: ‘Eu fui aluna da sua filha, ela me ensinou muito sobre Direito, me ajudou em muitas esferas da vida, e digo com toda sinceridade que não estão aplicando com ela o Direito que tanto ensinou, nem os valores que sempre demonstrou como ser humano’”, relatou.

A jovem lhe disse que sua filha era muito admirada por ser “muito observadora e, em uma ocasião, percebeu que uma aluna não ia para casa por não ter dinheiro, e ela imediatamente comprou a passagem e compartilhou o sabonete de sua casa com os alunos da província”.

“Mamãe, grite aos quatro ventos que Doraiky merece que sejam aplicadas as melhores técnicas, os melhores profissionais e que a direção do país se informe e participe”, pediu a jovem.

Esta mãe contou que o encontro com a aluna de sua filha desaparecida terminou com um abraço e "um choro cheio de dor e não consegui mais, tamanha incerteza, tristeza, impotência, ao ver que os meses passam e nenhuma autoridade me deu uma única notícia".

Desídia governamental

O mês passado, Vázquez já fez um poderoso e doloroso apelo nas redes sociais, responsabilizando diretamente o Governo cubano pela falta de resultados na busca.

“Não quero pensar nem posso que minha filha Doraiky Águila está ausente de casa há três meses e nove dias. É desesperador, doloroso, angustiante saber que ela está exposta à agressão, a altos riscos biológicos, à desidratação, à falta de nutrientes, água, medicamentos, assistência médica profissional e muito mais”, disse.

Maura, visivelmente afetada pela angústia e pela falta de respostas, também destacou o impacto psicológico que a desaparecimento causou tanto em sua filha quanto em seus dois netos - de 14 e 15 anos - e no restante da família "que a busca permanentemente".

Em sua mensagem, Maura deixou de lado as súplicas e adotou um tom firme:

"Meu ânimo é de crítica, ou seja, dizer a verdade para que se trabalhe sobre o que é real; já não peço, não imploro, responsabilizo o Governo cubano sobre o processo de busca", sublinhou.

A anciana denunciou a falta de mobilização de recursos humanos e logísticos que o Estado poderia empregar para agilizar a localização de pessoas desaparecidas.

Afirmou que existem forças disponíveis - como alunos do MININT, escolas militares, a Marinha, os CDR e até escolas políticas - que poderiam ser utilizadas sem afetar a estrutura institucional.

Um caso sem solução

Doraiky Águila desapareceu durante um apagão geral em Havana no dia 15 de março passado.

Segundo sua família, ela sofre de episódios de perda de memória transitória, o que pode ter causado sua desorientação. Não é uma pessoa agressiva e já havia demonstrado sinais de confusão mental dias antes de seu desaparecimento.

Em vista da falta de avanços, os familiares ofereceram uma recompensa de 350.000 CUP a quem fornecer informações verídicas sobre seu paradeiro.

No entanto, até o momento, as autoridades não forneceram atualizações oficiais, e o caso continua sem resolução.

O drama de Doraiky se junta a outros casos de desaparecimentos reportados em Cuba, que têm despertado uma crescente preocupação da sociedade, diante da aparente falta de mecanismos institucionais eficazes para responder a esse tipo de emergência.

Enquanto isso, Maura Vázquez continua sua luta com determinação, apoiada por cidadãos solidários que se uniram ao chamado para dar visibilidade ao desaparecimento de Doraiky e exigir ação imediata.

Perguntas Frequentes sobre o Desaparecimento de Doraiky Águila

Quando e onde desapareceu Doraiky Águila?

Doraiky Águila desapareceu no dia 15 de março de 2025 durante uma falta de energia geral em Havana. A última vez que foi vista, estava no bairro de Lawton, no município de Dez de Outubro.

Que ações a família de Doraiky tomou para encontrá-la?

A família de Doraiky realizou múltiplas ações para sua localização: ofereceram uma recompensa de 350.000 pesos, divulgaram sua foto nas redes sociais e ativaram alertas através de plataformas independentes. A mãe, Maura Vázquez, percorreu incansavelmente Havana com um cartaz em busca de informações sobre sua filha.

Qual tem sido a resposta do governo cubano diante do desaparecimento de Doraiky Águila?

Até o momento, as autoridades cubanas não forneceram atualizações oficiais nem ativaram mecanismos visíveis de busca para Doraiky, o que gerou críticas e frustração por parte de sua família e da comunidade.

Por que a situação de Doraiky Águila é crítica?

Doraiky sofre de episódios de perda de memória transitória, o que aumenta sua vulnerabilidade. Sua desaparecimento durante um apagão e a falta de atendimento médico podem colocar sua vida em risco. Além disso, a falta de apoio institucional deixou sua família em uma situação desesperadora.

Qual foi o impacto do desaparecimento de Doraiky na comunidade cubana?

A desaparecimento de Doraiky Águila gerou uma ampla mobilização cidadã e solidariedade na comunidade cubana. Seu caso se tornou um símbolo do abandono institucional e da falta de mecanismos oficiais eficazes para responder a emergências desse tipo em Cuba.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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