Díaz-Canel afirma que "vão superar" os desafios da economia

Díaz-Canel expressa otimismo sobre a economia cubana, sem detalhar os problemas atuais. Culpa o embargo dos EUA, enquanto economistas apontam também erros internos do regime como fatores agravantes.

Miguel Díaz-Canel entre escombrosFoto © Imagem gerada com IA

O governante cubano Miguel Díaz-Canel afirmou nesta sexta-feira que está convencido de que vão "superar" os "desafios" da economia, conforme foi divulgado em sua participação no encerramento do nono Congresso da Associação Nacional de Economistas e Contadores de Cuba (ANEC).

Na sessão de encerramento, o governante cubano, sem detalhar os problemas que o país enfrenta, expressou seu otimismo em relação à recuperação da economia.

"Eu cada vez me convenço mais de que sim, vamos superar isso e que sim, podemos superar", disse Díaz-Canel após elogiar o relatório sobre o "processo de correção de distorções" e "nova dinâmica da economia", que incluiu recomendações geradas durante as sessões da ANEC.

Em sua opinião, as propostas são "interessantes" e surgem em um contexto "complexo", "difícil", "desafiador", "desafiador".

"Eu acredito que este documento se transforma em um guia de trabalho e, acima de tudo, em um guia de apoio ao programa de governo para sua implementação, ou seja, ao programa de governo para eliminar distorções na economia e relançar e reimpulsar nossa economia", pronunciou.

Com o mesmo tom triunfalista com que pede resistência e criatividade para enfrentar os problemas, Díaz-Canel enfatizou a necessidade de não "se deixar vencer".

"Aqui não há ninguém vencido, aqui não há ninguém derrotado", afirmou, repetindo que é necessário "resistir avançando e aproveitando o talento presente nos economistas".

Segundo a imprensa oficial, entre os acordos da ANEC estavam fortalecer a pesquisa científica aplicada aos desafios econômicos, acompanhar as políticas de governo com propostas vindas da base, impulsionar a formação de jovens talentos e sua conexão com o desenvolvimento territorial, além de combater a desinformação, promovendo uma cultura econômica entre o povo.

Díaz-Canel continua com seu já repetido argumento sobre uma "heroica resistência" do povo cubano diante da crise econômica e social que a ilha enfrenta. Ao mesmo tempo, insiste em culpar o embargo norte-americano como o principal responsável pela situação crítica do país, enquanto defende o modelo socialista e a unidade como pilares para superar as adversidades.

O vice-chanceler Carlos Fernández de Cossío também acusou recentemente os Estados Unidos de liderar uma “guerra econômica implacável” contra Cuba.

O funcionário assegurou que o embargo é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico, ao impedir o acesso a mercados, tecnologia, financiamento e combustíveis, além de gerar efeitos dissuasivos sobre turistas e empresas internacionais.

Fernández de Cossío acusou analistas e críticos de fazer observações "superficiais ou deliberadamente tendenciosas" ao não situar o embargo no centro de qualquer análise sobre a situação cubana.

Economistas cubanos consideram que a crise é também consequência de erros de gestão e políticas econômicas ineficazes do próprio regime.

Políticas internas ineficazes, a centralização extrema, a falta de reformas estruturais, a repressão política, a falta de liberdades econômicas e a incapacidade do Estado de garantir uma vida digna são fatores internos que agravam a situação na ilha.

Perguntas Frequentes sobre a Economia Cubana e as Declarações de Díaz-Canel

O que afirmou Díaz-Canel sobre a capacidade de superar os desafios econômicos?

Díaz-Canel afirmou que está convencido de que poderão superar os "desafios" da economia cubana. Durante o encerramento do nono Congresso da ANEC, expressou otimismo na recuperação económica, embora não tenha detalhado os problemas específicos que o país enfrenta.

Quais são as causas da crise econômica em Cuba segundo o governo?

O governo cubano, liderado por Díaz-Canel, culpa principalmente ao embargo americano, qualificando-o como uma "guerra econômica impiedosa". O governo defende que o embargo é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico do país. No entanto, economistas e críticos destacam que também é consequência de erros de gestão e políticas econômicas ineficazes do próprio regime.

O que é o "processo de correção de distorções" mencionado por Díaz-Canel?

O "processo de correção de distorções" é um plano para eliminar distorções na economia cubana e relançar seu desenvolvimento. Díaz-Canel considera isso um guia de trabalho e apoio ao programa de governo, embora não tenha oferecido detalhes específicos sobre as medidas a serem implementadas.

Como a população cubana reagiu às declarações de Díaz-Canel sobre a economia?

A população cubana tem demonstrado ceticismo e descontentamento em relação às declarações de Díaz-Canel. Muitos cidadãos sentem que as promessas de melhoria carecem de um plano de ação claro, o que se manifestou em críticas nas redes sociais e um crescente descontentamento social.

Quais são as críticas à gestão econômica do regime cubano?

As críticas à gestão econômica do regime cubano se concentram na falta de reformas estruturais, na centralização extrema e em políticas econômicas ineficazes. Economistas destacam que esses fatores internos agravaram a situação na ilha. Além disso, ressalta-se que a abordagem do governo evita reconhecer esses problemas e se concentra em culpar o embargo estadunidense.

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