Jornalista cubano colaborador do canal iraniano HispanTV está preso em Teerã

O jornalista cubano Jaime Yoan Batista Peña está preso em Teerã após bombardeios israelenses.

Jaime Yoan Batista PeñaFoto © Facebook / Jaime Yoan Batista Peña

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O jornalista cubano Jaime Yoan Batista Peña, colaborador do canal estatal iraniano HispanTV, estava preso em Teerã durante os recentes bombardeios israelenses contra alvos estratégicos dessa nação e foi evacuado pela embaixada de Havana.

As preocupações em torno do repórter aumentaram na última segunda-feira, quando uma apresentadora iraniana teve que fugir do estúdio após a explosão de um míssil na emissora, e o cubano escreveu: “Israel atacou a sede central da rádio e da televisão; estou me esforçando para me proteger. Meus afetos a todos”, relataram o portal independente 14 y Medio e o jornalista Mario J Pentón.

O governo cubano disse na quarta-feira que mantém comunicação com seus cidadãos e na quarta-feira Batista Peña confirmou que “Estou bem e ao abrigo da nossa embaixada cubana. Obrigado pelas mensagens”.

Originário da província de Holguín e com uma longa trajetória em meios provinciais como Radio Holguín e TeleCristal, trabalha há vários anos como repórter para HispanTV, meio que transmite em espanhol do Irã e cuja linha editorial está alinhada com a narrativa do regime iraniano.

Enquanto países como Argentina, Brasil, Uruguai, México e Chile iniciaram desde o primeiro momento processos de evacuação de suas embaixadas e cidadãos no Irã, o governo cubano permaneceu focado em replicar discursos de apoio a Teerã e denunciar as ações de Israel até que se mobilizou na noite de quarta-feira.

O embaixador cubano no Irã, Carlos Pereira, informou na véspera que a sede diplomática continuava seu funcionamento, e manifestou seu apoio ao Irã: "Desde a Revolução Islâmica de 1979, Cuba e Irã têm mantido uma estreita colaboração baseada em um discurso comum contra os Estados Unidos e Israel", destacou o funcionário.

Logo, foi divulgado que o regime cubano evacuou mulheres, um menor e três jornalistas de sua embaixada no Irã devido à agressão militar israelense, conforme informou nesta quinta-feira o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla.

HispanTV, canal fundado em 2011 como parte do aparato de propaganda internacional do Irã, é controlado pela Radiodifusão da República Islâmica do Irã (IRIB), sob supervisão direta do líder supremo, ayatolá Ali Jameneí.

Foi sancionado internacionalmente pela difusão de conteúdo conspiratório, antissemitas e pró-autocrático. Batista tem sido parte ativa dessa maquinaria midiática durante anos, o que o coloca agora em uma situação de risco em uma zona de guerra.

A comunidade cubana no Irã é pequena, composta principalmente por diplomatas, técnicos e alguns colaboradores do regime de Havana.

Perguntas frequentes sobre a situação do jornalista cubano no Irã

Quem é Jaime Yoan Batista Peña e por que ele está preso em Teerã?

Jaime Yoan Batista Peña é um jornalista cubano que trabalha como colaborador para o canal estatal iraniano HispanTV. Ele está preso em Teerã devido aos recentes bombardeios israelenses no Irã. Apesar de ter alertado sobre sua situação, não recebeu apoio nem resposta do governo cubano.

Que ações o governo cubano tomou diante da situação no Irã?

O governo cubano evacuou apenas um grupo seleto de pessoas, principalmente mulheres, crianças e alguns jornalistas de sua embaixada no Irã, mas não iniciou um processo de evacuação completo de seus cidadãos. O regime cubano continua operando sua sede diplomática em Teerã e não reconheceu publicamente a situação de Batista.

Por que o governo cubano não evacuou completamente seus cidadãos no Irã?

O governo cubano mantém uma estreita aliança com o Irã e optou por não evacuar completamente seus cidadãos, priorizando sua relação política com Teerã mesmo em meio a um conflito bélico. Enquanto outros países da região retiraram seu pessoal diplomático, Cuba manteve sua presença institucional.

Quais riscos Jaime Yoan Batista enfrenta ao permanecer no Irã?

Jaime Yoan Batista enfrenta riscos significativos ao permanecer em uma zona de conflito ativo sem garantia de evacuação. A situação se complica com os ataques aéreos em Teerã e a conexão lenta à internet, o que dificulta sua comunicação com o exterior e seu acesso a informações atualizadas sobre possíveis evacuações.

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