A FEU pede calma aos estudantes da Universidade de Camagüey e os convida a "pensar em soluções"

A FEU de Camagüey pede calma aos estudantes. A crise estudantil se agrava com críticas a dirigentes que defendem o aumento das tarifas em meios oficialistas.

Estudantes da Universidade de CamagüeyFoto © Prensa Latina

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O Conselho da FEU da Universidade de Camagüey pediu calma aos estudantes que representa e lhes propôs buscar soluções diante do aumento das tarifas da ETECSA.

Em um comunicado que contrasta com muitos que têm circulado nos últimos dias, os diretores da FEU asseguraram aos estudantes que "como seus representantes democraticamente eleitos, estamos transmitindo opiniões e inconformidades a todos os níveis".

Facebook / FEU Universidade de Camagüey

Além disso, convidaram os estudantes a “pensar em soluções que possam ajudar a resolver ou melhorar essa situação, não apenas para os estudantes, mas para o povo em geral.”

Os diretores da FEU da Universidade de Camagüey insistiram que “cada estudante está representado em cada instância”.

Este comunicado parece ter o objetivo de controlar danos diante do descontentamento de seus estudantes com os diretores da FEU, que na maioria das vezes se tornaram porta-vozes do governo.

Tanto assim que no dia 3 de junho passado, a Faculdade de Filosofia, História, Sociologia e Trabalho Social (FEU-FHS) da Universidade de Havana emitiu um comunicado sem precedentes no qual exigiu a renúncia imediata do presidente nacional da Federação Estudantil Universitária (FEU), Ricardo Rodríguez González, por considerar que ele tem sido incapaz de representar os interesses do corpo estudantil na atual crise.

O comunicado foi apoiado pouco depois pela Faculdade de Psicologia, que denunciou a ausência de representação real por parte de Rodríguez e de outros dirigentes universitários, entre eles Hugo A. Fuentes e Daniel A. Corrales, presidente e vice-presidente da FEU UH.

A faculdade exigiu um espaço público de análise com representantes estudantis de todas as faculdades, com o objetivo de revisar a continuidade nos cargos dos atuais líderes da organização.

As críticas aos dirigentes da FEU se intensificaram após a intervenção do presidente da FEU no programa governista Mesa Redonda, onde Rodríguez González culpou “inimigos da revolução” por manipularem o descontentamento universitário gerado pelas novas tarifas de telefonia móvel impostas pela ETECSA.

Apesar das reclamações em massa de várias faculdades do país, o líder estudantil defendeu o aumento de tarifas e o enquadrou como parte de um processo de "diálogo respeitoso" com o governo e as autoridades.

“Algo que também esperávamos ocorreu”, disse, “e é que os inimigos da revolução distorceram essa postura de inquietação que surgiu na comunidade universitária para buscar confrontação.”

Suas declarações foram vistas como uma traição às preocupações reais dos estudantes, que enfrentam dificuldades crescentes para acessar a internet, uma ferramenta vital para a educação superior, a pesquisa e a comunicação com docentes e colegas.

Perguntas frequentes sobre o aumento das tarifas da ETECSA e as protestas estudantis em Cuba

Por que os estudantes da Universidade de Havana exigem a renúncia do presidente da FEU?

Os estudantes exigem a renúncia do presidente da FEU, Ricardo Rodríguez González, porque consideram que ele não representou os interesses do corpo discente na atual crise gerada pelo aumento de tarifas da ETECSA. Seu alinhamento com o discurso oficial e sua defesa das novas tarifas, apesar do descontentamento generalizado, têm sido vistos como uma traição às reais preocupações dos estudantes.

Quais medidas foram impostas pela ETECSA que geraram descontentamento entre os estudantes?

ETECSA impôs restrições que limitam as recargas em pesos cubanos a um máximo de 360 CUP a cada 30 dias e promove planos de dados em dólares. Esta medida, percebida como excludente e onerosa, gerou um forte rejeitamento entre os estudantes e o povo cubano em geral, uma vez que limita o acesso à internet, uma ferramenta crucial para a educação e a comunicação.

Como o governo cubano tem respondido aos protestos contra o aumento de tarifas da ETECSA?

O governo cubano, através de representantes como o presidente da FEU, Ricardo Rodríguez, atribuiu as protestas à manipulação por parte de "inimigos da revolução". Rodríguez defendeu o aumento das tarifas e enquadrou o descontentamento estudantil como parte de um processo de diálogo respeitoso com o governo. Essa posição tem sido criticada por ignorar as preocupações legítimas dos estudantes e por tentar deslegitimar as protestas.

Quais soluções os estudantes propuseram diante da crise de tarifas da ETECSA?

Os estudantes exigiram uma troca horizontal e transparente com as autoridades para buscar soluções reais que não apenas beneficiem os estudantes, mas o povo cubano em geral. Eles também propuseram a eliminação do limite de recarga de 360 CUP e uma reavaliação integral das políticas de telecomunicações para garantir um acesso justo e equitativo à internet.

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