Governo Trump adia a entrada em vigor das tarifas: Esta é a nova data

A Casa Branca começou a enviar cartas tarifárias a mais de uma dezena de países desde esta segunda-feira, detalhando as tarifas que deverão ser assumidas caso não se chegue a um acordo comercial antes do prazo final.

Foto © X/Presidente Donald J. Trump

A administração de Donald Trump anunciou oficialmente que as controversas tarifas conhecidas como "recíprocas" entrarão em vigor no próximo dia 1 de agosto, após um novo adiamento do prazo, originalmente previsto para 9 de julho.

Esta decisão foi confirmada tanto pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, quanto pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que acompanharam o presidente em declarações públicas durante o fim de semana.

"Os aranceles entrarão em vigor em 1º de agosto. O presidente está estabelecendo as taxas e os acordos, neste momento", afirmou Lutnick, em resposta à pergunta de uma jornalista neste domingo.

Aranceles e cartas: A estratégia de máxima pressão

A Casa Branca começou a enviar cartas tarifárias para mais de uma dezena de países desde esta segunda-feira, detalhando as tarifas que terão de arcar se não houver um acordo comercial antes do prazo final. Segundo explicou Trump:

"Enviaremos cartas na segunda-feira relacionadas aos acordos comerciais [...] poderiam ser 12, talvez 15 [...] Também fechamos acordos, então podemos ter uma combinação de cartas e de alguns acordos", precisou Trump em Truth Social.

Captura do Truth Social

Scott Bessent reafirmou esta postura em uma entrevista com CNN, esclarecendo que não se trata de uma nova prorrogação, mas sim de uma declaração firme de intenções:

“Não é um novo prazo. O que estamos dizendo é: é isso que vai acontecer. Se vocês querem acelerar as coisas, façam-no.”

As cartas assinadas por Trump incluiriam tarifas com aumentos de até 70% para alguns países, muito mais altas do que as anunciadas inicialmente.

As taxas voltarão aos níveis estabelecidos no dia 2 de abril passado, data que Trump qualificou como o "Dia da Libertação", origem desta nova onda tarifária.

Os países que negociam e os que enfrentam tarifas

Até o momento, os Estados Unidos alcançaram acordos limitados com o Reino Unido (mantendo uma tarifa de 10%) e com o Vietnã (reduzindo tarifas de 46% para 20%).

Um acordo também foi alcançado com a China para reduzir as tensões.

A União Europeia, por sua vez, vê com relativo otimismo a possibilidade de chegar a um princípio de acordo.

Bruxelas intensificou os contatos com Washington nos últimos dias, e segundo fontes europeias: “Houve progresso rumo a um princípio de acordo”, embora se trate de um entendimento mínimo, e não de um tratado abrangente.

Outros países mostram mais resistência.

O Japão advertiu que "não cederá facilmente" nas negociações; enquanto isso, os países do grupo BRICS -Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entre outros- preparam uma declaração conjunta para condenar a política tarifária dos Estados Unidos.

Arancel adicional aos países alinhados com os BRICS

Em meio à cúpula do grupo BRICS no Rio de Janeiro, Trump lançou um novo aviso: qualquer país que se alinhar com as políticas deste bloco deverá enfrentar uma tarifa adicional de 10%.

"Qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos BRICS deverá pagar uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções", advertiu Trump no Truth Social.

Captura do Truth Social

Reação do mercado: Volatilidade e incerteza

O anúncio do adiamento na aplicação das tarifas teve um impacto imediato nos mercados financeiros.

Os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíram entre 0,33% e 0,37% no domingo à noite.

Este revés ocorre após uma semana de altas históricas em Wall Street, em parte devido à expectativa de que a Casa Branca evitaria implementar medidas mais severas.

Agora, os analistas temem que a volatilidade aumente a cada atualização tarifária.

"Os investidores estão preocupados que um mercado de ações em máximas históricas possa se tornar mais volátil à medida que a Casa Branca publique atualizações comerciais", explicou Rajeev Sibal, economista global sênior do Morgan Stanley, em declarações citadas pela imprensa americana.

No entanto, alguns especialistas, como Tom Lee, da Fundstrat Global Advisors, se mostram otimistas: “Estou de acordo com qualquer um que diga: 'Olhem, reconfiguramos alguns dos fluxos econômicos em torno das tarifas', mas essa é uma história positiva (...) Este é o rally em forma de V mais odiado.”

O contexto: Uma estratégia agressiva, mas calculada

Desde que assumiu a presidência, Donald Trump tornou a política tarifária o eixo central de sua estratégia comercial, sob a justificativa de corrigir os déficits estruturais dos Estados Unidos.

As medidas adotadas desde abril fazem parte de uma abordagem de "máxima pressão", que busca forçar negociações rápidas com condições favoráveis para Washington.

Seja qual for o desfecho, fica claro que as tarifas não são apenas instrumentos econômicos, mas também ferramentas diplomáticas em uma batalha para redefinir as regras do comércio mundial.

Perguntas frequentes sobre as tarifas de Trump e seu impacto global

Quando entrarão em vigor os novos tarifas anunciadas por Trump?

As novas tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto, após um adiamento da data original que estava prevista para 9 de julho. O anúncio foi feito pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, e pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que confirmaram que não se trata de uma nova prorrogação, mas de uma declaração firme de intenções do governo dos Estados Unidos.

Como os novos tarifas afetarão os mercados financeiros?

O anúncio das tarifas gerou volatilidade e incerteza nos mercados financeiros. Os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíram entre 0,33% e 0,37% após o anúncio do atraso. Os analistas temem que a volatilidade aumente a cada atualização tarifária, o que pode afetar as expectativas de crescimento em Wall Street.

Quais países estão afetados pelos novos tarifas de Trump?

As novas tarifas afetam mais de uma dúzia de países, incluindo Reino Unido, Vietnã, China e potencialmente os países do grupo BRICS. Os Estados Unidos alcançaram acordos limitados com alguns países, como o Reino Unido e o Vietnã, enquanto outros, como o Japão e os BRICS, mostraram resistência. A União Europeia está em negociações para evitar uma escalada de tarifas.

Qual é a estratégia por trás dos tarifas de Trump?

A política tarifária de Trump é parte de uma estratégia de "máxima pressão" projetada para forçar negociações rápidas e favoráveis aos Estados Unidos. As tarifas não são apenas ferramentas econômicas, mas também diplomáticas, em uma tentativa de redefinir as regras do comércio mundial e corrigir os déficits estruturais do país. Esta estratégia gerou tensões com vários parceiros comerciais, que responderam com medidas de retaliação.

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