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O jornalista e escritor cubano Yoe Suárez, exilado nos Estados Unidos, foi agraciado com o Prêmio de Literatura de Não Ficção “Manuel Márquez Sterling”, por seu livro “Hoz e cruz: evangélicos, resistência não violenta e o último regime totalitário do Ocidente (2000-2019)”, uma pesquisa sobre a participação de setores cristãos na resistência cívica ao regime cubano nas últimas décadas.
A obra foi selecionada como vencedora da primeira edição do concurso, convocado pelas editoras independentes Ediciones Memoria e Ediciones Homagno, em um processo que ocorreu entre abril e junho deste ano.
Os resultados foram publicados neste sábado pela plataforma Memoria Cívica, uma iniciativa voltada para o resgate da memória histórica e do pensamento cívico contemporâneo em Cuba.
Segundo o ato do júri, composto por Rafael Almanza, Waldo Fernández Cuenca e Mario Ramírez, o livro de Suárez constitui “uma investigação detalhada da participação dos cristãos evangélicos na cívica nacional, tema que não foi pesquisado até o presente”.
Yoe Suárez (Havana, 1990), licenciado em Jornalismo pela Universidade de Havana, é autor de vários livros de não ficção que foram reconhecidos dentro e fora da ilha, além de ter sido hostilizado pelo regime cubano devido ao seu verbo mordaz.
Entre eles destacam-se La otra isla (finalista da Beca Michael Jacobs 2016), Charles en el mosaico (menção Casa de las Américas 2017), El soplo del demonio (2018) e Leviatán. Polícia política e terror socialista, que recebeu o Prêmio Ilíada em 2021.
Sua trajetória, marcada pela denúncia e pela crônica crítica do poder, o tornou uma das vozes mais ativas do jornalismo independente cubano, colaborando com diversos meios da imprensa livre e dirigindo o selo Boca de Lobo Editores.
Em 2021, recebeu o prêmio Ilíada de Jornalismo, que foi concedido pela primeira vez pela editora Ilíada Ediciones junto ao projeto cultural AV Kreativhaus e à revista literária Outro Lunes, com um livro sobre a Segurança do Estado cubano.
Desde a Memória Cívica, os organizadores destacaram a qualidade geral dos manuscritos apresentados, que abordam diversas facetas da realidade cubana através de gêneros como o ensaio, o reportagens e a crônica.
“Ojalá houvesse uma maneira de premiar mais de um,” apontaram.
O Prêmio “Manuel Márquez Sterling” homenageia o destacado intelectual e diplomata republicano que dedicou sua vida a “submeter ao exame da letra as realidades do país” e a fomentar uma consciência cívica entre os cubanos. A distinção busca resgatar essa tradição crítica e comprometida na literatura de não ficção.
Perguntas frequentes sobre a resistência evangélica e a repressão em Cuba
Quem é Yoe Suárez e por que foi premiado?
Yoe Suárez é um jornalista e escritor cubano que recebeu o Prêmio de Literatura de Não Ficção “Manuel Márquez Sterling” pelo seu livro sobre a resistência evangélica contra o regime cubano. O livro destaca a participação dos cristãos evangélicos na resistência cívica em Cuba, um tema pouco investigado até agora.
Qual é o tema principal do livro "Hoz y cruz" de Yoe Suárez?
El livro "Hoz e cruz" de Yoe Suárez trata sobre a resistência não violenta dos cristãos evangélicos em Cuba frente ao regime cubano entre 2000 e 2019. Suárez documenta detalhadamente a participação deste grupo religioso na resistência cívica, trazendo uma nova perspectiva à luta pelos direitos humanos na ilha.
Como tem sido recebida a obra de Yoe Suárez em Cuba e fora da ilha?
A obra de Yoe Suárez foi reconhecida tanto dentro quanto fora de Cuba. Seus livros de não ficção, centrados na crítica ao regime cubano e na denúncia de seus excessos, foram premiados e mencionados em diversos concursos, consolidando Suárez como uma voz proeminente no jornalismo independente cubano.
Quais outros temas de repressão são abordados no contexto recente de Cuba?
O contexto cubano recente aborda temas de repressão, como o encarceramento de artistas e dissidentes, a cumplicidade de empresas estrangeiras com o regime e a censura artística. Caso destacado é o de Luis Manuel Otero Alcántara, um artista encarcerado que foi premiado internacionalmente por sua dissidência criativa, simbolizando a luta pela liberdade de expressão em Cuba.
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