"A justiça divina te alcançará": Mensagem dura a Díaz-Canel do sofrimento de uma jovem cubana

A jovem cubana critica Díaz-Canel e denuncia a falta de empatia do governo, alertando sobre as consequências divinas e humanas. A crise energética se agrava com cortes de até 20 horas e promessas oficiais que geram ceticismo.

Díaz-Canel e jovem cubanaFoto © Collage/Redes Sociais

Uma jovem cubana lançou uma mensagem sem filtros nem eufemismos ao governante Miguel Díaz-Canel, que reflete com crueza a dor acumulada de milhões de cidadãos diante dos intermináveis cortes de energia que afligem Cuba.

Sua voz, carregada de indignação e sentimento, pôde ser ouvida na plataforma TikTok e soou em um país onde o silêncio oficial se impõe, mas não consegue sufocar o descontentamento popular.

“Quem te disse que a culpa das interrupções de energia é do alto consumo dos cubanos?”, pergunta com ironia a usuária @sarai.jun, referindo-se às recentes declarações de Díaz-Canel, que atribuiu os cortes elétricos ao aumento do consumo e evitou fazer autocrítica.

“Claro que os cubanos, quando chega a luz, o pouquinho de luz que você dá, vão aproveitar. Ou você acha que vão lavar com a luz apagada?”, acrescenta, questionando a falta de sentido e humanidade dos argumentos oficiais.

Pero sua mensagem vai além de uma crítica técnica. É um desabafo emocional das entranhas do povo, uma denúncia contra o que considera uma total ausência de empatia por parte do mandatário: “Você não tem amor no seu coração. Eu acho que seus pais te fizeram sem amor. Essa sua alma está podre”.

A crise energética em Cuba atingiu níveis dramáticos em 2025. De acordo com relatórios da União Elétrica (UNE), o déficit na geração de eletricidade ultrapassou os 1.700 megawatts (MW), provocando apagões de até 20 horas diárias em várias províncias do país.

As causas são múltiplas: falhas técnicas recorrentes nas obsoletas centrais termoelétricas, manutenções prolongadas, escassez de combustível e falta de investimento estrutural. Embora o governo tenha tentado mitigar o colapso incorporando geradores, essas medidas têm sido insuficientes e temporárias.

Enquanto isso, o discurso oficial continua distante do drama cotidiano. Em uma recente intervenção, Díaz-Canel defendeu que "as estratégias do governo têm sido corretas", embora tenha reconhecido que seus efeitos “ainda não são visíveis” por causas externas.

Estas palavras foram percebidas por muitos como uma zombaria. “Não é preciso ser corajoso para repetir discursos. É preciso ter coração para ouvir o que seu povo está gritando em silêncio”, repreende a jovem cubana em seu vídeo.

Promessas vazias e um povo à beira do colapso

O governo prometeu que os problemas elétricos poderiam ser resolvidos em três anos, mas essa promessa foi recebida com ceticismo e frustração tanto dentro quanto fora da ilha. Enquanto isso, as manifestações e paneladas continuam surgindo em bairros onde a falta de eletricidade se soma à de alimentos, água e medicamentos.

A jovem não apela a ideologias, mas a valores universais. “Eu não falo de política, falo do eterno. Você está semeando dor, e isso tem um preço”. Conclui sua mensagem com um aviso que mistura fé e justiça: “Se você não se arrepender, a justiça divina e humana vai te alcançar. E o que te espera… isso você não vai conseguir evitar”.

Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba

Qual é a principal causa dos apagões em Cuba?

A principal causa dos apagões em Cuba é o déficit de geração elétrica, que superou 1.700 megawatts (MW). Esse déficit se deve a falhas técnicas nas obsoletas centrais termelétricas, manutenções prolongadas, escassez de combustível e falta de investimento estrutural.

Como a crise energética afeta a vida diária dos cubanos?

A crise energética em Cuba afeta gravemente a vida diária dos cidadãos. Os apagões prolongados interrompem serviços essenciais como o fornecimento de água potável e a refrigeração de alimentos, o que provoca perdas econômicas e afeta a saúde das pessoas, especialmente crianças e idosos.

Que medidas o governo cubano tomou para resolver a crise elétrica?

O governo cubano tem tentado mitigar o colapso elétrico incorporando grupos geradores, mas essas medidas têm sido insuficientes e temporárias. As autoridades prometeram que os problemas elétricos poderiam ser resolvidos em três anos, embora essa promessa tenha sido recebida com ceticismo pela população.

O que os cidadãos cubanos pensam sobre a gestão do governo na crise energética?

Muitos cidadãos cubanos criticam fortemente a gestão do governo durante a crise energética. A população percebe as declarações do presidente Miguel Díaz-Canel como uma zombaria e os cidadãos expressam sua frustração e indignação nas redes sociais, apontando a falta de empatia e soluções concretas do governo.

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