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A administração do presidente Donald Trump deu luz verde nesta quinta-feira para a petrolífera Chevron retomar suas atividades de extração de petróleo na Venezuela, de acordo com fontes próximas às negociações citadas pelo The Wall Street Journal.
O levantamento parcial de restrições marca uma mudança significativa na política energética e externa dos EUA em relação ao regime de Nicolás Maduro.
A Administração Trump aprovou uma nova licença que permite à gigante petrolífera Chevron reiniciar suas operações na nação sul-americana, em um afastamento das medidas rigorosas anteriores, sugerindo uma recalibração voltada para equilibrar os interesses energéticos com o regime de Nicolás Maduro.
O novo acordo emite uma “licença específica” em vez de uma licença geral, permitindo à Chevron retomar uma atividade mais regular com a PDVSA.
O acordo teria sido fechado após semanas de conversas entre altos funcionários, incluindo o presidente Trump e o secretário de Estado Marco Rubio.
A Chevron é uma das poucas empresas estrangeiras que nunca rompeu completamente os laços com a Venezuela, apesar das sanções impostas por governos anteriores.
A empresa mantém participação em várias empresas mistas com a PDVSA, a petrolífera estatal venezuelana, mas Trump havia lhes dado um ultimato em março para que encerrassem seus acordos com a nação sul-americana.
No obstante, a decisão já gera reações divididas entre legisladores republicanos e democratas, muitos dos quais alertam sobre os riscos de legitimar o regime de Maduro.
Espera-se que nos próximos dias o Departamento do Tesouro e o Departamento de Estado oficializem os termos da licença concedida à Chevron, incluindo possíveis limites sobre exportações e controles sobre pagamentos a funcionários venezuelanos.
A uma consulta ao El Nuevo Herald, o Departamento de Estado apontou que a licença "foi emitida exclusivamente para fins de manutenção por parte da Chevron e para criar as condições necessárias para que o regime pague a enorme dívida que mantém com a empresa petrolífera sediada no Texas".
"Ainda que não possamos comentar sobre licenças específicas, o governo dos Estados Unidos não permitirá que o regime de Maduro se beneficie da venda de petróleo," afirmou a entidade em outra resposta ao Miami Herald em um e-mail.
A dívida da Venezuela com a Chevron era estimada em cerca de US$ 3 bilhões antes de ser reduzida após a decisão do governo Joe Biden de conceder à empresa texana uma licença para operar no país, que foi revogada pela administração Trump no início deste ano.
Chevron foi responsável por aproximadamente um quarto da produção de petróleo da Venezuela, que no início deste ano estava em torno de 900.000 barris diários, lembrou El Nuevo Herald.
Perguntas frequentes sobre a reanudação da Chevron na Venezuela
Por que Trump autorizou a Chevron a retomar suas operações na Venezuela?
A autorização à Chevron para retomar suas atividades na Venezuela se insere em uma estratégia dos Estados Unidos para reinstalar sua presença em setores-chave da região, especialmente diante do avanço da China e da Rússia na indústria energética venezuelana. Além disso, essa decisão foi parte de um acordo após a libertação de cidadãos americanos detidos na Venezuela.
O que implica a retomada da Chevron para as sanções impostas a Veneza?
A retomada das operações da Chevron implica uma flexibilização das sanções que restringiam a produção e exportação de crude venezuelano. No entanto, espera-se que o Departamento do Tesouro e o Departamento de Estado oficializem os termos da licença concedida à Chevron, incluindo possíveis limites sobre exportações e controles sobre pagamentos a funcionários venezuelanos.
Como o acordo com a Chevron afeta o regime de Nicolás Maduro?
O acordo permite ao regime de Maduro manter a produção petrolífera sem a pressão das sanções mais rigorosas, o que pode se traduzir em maiores envios de petróleo para seus aliados políticos como Cuba. No entanto, também gerou críticas por parte de aqueles que acreditam que legitima o regime sem exigir reformas políticas profundas.
Qual é o papel de Cuba no contexto das operações da Chevron na Venezuela?
A saída temporária da Chevron da Venezuela obrigou o país a buscar novos mercados, beneficiando indiretamente Cuba, que enfrenta uma crise de combustível. A Venezuela poderia aumentar suas exportações de petróleo para Cuba para compensar a perda das exportações da Chevron, o que aliviaria parcialmente a crise energética na ilha.
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