A Air China começa a transportar cargas entre a China e Cuba com voos regulares

O regime aposta em usar os voos da Air China para exportar para a Ásia e avançar em seu plano de transformar Cuba em um nó logístico regional de cargas.

Air ChinaFoto © Facebook / Eduardo Rodríguez Dávila

A Air China realizou esta semana seu primeiro envio de carga para Cuba como parte de sua rota regular entre Pequim e Havana, em uma nova tentativa do regime de dinamizar o intercâmbio comercial com seu principal parceiro político e econômico.

A informação foi compartilhada no Facebook pelo ministro cubano de Transporte, Eduardo Rodríguez Dávila, que qualificou o fato como “um salto histórico” nas relações aéreas entre os dois países.

Captura Facebook / Eduardo Rodríguez Dávila

Desde 17 de maio de 2024, a companhia aérea estatal chinesa conecta ambas as capitais com dois voos semanais.

A operação de carga foi concretizada nesta quarta-feira e foi recebida com uma cerimônia oficial na qual participou o embaixador da China em Cuba, que agradeceu a colaboração empresarial bilateral e previu o “sucesso” dessa alternativa logística.

Segundo o funcionário cubano, essa nova modalidade não só facilitaria as exportações para o mercado asiático, mas também estaria mais próxima da antiga aspiração do regime de transformar a ilha em um centro de distribuição regional de mercadorias.

Cuba, por meio da estatal Corporación de la Aviación Cubana S.A., tenta se posicionar em meio a um cenário econômico complexo, com baixos níveis de importação, escassez generalizada e uma necessidade urgente de divisas.

Em 2024, a companhia aérea estatal Air China confirmou seu interesse em operar voos regulares entre a China e Cuba, anunciando inicialmente sua intenção de estabelecer uma conexão com Havana a partir do mês de maio.

Este movimento foi interpretado como um sinal do fortalecimento dos laços estratégicos entre ambos os governos, como indicado em os primeiros relatos sobre a entrada da Air China na rota.

Pouco depois, foi detalhado que os voos entre Pequim e Havana seriam realizados duas vezes por semana, com escalas em Madri, e que estariam direcionados tanto ao transporte de passageiros quanto ao desenvolvimento de novas rotas comerciais.

Os detalhes sobre frequências e preços revelaram o interesse em atrair viajantes da Europa, embora com tarifas elevadas e desafios logísticos iniciais.

As primeiras experiências dos passageiros refletiram escalas longas e preços altos, mas também confirmaram a consolidação de uma rota que vai além do turismo.

Em testemunhos de voos de Madrid evidenciou-se o caráter estratégico deste corredor aéreo, ligado a uma agenda logística mais ampla que favorece as aspirações do regime de estabelecer Cuba como um ponto regional de exportações.

Perguntas frequentes sobre o transporte e as relações entre a China e Cuba

Qual é o propósito dos novos voos de carga da Air China para Cuba?

O propósito dos novos voos de carga da Air China para Cuba é dinamizar a troca comercial entre os dois países, facilitando exportações para o mercado asiático e aproximando Cuba de sua aspiração de se tornar um centro de distribuição regional de mercadorias. Esta iniciativa se insere no interesse do regime cubano em fortalecer as relações econômicas com seu principal parceiro político e econômico, a China.

Qual é o impacto da cooperação energética entre Cuba e China?

A cooperação energética entre Cuba e China se consolida como um pilar essencial na relação bilateral. Recentes doações da China forneceram peças e equipamentos tecnológicos para a recuperação do sistema elétrico cubano, afetado por uma severa crise energética. Embora essas doações ofereçam um alívio temporário, a crise ressalta a necessidade de soluções estruturais a longo prazo, como maior investimento em energias renováveis e uma gestão mais eficiente do sistema elétrico.

Como está sendo abordada a crise do transporte público em Cuba?

A crise do transporte público em Cuba está sendo abordada por meio da recuperação de ônibus paralisados e da reutilização de peças usadas, graças a doações da China. Esse esforço busca aliviar a grave situação do transporte em Havana, afetada pela escassez de divisas, combustíveis e peças de reposição. No entanto, a situação continua crítica, com uma infraestrutura em deterioração e uma gestão ineficiente do sistema de transporte.

Que medidas está tomando o governo cubano para melhorar a mobilidade no país?

O governo cubano está tomando medidas como a flexibilização da importação e venda de veículos, incluindo o direito de cubanos em missões no exterior de importar veículos de baixa gama. Essas iniciativas visam modernizar o setor de transporte, embora se reconheça que não são soluções mágicas para os problemas históricos do sistema. Também se prioriza a importação de veículos elétricos e sua infraestrutura de carregamento.

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