Estudantes da Escola Internacional de Cinema denunciam censura de curtas-metragens de formatura

Estudantes da EICTV denunciam censura de seus curtas-metragens e condições precárias na escola. Exigem explicações e exibições sem restrições. A Assembleia de Cineastas Cubanos os apoia.

Censura de curtas de graduação da EICTV no cinema AcapulcoFoto © Instagram / deus__cynthia

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Um grupo de estudantes da Escola Internacional de Cine e TV de San Antonio de los Baños (EICTV) denunciou a censura da exibição de seus curtas-metragens de graduação.

A exibição, que ocorreria no sábado, 12 de julho, às 14:00 horas, no Cine Acapulco de Havana, “foi cancelada sem explicações coerentes”, o que representa “um fato sem precedentes na história da nossa escola”, pode-se ler em um comunicado nas redes sociais da geração 30 da EICTV.

Os estudantes contaram que “duas vans chegaram da escola [para o Acapulco] carregadas de estudantes, familiares, professores, amigos e equipe técnica dos filmes. Nenhum diretor da EICTV estava presente, apenas trabalhadores que anunciaram ‘problemas técnicos’”.

“Nunca se colocaram os cartazes dos filmes. O Cine Acapulco permaneceu fechado, e nunca se permitiu o acesso, demonstrando que não havia intenção de exibir os filmes”, afirmam.

Além disso, relataram que, ao questionar sobre o assunto à direção da Escola, a diretora da EICTV, Susana Molina, desligou uma chamada para um representante estudantil.

Os estudantes tentaram realizar a exibição, que tradicionalmente é feita pelos formandos a cada ano, mas se depararam com obstáculos e explicações absurdas.

Consideram que se trata de uma represália uma vez que “desde o mês de junho, os estudantes têm manifestado seu descontentamento em relação às precárias condições dos serviços básicos e das instalações da escola”.

“Esses protestos levaram à intervenção de Fernando Rojas, ex-vice-ministro da Cultura, atual assessor do ministro da Cultura, Alpidio Alonso, evidenciando que a EICTV opera sob a dependência direta do Ministério da Cultura, sem a mediação histórica da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano”, explicam.

Dessa forma, os estudantes exigem “explicações públicas por parte do Ministério da Cultura e da direção da EICTV; garantias de que as teses serão projetadas sem restrições; e respeito à autonomia acadêmica e artística da escola”.

Sua demanda tem sido apoiada pela Assembleia de Cineastas Cubanos, que argumentam que o acontecimento remete a episódios sistemáticos de censura.

Em junho, os estudantes da EICTV denunciaram o que qualificaram como “uma crise sanitária, alimentar e de governança institucional que afeta diretamente a qualidade de vida e o processo formativo no centro”

Em uma declaração divulgada nas redes sociais, os alunos afirmaram que a falta de atenção, compromisso e comunicação por parte da atual administração resultou em condições de insalubridade, carências alimentares e deterioração da infraestrutura básica.

“Estamos em uma situação crítica de insalubridade e falta de higiene devido à escassez de água nos quartos. A qualidade dos alimentos tem deteriorado e não há acesso a água potável após o fechamento do refeitório”, denunciou o documento.

Além disso, alertaram sobre a situação dos trabalhadores do centro, muitos dos quais não receberam salário durante vários meses, gerando um ambiente de trabalho opressivo que também impacta o funcionamento cotidiano da escola.

Apesar de reconhecer a difícil realidade econômica de Cuba, o corpo estudantil enfatizou que essa situação não pode justificar o abandono institucional, especialmente quando existem recursos disponíveis e uma rede internacional de apoio disposta a contribuir para a sustentabilidade do projeto

Perguntas frequentes sobre a censura na Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba

Por que os curtas-metragens de graduação dos estudantes da EICTV foram censurados?

Os estudantes da Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio de los Baños denunciaram que a exibição dos seus curtas-metragens de formatura foi cancelada sem explicações coerentes. Consideram que se trata de uma retaliação pelas protestas que realizaram devido às precárias condições dos serviços básicos e das instalações da escola.

Qual é a situação atual da Escola Internacional de Cinema e TV em relação às condições de vida e estudos?

Os estudantes denunciaram uma crise sanitária, alimentar e de governança institucional que afeta diretamente a qualidade de vida e o processo formativo no centro. A falta de atenção e compromisso da administração levou a condições de insalubridade, carências alimentares e deterioração da infraestrutura básica.

Como respondeu o Ministério da Cultura às demandas dos estudantes da EICTV?

Até o momento, não houve uma resposta pública concreta por parte do Ministério da Cultura nem da direção da EICTV às demandas dos estudantes. Os estudantes exigem explicações públicas e garantias de que suas teses serão apresentadas sem restrições.

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