Justificam a crise de apagões em Cuba: "Enquanto o consumo aumenta, o déficit cresce mais rápido."

Cuba enfrenta apagões prolongados com um déficit elétrico que ultrapassa o aumento do consumo. O país registrou um dos maiores déficits, de 1.880 MW, evidenciando um colapso energético.


Enquanto o país sofre com apagões intermináveis que excedem 20 horas em algumas localidades, jornalistas oficialistas justificam os cortes de eletricidade com um aumento no consumo de energia.

O repórter matancero José Miguel Solís publicou em seu muro do Facebook um gráfico do consumo na província de Villa Clara para explicar que, se este aumentar, o déficit se incrementa mais rapidamente.

"As duas curvas que preocupam Cuba: enquanto o consumo elétrico (azul) continua a aumentar, o déficit (vermelho) cresce ainda mais rápido. Ontem alcançamos o segundo pior registro histórico (1.880 MW)", justificou o jornalista oficialista.

Captura de Facebook

Centenas de internautas se dedicaram a analisar o relatório apresentado por Solís e se perguntaram se teria havido erro no cálculo, pois expõem um aumento no consumo que não corresponde aos megawatts fornecidos pelo Sistema Elétrico Nacional (SEN).

"Mas se não temos energia, de onde vem esse consumo?", questionou uma pessoa, enquanto outra respondeu que os picos elevados ocorrem após uma falta de luz.

Captura do Facebook

"O problema é que não há corrente, então também não existe a possibilidade de que o consumo aumente, isso é o que estamos nos perguntando há algum tempo, o que realmente está acontecendo", afirmou outro cubano.

Otro internauta chegou a qualificar como uma suposição o dado e disse: "Como vão calcular uma semana de 3.600 MW para o país, se há mais de 8 meses que não conseguem fornecer nem 1.800 MW em nenhum dia. Dessas 1800 MW em diante, tudo é especulação e cálculos de probabilidades".

O Sistema Elétrico Nacional relatou na véspera deste domingo um déficit de geração elétrica de 1.880 MW, segundo dados divulgados nas redes sociais pela União Elétrica (UNE).

Captura do Facebook

O valor, registrado às 21:00 horas, se torna o segundo maior apagão na história energética recente do país e superou em 110 MW o previsto pela empresa estatal sob controle do regime cubano.

No pico noturno, com uma demanda projetada de 3.500 MW e sem a previsão de entrada de novas unidades, espera-se uma afetación de até 1.750 MW, o que coloca o país novamente à beira do colapso energético.

Os dados oficiais informam sobre 837 MW perdidos apenas na geração distribuída, com 93 centrais fora de serviço por falta de combustível e 92 MW a mais pela ausência de óleo nos motores. Além disso, há cinco unidades térmicas indisponíveis por manutenção ou avarias, incluindo Mariel, Felton, Santa Cruz, Cienfuegos e Renté.

Em uma análise histórica de apagões, o jornalista oficialista José Miguel Solís mostrou que o deste sábado só foi superado pelos 1.901 MW de 23 de abril passado.

Dos 12 maiores déficits reportados na história recente, cinco ocorreram em abril de 2025 e três em junho, o que confirma um padrão crescente de colapso sistemático.

Perguntas frequentes sobre a crise de apagões em Cuba

Qual é a principal causa das quedas de energia em Cuba?

A principal causa dos apagões em Cuba é o déficit de geração elétrica, que supera os níveis previstos devido à escassez de combustível, ao deterioramento das plantas geradoras e à falta de investimento em infraestrutura energética. Isso é agravado por manutenções prolongadas e falhas nas unidades térmicas.

Por que o consumo de eletricidade em Cuba continua aumentando apesar das quedas de energia?

O aumento no consumo elétrico em Cuba, apesar das quedas de energia, deve-se principalmente a picos de consumo que ocorrem imediatamente após os cortes de eletricidade. Além disso, há dúvidas sobre a precisão dos números oficiais reportados pela União Eléctrica (UNE), o que gera ceticismo entre a população.

Quais medidas o governo cubano está tomando para resolver a crise energética?

O governo cubano apostou na energia solar como solução para a crise energética, com a criação de novos parques solares fotovoltaicos. No entanto, esses avanços são insuficientes para compensar a paralisia das termoelétricas, que estão há anos sem receber investimentos significativos, o que limita a eficiência da geração solar.

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