O mês de julho se configura como um dos mais quentes e secos do ano em Cuba, com temperaturas elevadas durante o dia e noites pouco frescas, conforme alertou o meteorologista Elier Pila Fariñas, pesquisador do Centro de Previsões do Instituto de Meteorologia de Cuba.
Em uma análise publicada em Cubadebate, o especialista explicou que a combinação do Anticiclone do Atlântico e a chegada da poeira do Saara são os principais fatores por trás do aumento do calor e da redução das precipitações nesta época do ano.
“Embora já tenha iniciado a primeira semana do sétimo mês do ano, continuam sendo perguntas recorrentes como será o comportamento do que resta de julho”, escreveu Pila.
“É um dos dois meses mais quentes do ano”, advertiu.
O meteorologista detalhou que julho representa uma pausa natural dentro do período chuvoso de Cuba, sendo o mês que menos contribui para o total anual de precipitações.
Isso se deve, em parte, à intensificação do anticiclone, que gera condições mais estáveis, com céus limpos, forte radiação solar e pouca nebulosidade.
A esses efeitos se soma a Camada de Ar Saara, também conhecida popularmente como poeira do Saara, que reduz a umidade atmosférica e atua como uma barreira para o desenvolvimento de sistemas ciclônicos tropicais.
No entanto, Pila aponta que não se descarta a ocorrência de chuvas e tempestades elétricas isoladas, especialmente nas tardes e noites, associadas à passagem de ondas tropicais e áreas de baixa pressão, embora sem alta frequência.
Segundo o Prognóstico Mensal do Centro do Clima, espera-se que as chuvas se mantenham em valores próximos ao normal no Ocidente, mas abaixo da média histórica no Centro e Oriente, o que pode agravar as condições de seca já existentes nessas regiões.
Quanto às temperaturas, tanto as máximas quanto as mínimas superarão as médias históricas, resultando em dias mais quentes e noites mais sufocantes, com maior impacto nas regiões centrais e orientais do país.
Elier Pila conclui que o cenário dominante nas próximas semanas será o de calor intenso e a falta de chuvas, uma combinação que afeta tanto a saúde humana quanto os setores agrícola e energético, já impactados pelas condições extremas deste verão cubano.
A persistência de temperaturas extremas e a diminuição das chuvas já vinham afetando o país há meses. Em Holguín, o aumento do calor tem provocado um deterioro nas condições de vida, agravado pelos apagões.
Segundo relatos locais, a situação em hospitais, lares e centros de trabalho é crítica, com consequências diretas sobre a saúde pública, incluindo desmaios, pressão arterial alterada e dificuldades para dormir.
Este padrão de calor incomum já havia mostrado sinais alarmantes em maio, quando uma estação meteorológica registrou um recorde histórico de temperatura para esse mês, alcançando valores que superaram os máximos previamente documentados.
Estes episódios são atribuídos à intensificação do anticiclone do Atlântico e à chegada do pó do Saara, fatores que agora se consolidam em julho como responsáveis por um ambiente ainda mais hostil.
Perguntas frequentes sobre o clima em Cuba em julho de 2025
Por que julho de 2025 será mais quente em Cuba?
Julho de 2025 será mais quente em Cuba devido à combinação do Anticiclone do Atlântico e da poeira do Saara. Esses fenômenos aumentam a temperatura e reduzem a umidade, dificultando a formação de precipitações. Essas condições provocam dias quentes e noites abafadas, especialmente nas regiões central e oriental do país.
Como afetará a falta de chuvas em Cuba durante julho de 2025?
A falta de chuvas em julho de 2025 pode agravar as condições de seca nas regiões central e oriental de Cuba. Estas áreas já enfrentam secas prolongadas, e a redução de precipitações pode prejudicar ainda mais a agricultura e o fornecimento de água, afetando a população e a economia local.
Qual é o impacto do calor extremo na saúde dos cubanos?
O calor extremo afeta a saúde dos cubanos, provocando desmaios, alterações na pressão arterial e dificuldades para dormir. Essas condições são exacerbadas pelos constantes apagões, que impedem o uso de ventiladores ou ar-condicionado, aumentando o risco de problemas de saúde, especialmente nos grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças.
Quais medidas podem ser tomadas para mitigar o impacto do calor em Cuba?
Para mitigar o impacto do calor em Cuba, recomenda-se proteger-se do sol, manter-se hidratado e evitar atividades físicas intensas durante as horas mais quentes do dia. Além disso, é importante cuidar especialmente dos grupos vulneráveis e estar atentos às recomendações de saúde pública. No âmbito energético, seria crucial adotar medidas estruturais para melhorar a infraestrutura elétrica do país.
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