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O governo cubano reconheceu que os Estados Unidos tiveram um papel mediador no acordo que permitiu a liberação de um grupo significativo de presos políticos, algo que havia negado reiteradamente desde que foram conhecidos os primeiros detalhes de um pacto com o Vaticano em janeiro passado.
A declaração veio de Johana Tablada, subdiretora geral para os EUA do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, que afirmou nas redes sociais que “o governo dos Estados Unidos descumpriu compromissos assumidos com o Papa Francisco”, mas que, apesar disso, “Cuba cumpriu sua parte do acordo”, em referência à liberação de opositores detidos.
Este reconhecimento marca uma mudança no discurso oficial, que durante meses insistiu que a libertação de presos foi resultado exclusivo de um “gesto soberano” em razão do Jubileu convocado pela Igreja Católica, sem participação estrangeira direta.
A administração de Joe Biden havia anunciado em janeiro de 2025 uma série de medidas de alívio em relação a Cuba, como a suspensão do Título III da Lei Helms-Burton e a exclusão temporária da ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo.
Nesse momento, um alto funcionário americano declarou que o gesto respondia a um compromisso de Havana com a Santa Sé para libertar um número significativo de prisioneiros políticos.
No entanto, nem Washington nem Havana admitiram na época que se tratava de um acordo entre os dois governos.
O reclamo de Taboada se deve ao fato de que, após a chegada ao poder de Donald Trump, este reverteu a medida de Biden e reincorporou Cuba à lista de países patrocinadores do terrorismo.
Apenas dias depois de Trump confirmar a reversão das medidas de alívio, o governo cubano denunciou o descumprimento dos Estados Unidos e considerou que as sanções restauradas rompiam o espírito do acordo.
Enquanto isso, organizações como o Observatório Cubano de Direitos Humanos continuam denunciando novas condenações de cidadãos cubanos por motivos políticos.
O regime cubano supostamente liberou mais de 500 prisioneiros em virtude do acordo; mas também reverteu algumas, como a dos opositores José Daniel Ferrer e Félix Navarro.
Perguntas frequentes sobre a libertação de presos políticos em Cuba e o papel dos EUA.
Qual foi o papel dos EUA na libertação de presos políticos em Cuba?
Os Estados Unidos atuaram como mediador no acordo que permitiu a libertação de prisioneiros políticos em Cuba, embora inicialmente tenham negado. A administração de Joe Biden condicionou certas concessões, como a suspensão do Título III da Lei Helms-Burton e a exclusão temporária de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, à libertação de opositores cubanos. No entanto, esse acordo não foi diretamente reconhecido por ambos os governos na época.
O que fez o regime cubano após o descumprimento do acordo por parte dos EUA?
O regime cubano acusou os Estados Unidos de não cumprir os compromissos assumidos com o Papa Francisco, após a reversão das medidas de alívio por parte da administração de Donald Trump. O governo cubano denunciou que a restauração das sanções rompia o espírito do acordo, embora tenha afirmado ter cumprido sua parte na libertação de prisioneiros políticos.
Quantos prisioneiros políticos foram liberados em Cuba?
Embora o regime cubano tenha anunciado a libertação de 553 presos, apenas foi confirmada a libertação de cerca de 230 presos políticos, segundo organizações de direitos humanos. O número total de prisioneiros de consciência em Cuba ultrapassa mil, e as liberações anunciadas não foram completamente verificadas de maneira independente.
Qual é a situação atual dos prisioneiros políticos em Cuba?
Prisoners Defenders e diversos grupos de direitos humanos denunciam que o regime cubano mantém 1.150 prisioneiros políticos, muitos deles por participarem de manifestações pacíficas. Os libertados continuam sob vigilância e com restrições, enquanto as organizações internacionais continuam exigindo sua liberação incondicional.
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