Um novo episódio de extrema crueldade animal gerou repúdio nas redes sociais e voltou a colocar no centro do debate a ineficácia e a pouca severidade do Decreto-Lei de Bem-Estar Animal em Cuba.
Nesta ocasião, um homem em Mayabeque agrediu brutalmente uma cadela com uma pá e depois a atirou de um segundo andar, causando sua morte; no entanto, a punição imposta foi uma simples multa administrativa de 3.000 pesos cubanos.
O fato foi denunciado em Facebook pela ativista Yenney Caballero, que gravou e transmitiu ao vivo o momento em que ela, junto a outros ativistas, confrontou o agressor, que reconheceu na câmera ter matado o animal.
“Sim, eu a matei”, admitiu o sujeito, enquanto a ativista exigia explicações e expunha seu rosto diante da comunidade.
A gravação mostra o nível de indignação de Caballero e dos presentes, ao denunciar que o homem “atacou a cadela a pauladas” e depois “a jogou daqui para baixo”, apontando para o segundo andar do edifício.
Vizinhos que observaram o ocorrido confirmaram o mau tratamento, embora, como lamentou a denunciante, ninguém tenha intervido para impedir o ato violento.
"Ele nos diz na cara que a matou porque quis", se ouve Caballero gritar.
“Já chega. Até quando teremos que continuar vendo isso? Não é uma falta: é um assassinato”, acrescentou, reclamando que se modifique o Decreto de Bem-Estar Animal para impor sanções verdadeiramente dissuasivas.
A ativista propôs publicamente multas de 20.000 ou 30.000 pesos para aqueles que cometerem esse tipo de ato, ressaltando que “uma multa de 3.000 pesos não resolve absolutamente nada”.
Além disso, questionou a passividade do Estado diante de uma situação que se tornou cotidiana para as protetoras e resgatistas em Cuba.
“Temos as casas cheias de animais feridos, atropelados, maltratados. E, enquanto isso, assassinos como este continuam a zombar de nós na cara,” denunciou Caballero.
“O dor que sentimos é indescritível. Lutamos para salvar vidas todos os dias, enquanto o Estado permite que esses assassinos saiam ilesos com uma multa ridícula. Onde está a justiça?”, questionou Caballero ao final de sua declaração, visivelmente afetada.
A ativista Enma Silvente, do grupo de Facebook XL_Colonias, identificou publicamente o agressor como Leonardo Campos Valdés e confirmou que ele foi confrontado no local dos fatos por várias ativistas dos direitos dos animais. “Ele foi enfrentado, criticado por várias colegas que se apresentaram lá. Nunca demonstrou arrependimento”, denunciou.

Silvente também confirmou que foi a especialista Evelyn, da Saúde Animal, quem impôs a multa de 3.000 pesos cubanos, sanção que qualificou como uma zombaria. “Vale a vida de uma cachorrinha 3 mil pesos? Não, absolutamente não”, escreveu em sua publicação.
“Nos apresentaremos em cada lugar onde resida alguém que massacre animais, lá estaremos, enquanto a punição for uma zombaria de multa”, advertiu, exigindo o que já é um clamor nacional entre ativistas: uma lei de proteção animal real e a modificação imediata do valor das multas que hoje permitem a impunidade do maus-tratos.
O caso, longe de ser um fato isolado, se junta a uma longa lista de denúncias que evidenciam a falta de proteção real aos animais em Cuba, apesar da existência de uma normativa que, na prática, não é aplicada com a severidade que a gravidade desses crimes requer.
A comunidade animalista há anos exige a modificação do Decreto-Lei 31/2021, aprovado após protestos e manifestações em frente ao Ministério da Agricultura, mas que até hoje se revelou um instrumento fraco, sem mecanismos reais para punir o maus-tratos de forma contundente.
Este fato novamente reacendeu os alarmes entre ativistas, resgatistas e cidadãos sensíveis que, diante da falta de respostas institucionais, continuam fazendo o trabalho que o Estado não quer, ou não pode, assumir.
Em outro episódio recente, um presunto agressor de animais em Cienfuegos foi liberado após uma intervenção estatal que gerou ainda mais indignação entre os defensores dos direitos dos animais.
Também causou repulsa o caso de um vizinho de Holguín que matou uma gata e recebeu apenas uma multa de 1.500 pesos, uma penalização considerada simbólica diante da crueldade cometida.
E recentemente, uma organização animalista denunciou outro ato brutal de maltrato, evidenciando a repetição desses acontecimentos sem consequências reais para os protagonistas de atos de crueldade.
Perguntas Frequentes sobre o Maus Trato Animal em Cuba
Qual foi a punição imposta ao agressor do cachorro em Mayabeque?
O agressor recebeu uma multa administrativa de 3,000 pesos cubanos após agredir brutalmente uma cadela com uma pá e jogá-la de um segundo andar, causando sua morte. A comunidade e os ativistas expressaram sua indignação pela leveza da punição.
O que os ativistas pensam sobre o Decreto-Lei de Bem-Estar Animal em Cuba?
Os ativistas consideram que o Decreto-Lei de Bem-Estar Animal é ineficaz e carece de sanções adequadas para dissuadir o mau trato dos animais. Exigem a modificação da normativa para incluir sanções mais severas, uma vez que a atual não consegue proteger os animais de maneira efetiva.
É comum o maltrato animal em Cuba?
O maltrato animal em Cuba é um problema frequente e tem sido documentado em inúmeras ocasiões, com ativistas denunciando a falta de ação efetiva por parte das autoridades. Casos de crueldade como o de Mayabeque são comuns e refletem a necessidade urgente de reformas legais.
Que ações estão tomando os ativistas para melhorar a situação do bem-estar animal em Cuba?
Os ativistas estão utilizando as redes sociais para dar visibilidade aos casos de maus-tratos, exigindo reformas na legislação vigente e sanções mais severas. Propuseram publicamente multas mais altas e penas mais rigorosas para aqueles que cometem atos de crueldade contra os animais.
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