Apagões de mais de 24 horas e festa nas ruas de Matanzas

Apagões de mais de 24 horas e festa nas ruas de Matanzas

Matanceros celebram o Festival Rumba King 2025Foto © Girón

Enquanto milhares de matanceros sobrevivem a apagões que ultrapassam as 24, 38 e até 72 horas, nas ruas do centro histórico ressoavam neste fim de semana os Tambores de Bejucal, no encerramento do Festival Rumba King 2025.

A celebração, repleta de cor e cubania, contrastou dramaticamente com o cansaço de uma população que padece com apagões intermináveis e escassez de água potável.

Como parte do evento cultural, músicos e dançarinos desceram a rua Milanés revivendo uma das tradições mais antigas e populares da cidade: o desfile dos Tambores de Bejucal, agora como convidados do festival que celebrou sua segunda edição.

“Rumbaking é e será um presente para o povo matancero”, expressou a organização em suas redes, onde também destacaram a participação de grupos como Afrocuba, Rumbatá e os próprios Tambores de Bejucal.

Matanceros no Festival Rumba King 2025. Fotos do Periódico Girón.

O fotorreportagem do evento, publicada pelo periódico Girón, apresenta imagens vibrantes de moradores dançando na rua sob o sol.

No outro extremo da cidade, no entanto, a história era diferente. Nas redes sociais, a criadora Sheyla Reyes (@sheyreyes032) denunciou que estava há 38 horas consecutivas sem eletricidade.

Matanceros no Festival Rumba King 2025. Fotos do Periódico Girón.

Em meio ao apagão, também ocorreu um incêndio em uma esquina do bairro devido à queima de um lixão.

“Era a primeira vez que via algo assim... foi impressionante”, relatou, enquanto documentava o momento em que os bombeiros chegaram. Em paralelo, cozinhava com um gerador e celebrava aliviado por poder beber um “pouquinho de água fria”.

Horas depois, a corrente voltou brevemente, mas a falta de luz retornou.

Matanceros no Festival Rumba King 2025. Fotos do Periódico Girón.

En publicações como a de Zea Gisselle, outra cubana que visitou recentemente a província, são denunciadas situações extremas: falta de água durante meses, gás ausente, conectividade móvel nula e censura sistemática.

“Matanzas é agonía... as pessoas não vivem, as pessoas suportam”, escreveu no Facebook.

Matanceros no Festival Rumba King 2025. Fotos do Periódico Girón.

Assegura que os residentes devem subir e descer colinas com tanques e baldes para conseguir água, enquanto enfrentam temperaturas sufocantes e uma rede de serviços públicos colapsada.

"A festa foi real, mas o apagão também foi", disseram vários matanceros.

Perguntas frequentes sobre os apagões e a situação em Matanzas, Cuba

Por que estão ocorrendo apagões prolongados em Matanzas?

Os apagões prolongados em Matanzas se devem à crise energética que afeta Cuba, caracterizada pela falta de manutenção nas termelétricas, pela escassez de combustível e por uma infraestrutura elétrica deteriorada. A situação se agravou nos últimos meses, provocando cortes de eletricidade de até 72 horas em algumas regiões da província.

Como a crise elétrica está afetando a vida diária dos matanceros?

A crise elétrica em Matanzas afetou gravemente a vida diária de seus habitantes. Os apagões prolongados dificultam o acesso à água potável, a conservação de alimentos e a comunicação devido à falta de cobertura móvel. Além disso, a população enfrenta altas temperaturas sem ventilação adequada, o que aumentou o mal-estar e a desesperação entre os cidadãos.

Quais medidas o governo cubano tomou para enfrentar essa crise energética?

O governo cubano anunciou planos para instalar parques fotovoltaicos e melhorar a geração elétrica, no entanto, essas promessas não resultaram em melhorias concretas para a população. Os apagões persistentes e a falta de comunicação clara por parte das autoridades mantiveram os cidadãos em um estado de incerteza e frustração.

Como está reagindo a população de Matanzas diante dos apagões e da situação atual?

A população de Matanzas está reagindo com indignação e desespero diante dos apagões e da crise generalizada. Muitas pessoas têm recorrido às redes sociais para expressar sua frustração e denunciar a ausência de soluções eficazes. No entanto, o controle governamental sobre a informação e a falta de liberdade de expressão limitam as possibilidades de protesto organizado.

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