O governante cubano Miguel Díaz-Canel anunciou esta terça-feira seu retorno a Cuba após participar da Cúpula XVII do grupo BRICS no Brasil, e a reação de muitos cubanos nas redes sociais não demorou a acontecer.
“Já estamos na Pátria”, escreveu sucintamente Díaz-Canel em sua conta oficial do X, desencadeando uma onda de comentários críticos, memes e frases contundentes.
“Você não conseguiu ficar? Que pena”, escreveu um usuário. Outro foi mais direto: “Que desgraça”. Alguém mais expressou: “Ninguém sente sua falta”. Enquanto isso, outras mensagens recebiam o mandatário com consignas oficialistas e hashtags como #CubaVencerá.
O viaje de Díaz-Canel ao Brasil teve como objetivo participar na cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), um bloco econômico onde Cuba busca se posicionar como país parceiro, sem fazer parte formalmente do grupo. Sua presença foi acompanhada por altos funcionários, entre eles o chanceler Bruno Rodríguez.
Durante o evento, o governante tentou projetar uma imagem de “cooperação Sul-Sul” e defendeu a participação cubana nas brigadas médicas internacionais, denunciando que estas são “vergonhosamente perseguidas pelos Estados Unidos”.
No entanto, o pano de fundo de sua intervenção apontou para uma necessidade urgente: captar apoio econômico e político em meio a uma das crises mais profundas que o país enfrenta.
En seu discurso oficial, Díaz-Canel pediu aos BRICS que impulsionem uma nova ordem internacional e defendeu o papel de Cuba como um "país solidário", apesar das crescentes denúncias sobre as condições de exploração laboral impostas aos profissionais das brigadas médicas.
A participação cubana na cúpula foi percebida por muitos analistas como uma manobra desesperada para obter financiamento sem se comprometer com reformas políticas ou econômicas.
O país chega a esses fóruns com uma economia colapsada, sem capacidade produtiva, e com milhões de cidadãos enfrentando escassez, inflação, apagões e uma emigração recorde.
Perguntas frequentes sobre o retorno de Díaz-Canel a Cuba e sua participação na Cúpula dos BRICS
Por que o retorno de Díaz-Canel a Cuba gerou tantas críticas nas redes sociais?
O retorno de Miguel Díaz-Canel a Cuba foi recebido com críticas por parte de muitos cubanos nas redes sociais devido à situação crítica que o país enfrenta. A população enfrenta uma severa crise econômica, com escassez, inflação e apagões frequentes, o que gerou descontentamento e frustração diante da falta de soluções efetivas por parte do governo.
O que Díaz-Canel buscava ao participar da Cúpula dos BRICS?
Díaz-Canel participou da Cúpula dos BRICS com o objetivo de buscar apoio econômico e político em meio à crise que enfrenta Cuba. Embora Cuba não seja membro formal do grupo, a presença de Díaz-Canel foi uma manobra para captar financiamento sem se comprometer a reformas políticas ou econômicas. Além disso, promoveu a "cooperação Sul-Sul" e defendeu as brigadas médicas cubanas.
Como a situação econômica de Cuba afeta sua participação em eventos internacionais como a Cúpula dos BRICS?
A participação de Cuba em eventos internacionais é afetada pela sua precária situação econômica. O país enfrenta uma crise econômica sem precedentes, com um sistema produtivo paralisado e uma infraestrutura em ruínas, o que limita sua capacidade de investimento e comércio. Isso faz com que suas intervenções em fóruns internacionais sejam percebidas mais como tentativas desesperadas de obter ajuda do que como contribuições significativas para o debate global.
Qual é a estratégia de Cuba em relação às missões médicas e sua relação com os BRICS?
Cuba utiliza as missões médicas como uma de suas principais fontes de renda, apesar das críticas internacionais pelas condições de exploração. Durante a Cúpula dos BRICS, Díaz-Canel defendeu essas missões e acusou os Estados Unidos de persegui-las injustamente. A estratégia do governo cubano busca apresentar essas missões como um exemplo de solidariedade, mas enfrenta crescentes denúncias de exploração laboral.
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