Uma afirmação do criador de conteúdos cubano Elieser El Bayardo (@elieser_elbayardo) gerou uma onda de reações nas redes sociais, ao comparar a dieta dos escravos no século XIX com a alimentação atual do cubano médio.
“Você acreditaria se eu te dissesse que os escravos em Cuba comiam melhor do que a maioria dos cubanos de hoje?” questionou El Bayardo em um vídeo publicado em 11 de julho, no qual cita o historiador Manuel Moreno Fraginals e sua obra El Ingenio para sustentar sua análise.
El Bayardo apontou que os escravos recebiam diariamente rações que incluíam meia libra de carne (carne bovina, carne seca ou bacalhau), mandioca, farinha de milho, abóbora, bananas, congrí e até chilindrón de cabra. “Era uma dieta projetada para suportar intensas jornadas de trabalho nos campos”, explicou.
Resaltou que em 1850, com apenas um milhão de habitantes, Cuba importava mais de 25 mil toneladas de carne por ano, o que representava quase cinco libras mensais por pessoa, sem contar a produção local.
“Hoje em dia, ter carne no prato é um milagre para muitas famílias cubanas”, acrescentou. As redes sociais foram às forras após a publicação, com milhares de comentários que, na sua maioria, concordaram com a análise do jovem.
"Y agora te colocam preso por comer carne de vaca, é terrível… já comer um pão com açúcar é um luxo", disse um usuário. Outra pessoa apontou: "Nos enganaram a vida toda, contando que os escravos só comiam pão com água e açúcar".
Também houve cubanos que reafirmaram este comentário: “Agora somos escravos sem comida…”.
A controvérsia aumentou quando El Bayardo compartilhou um segundo vídeo onde se mostra a entrevista feita pelos youtubers espanhóis do canal Black Mango Podcast a uma família em Cuba que só pode se permitir comer arroz com abóbora cozida.
A comida de hoje em Cuba é uma miséria. A diferença é que antes alimentavam o escravo para que rendesse; agora, o cubano apenas sobrevive”, resume um dos comentários mais compartilhados.
A comparação histórica tem servido de espelho para milhares de cubanos, que veem na dieta do passado um reflexo incômodo do presente.
Perguntas frequentes sobre a situação alimentar em Cuba
É verdadeira a afirmação de que os escravos do século XIX comiam melhor do que os cubanos de hoje?
De acordo com Elieser El Bayardo, os escravos no século XIX recebiam rações diárias de carne e outros alimentos nutritivos, o que contrasta com a dieta atual de muitos cubanos, que enfrentam dificuldades para acessar produtos básicos como a carne. Essa comparação gerou um debate sobre a realidade alimentar na ilha.
Que tipo de dieta tinham os escravos em Cuba segundo o historiador Manuel Moreno Fraginals?
O historiador Manuel Moreno Fraginals, citado por Elieser El Bayardo, indica que os escravos recebiam rações diárias que incluíam carne, macaxeira, farinha de milho, abóbora, bananas, congrí e chilindrón de cabra, o que lhes permitia suportar intensas jornadas de trabalho. Essa dieta é comparada com a alimentação limitada dos cubanos nos dias de hoje.
Qual é a situação atual da carne na dieta dos cubanos?
A carne é um produto difícil de conseguir para muitas famílias cubanas, devido à escassez e aos altos preços. No passado, a carne era mais acessível, mas hoje é considerada um luxo e, em alguns casos, seu consumo pode até ter repercussões legais.
Por que há tanta polêmica sobre a alimentação em Cuba nas redes sociais?
A polêmica surge da comparação entre a dieta atual de muitos cubanos e a dos escravos no século XIX, além das constantes denúncias sobre a precariedade alimentar na ilha. Influenciadores e cubanos dentro e fora do país utilizam as redes para visibilizar a situação, o que gera um amplo debate sobre a realidade e as necessidades não atendidas em Cuba.
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